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    sábado, setembro 29, 2007
    Junkiebox #5

    (Colaboraram Bêr e Nat)


    Grinderman – Grinderman: Mais um álbum do sinistro e genial Nick Cave, um dos mais prolíficos músicos do rock há exatos 30 anos. Dando um tempo para os seus Bad Seeds, Nick chamou dois de seus companheiros de banda e mais alguns outros músicos e montou o despirocado Grinderman. Em meio a guitarras e baixos ensurdecedores, distorções atordoantes e uma percussão maníaca, Nick fala, canta e lamenta da forma mais trôpega possível. O resultado final é urbano, sujo, alcoolizado e violento como só o rock aprendeu a ser nesses 50 anos de passeios no lado selvagem. Como bem disse uma resenha gringa, “nem Ted Nugent é heterossexual o suficiente para ouvir este álbum”.
    Ouça: No Pussy Blues


    Turbonegro – Retox: Vindos da Noruega com uma carreira fonográfica que já dura quase vinte anos, o Turbonegro é garantia de diversão. O som pode não ser o mais original do mundo, mas a energia e peso do hard rock em colisão com a sujeira e agressividade punk extremamente bem feitos fazem com que você se esqueça da eterna cobrança pelo novo. No lugar disso, você irá se deparar com o humor absurdo da banda, falando de temas bizarros, escatológicos e pouco usuais. Provas disso são porradas como “No, I’m Alpha Male”, “Do You Do You Dig Destruction”, a stoogeana “I Wanna Come” e principalmente a surreal e explicativa “What Is Rock”, que descreve que Rock nada mais é que a área entre o ânus e os testículos de um homem ou um cachorro. Para chocar parentes conservadores, incomodar os vizinhos e não deixar absolutamente ninguém parado.
    Ouça: I Wanna Come


    Marilyn Manson – Eat Me, Drink Me: Anúncio de uma temática romântica no trabalho que viria. Lançamento de perfume. Casamento com Dita Von Teese. Divórcio pouco após disso. Estafa e depressão. Declaração de admiração por cantores pop. Ataques diretos às bandas emo. Esse foi o universo de Manson entre os lançamentos de “The Golden Age Of Grotesque” e “Eat Me, Drink Me”. Em seu disco mais pessoal, o garoto atordoado que virou ídolo de toda uma geração de jovens está fazendo com sua música o que está fazendo com sua vida particular: não está fornicando, tampouco saindo de cima. No início até que engana, mas com o passar das ouvidas, percebe-se que falta algo. A barulheira insana transformou-se em barulheira condicionada, de soluções hard-roqueiras previsíveis e fáceis, isso quando não caem no pop deslavado. Trent Reznor se repetindo, Marilyn Manson se repetindo... Estaria o gênero industrial vislumbrando o início de um amargo fim?
    Ouça: You And Me And The Devil Makes 3


    Rufus Wainwright – Release The Stars: Filiação de pais separados, homossexualidade não aprovada pela família, estupro aos catorze anos, internação para cura de vício em anfetamina. Esses são alguns elementos que compõem o atormentado universo do cantor e compositor cadanense-americano Rufus Wainwright. Mesmo nunca tendo feito grande sucesso comercial, o músico demonstra grande fluxo de criatividade ao lançar vários álbuns, Eps e músicas para trilha sonora de filmes. Sua música mescla a simplicidade do folk e a garra do rock com a formação musical do cantor, envolvido com ópera e música erudita desde a adolescência. Talvez daí venha a grande facilidade de transformar sentimentos cinzentos em música. E este novo álbum, “Release The Stars”, é outra prova incontestável e emocionante de todas as afirmações feitas na resenha.
    Ouça: Rules And Regulations


    Yoko Ono – Yes, I’m A Witch: Yoko é a grande vilã do rock and roll. Desde que ouve falar em música, você aprende em não gostar da viúva de John Lennon, “aquela que acabou com os Beatles”. Ainda bem que tudo que é proibido e condenável é mais gostoso. Aos 74 anos, a japonesa assume a vilania na maior cara de pau e mostra que a idade não impede que ela mantenha-se atualizada quando o assunto é música. Sem medo nenhum, grava com artistas muito mais novos com ela e dá sua visão amadurecida sobre novas tendências musicais chamando várias estrelas da nova música, como Peaches, Le Tigre, The Polyphonic Spree, Porcupine Tree e Cat Power, entre outros. O resultado é diverso e interessantíssimo. Tudo bem que devido ao grande número de canções (17, no total), o álbum não é cativante em 100% dos casos, mas aí já é pedir demais que uma senhora já velhinha tenha aqueles arroubos de genialidade juvenil.
    Ouça: Kiss Kiss Kiss


    Cachorro Grande – Todos Os Tempos: Ternos, gravatas e chapéus tipo Bob Dylan. Quem mais poderia ser? "Todos os Tempos", quarto álbum do quinteto gaúcho, é um excelente disco: continua naquela linha de rocknroll e vocais gritados. Sonoridade super anos 60s e 70s, talvez até pelo modo com que o disco foi gravado: “Gravamos tudo em um ou dois takes. Três no máximo” (Rafael Ramos – produtor do disco). “Todos os Tempos” é daqueles discos que são bons do inicio ao fim: “Você Me Faz Continuar” – a primeira faixa do disco, é uma das canções mais dançantes, enquanto “O certo e o Errado” – última faixa, é um rock nervoso cuja letra narra uma briga entre Beto e Gross. Super rocknroll!
    Ouça: Você Me Faz Continuar


    Björk – Volta: Assim como nos outros discos, Björk continua se dedicando a fazer novas experiências na música. E se você acha que ela já fez coisas diferentes demais, dessa vez ela ainda vai conseguir te surpreender: ela chamou, nada mais, nada menos que Timbaland para participar do disco. É aquele mesmo, que já gravou com Nelly Furtado, Justin Timberlake, Pussycat Dolls... Bom, chega né? O single “Earth Intruders” é uma das melhores músicas do disco. Cheia de batidas a-la timbalada e experimentalismo da Björk. No mínimo curioso, não?
    Ouça: Earth Intruders



    The Chemical Brothers – We Are The Night: Nunca fui grande fã de música eletrônica, mas depois de tanto ouvir o nome Chemical Brothers por aí, resolvi ouvir alguma coisa dos caras, e descobri que já havia escutado, sem ao menos saber que eram eles que ecoavam em meus ouvidos. "We Are The Night" é o sexto álbum da banda (ou dupla) britânica. Muito badalados nos anos 90,os irmãos químicos eram figurinha carimbada nas pistas do mundo todo. Porém, de lá pra cá são mais de dez anos, e quem antes dançava ao som de Chemical Brothers, não dança mais...E por esse mesmo motivo, Tom Rowlands (Chemical Tom) e Ed Simons (Chemical Ed), não deram a chance pra ninguém dizer que eles estão velhos e ultrapassados em se tratando de música eletrônica. Eles chamaram os Klaxons para participação em uma das faixas do disco - "All Rights Reversed", uma das melhores músicas desse álbum.
    Ouça: All Rights Reversed


    Chris Cornell – Carry On: Soundgarden era uma banda legal, foi a melhor fase do Chris Cornell, já que o Audioslave não durou muito. "Diferenças irreconciliáveis" – esse é o motivo da saída de Chris da banda. Tá... sei. O fato é que os três outros membros da banda voltaram com o Rage Against the Machine, e então Chris Cornell anunciou sua saída da banda. Então, Chris parte pra outra e lança um cd solo: "Carry On", que em certos momentos até parece ser bom. O cd conta com "You Know My Name", que faz parte da trilha sonora de "007 – Cassino Royale". Mas, de repente surge um cover de "Billie Jean" do Michael Jackson, e quem está ouvindo o disco não entende mais nada. Chris Cornell, monte outra banda. Mas dessa vez, sem membros do RATM, ou então sem covers de Michael Jackson.
    Ouça: You Know My Name


    Velvet Revolver – Libertad: Desde 2002, quando a banda se reuniu pela primeira vez, todos os fãs do Guns n’ Roses e do Stone Temple Pilots devem ter ficado na maior expectativa do lançamento do “Contraband”, que não agradou tanto os fãs. Afinal... três ex-membros do Guns n’ Roses e o ex-vocalista do Stone Temple Pilots... vá dizer que você não esperaria um baita discaço? Até era um bom disco, mas toda a fama dos membros fez com que todos esperassem sempre mais e mais. Porém, “Libertad” vem pra provar que o Velvet Revolver é muito mais do que uma banda de ex-membros de outras grandes bandas. Muitos riffs, solos e hard rock de primeira. Esqueça da existência do GN’R e STP, coloque “Libertad” no último e saia fazendo air guitar pela casa.
    Ouça: She Builds Quick Machines

    Marcadores:

    posted by billy shears at 8:49 PM

    7 Comments:

    Anonymous Anônimo disse:

    GOZEI!

    puta que pariu,Bêr!
    finalmente você escreveu algo sobre Turbonegro! \o\
    e para completar põe Velvet Revolver junto!
    amei essa junkiebox!

    concordo plenamente com o que escreveu sobre o Eat Me,Drink Me.
    e fiquei com uma puta curiosidade de ouvir esse novo da Yoko.

    enfim,parabéns por essa junkiebox!
    tá muito foda!

    :***

    11:42 AM  
    Blogger natália; disse:

    "Rock nada mais é que a área entre o ânus e os testículos de um homem ou um cachorro"

    *assustada*

    preciso ouvir esse do marulyn manson, o show dele no vmb foi legal até :}

    12:13 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Fiquei ainda com mais vontade de ouvir cachorro grande e de ir pro show o/

    10:57 AM  
    Blogger Carmem Luisa disse:

    Deveriam ter sido mais cruéis com a Marilu Mansa... :/

    E Yoko é a velha rock 'n' roll mais foda do mundo, bicho. Na verdade, não a considero como vilã. Mas é legal ela parecer ser vilã, não é?

    12:06 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    rock is the area between the balls and the anus of a dog or of a man!

    6:32 PM  
    Blogger Nara disse:

    resumindo, quais eu baixo e quais não!?

    9:59 PM  
    Blogger Unknown disse:

    Preciso escutar esse projeto solo do Chris Cornell ^^

    Será que Velvet Revolver tá legalzinho? ;P

    12:41 AM  

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