That’s all right! Now, with you: Elvis, The Pelvis!
A não ser que nas últimas cinco décadas o leitor tenha morado em algum planeta distante ou vivido nas profundezas do subterrâneo, torna-se inevitável conhecer o garoto que nasceu em Tupelo, Mississipi, e se mudando para Memphis ainda adolescente, conheceu Coronel Tom Parker, o empresário que dizia que ficaria rico no dia em que encontrasse um branco que cantasse feito um negro. Esse branco tinha nome, voz e quadris encarnados nesse garoto: Elvis Aaron Presley. Ou como se lançou primeiro na Sun Records, depois na RCA, Elvis Presley. O abençoado moleque então se tornou um dos maiores da cultura de massa do século 20.
Se você está no mundo do rock há algum tempo, provavelmente já encontrou muitos comentários dizendo que Elvis não era tanto assim – ele não era “O Matador” feito Jerry Lee Lewis, “A Voz” feito Little Richard, “O Homem de Preto” feito Johnny Cash ou gênios rústicos e primitivos como Chuck Berry e Bo Diddley. Mas sinceramente... Não precisava. O carisma e a sexualidade absurdas exibidas no topete, no rebolado e nos gestos eram suficientes para que Elvis chocasse a sociedade americana branca, anglo-saxã e protestante com apenas um dedo chamando a mulherada, que é claro, ia à loucura. Aqueles rocks inflamados e aquelas baladas impostas foram suficientes para que vários garotos começassem a se comportar como Elvis, Jerry Lee e o ator James Dean no clássico “Juventude Transviada”.
A não ser que nas últimas cinco décadas o leitor tenha morado em algum planeta distante ou vivido nas profundezas do subterrâneo, torna-se inevitável conhecer o garoto que nasceu em Tupelo, Mississipi, e se mudando para Memphis ainda adolescente, conheceu Coronel Tom Parker, o empresário que dizia que ficaria rico no dia em que encontrasse um branco que cantasse feito um negro. Esse branco tinha nome, voz e quadris encarnados nesse garoto: Elvis Aaron Presley. Ou como se lançou primeiro na Sun Records, depois na RCA, Elvis Presley. O abençoado moleque então se tornou um dos maiores da cultura de massa do século 20.
Se você está no mundo do rock há algum tempo, provavelmente já encontrou muitos comentários dizendo que Elvis não era tanto assim – ele não era “O Matador” feito Jerry Lee Lewis, “A Voz” feito Little Richard, “O Homem de Preto” feito Johnny Cash ou gênios rústicos e primitivos como Chuck Berry e Bo Diddley. Mas sinceramente... Não precisava. O carisma e a sexualidade absurdas exibidas no topete, no rebolado e nos gestos eram suficientes para que Elvis chocasse a sociedade americana branca, anglo-saxã e protestante com apenas um dedo chamando a mulherada, que é claro, ia à loucura. Aqueles rocks inflamados e aquelas baladas impostas foram suficientes para que vários garotos começassem a se comportar como Elvis, Jerry Lee e o ator James Dean no clássico “Juventude Transviada”.
Entre esses atentos discípulos, estavam ícones como quatro rapazes de Liverpool que sonhavam em ser os Elvis Presley ingleses, que atendiam por Beatles, um baiano arretado que misturava baião e mandingas ao seu rockabilly, chame-o de Raul Seixas, aqueles obsessivos pelo rythm ‘n’ blues acelerados e seus topetes fascinantes, falamos de Stray Cats, e até um certo cara sombrio e introspectivo, que o público trata com certo temor e chama de Nick Cave. Isso, claro, parando em quatro exemplos influentes. Pense em um músico de Rock famoso. Pensou? Se não é fã de Elvis, pelo menos o tal já passou uns minutos de sua vida dançando “Jailhouse Rock” e “Teddy Bear”...
O primeiro álbum de Elvis - de 1956 - é definitivamente um estouro nos ouvidos. Pense comigo. Em uma sociedade de adolescentes brancos reprimidos, aquele disco que tem Elvis berrando com seu violão na capa, com um logotipo que mais de duas décadas depois seria reverenciado pelo The Clash no clássico supremo "London Calling", aquela mistura bizarra para a época de blues, gospel e country, com mr. Presley provocando de forma tão abusada que os então jovens sentiram-se ainda mais virgens e inocentes, como se alguém estivesse colocando a mão em suas virilhas pela primeira vez. Daí todo o estardalhaço no show do homem, que muitas vezes acabava em brigas violentas. Pois então. Gravado e mixado em poucas horas pela RCA Vitor de forma bem crua e direta, o rock finalmente saía de casas famigeradas por aceitarem negros e brancos para ganhar toda a América da Norte. E mais tarde, o mundo.
Três estouros. Um pelo dinheiro, dois pelos shows, três para se aprontar e... Estamos ouvindo "Blue Suede Shoes"! Uma música explosiva, com a guitarra soando altíssima e Elvis cheio de melanina e sex appeal no vocal. Na letra, ele tenta proteger seus sapatos de qualquer jeito, dizendo que "Você pode queimar minha casa/roubar o meu carro/Beber meu licor/De um velho jarro de frutas/Fazer o que quiser/Mas querida, fique longe desses sapatos!". Um dos maiores clássicos da carreira de Elvis Presley, e diga-se de passagem, merecidamente.
"I'm Counting On You" pisa no freio, mostrando aqui uma doce balada romântica altamente blueseira, em uma esperançada e emocionada canção onde o cantor espera que ele e a garota fiquem juntos no final. Com um refrão crescente, acrescidos de belos backing vocals e um grudento piano, a música é de uma beleza singela, quase inocente depois de mais de cincos décadas de tanto mau-mocismo.
Elvis dá sua versão a um grande clássico do imortal Ray Charles em "I Got A Woman". Rápida, incendiária, com Presley cantando à toda voz que está com uma mulher que é muito boa para ele, que ama ele incondicionalmente, com várias paradinhas e a guitarra estalando aos ouvidos e chamando para a dança. De um poder e energia incríveis demais para serem descrevidos. Nesse caso, só ouvindo para entender a rasgação de seda.
Um teclado introduz "One-Sided Love Affair", com uma interpretação até bem humorada do cantor, mais lenta que a anterior, mas ainda assim dançante, com o baixão gritando aos ouvidos e deixando o ouvinte extasiado. Elvis declara que se a garota quer ser amada, beijada e abraçada, terá que amar, beijar e abraçar o cantor. Pois afinal, como declara o próprio, "não estou aqui para um relacionamento apaixonado de um lado só".
"I Love You Because" é outra balada, só que dessa vez muito mais rasgada. Cordas e assobios acompanham Presley cantando versos carinhosos, realmente para derreter o coração de qualquer que ouvisse, independente do sexo, com Elvis dizendo ao final: "eu te amo por cem mil razões/mas principalmente porque você é você".
O Rock volta em "Just Because", uma das músicas mais animadas do disco, com uma sessão percussiva inquieta e algumas das melhores melodias de guitarra de todo o álbum. Elvis, ressentindo, canta que só porque a garota parece ser linda perfeita, ela não tem o direito de rir da cara dele. E ainda diz que haverá uma época em que ela estará sozinha, e que nem o Papai Noel se lembrará dela. Seria uma vingança comida como um prato frio, mas... Com o calor existente dentro artista em questão, impossível!
"Wah-Bap-Loo-Bap-Wap-Bang-Boom!". É isso aí. Elvis Presley regravou o maior hino de Little Richard, "Tutti Frutti", retirando a sujeira e a voz rasgada da original e inserindo força instrumental e sua clássica voz imposta, cantando sobre Sue e Daisy, garotas que deixam o eu-lírico realmente louco e sem reação. Tudo bem que a versão que Little Richard compôs e gravou dá um banho nessa aqui mas... Essa regravação que vemos aqui não faz feio. Mesmo.
"Tryin' To Get To You" é um dos melhores desempenhos vocais de Elvis em toda sua carreira, mesmo com a música esbanjando simplicidade. A letra é bem direta ao afirmar que o eu-lírico não desiste por nada de chegar até a sua amada. Um dos ápices do disco, com várias paradinhas empolgantes e um refrão mais do que cativante.
Fogo na alma de novo? Pois sim. "I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You)", apesar do título meloso, é agito dos bons, meu rapaz. Um teclado entra pelos nossos ouvidos e já nos empurra para as melodias contagiantes da guitarra, enquanto baixo e bateria nos fazem bater pé incoscientemente, e Elvis manda o papo de que ele é um romântico possessivo: a garota será amada de todas as maneiras, mas se ela ao menos tentar deixar nosso romântico rockstar, ele não irá parar de chorar.
Olha só, o rapaz está realmente possessivo! Agora já dá pra perceber até pelo título: a música em questão, "I'll Never Let You Go (Little Darlin')", com Elvis lamentando como um cãozinho carente, pedindo perdão por ter feito ela chorar, e que ele nunca mais irá segurar outra garota em seus braços se ela o deixar. Meus companheiros do sexo masculino sabem que realmente podemos chegar a esse nível... Já para as mulheres, é tudo canastrice... Mas não sejamos tão radicais, amigos: a música é de uma beleza incrível, além de ser dotada de uma incrível reviravolta, onde o cantor simplesmente arrasa.
O clássico pop "Blue Moon" é outra regravação que Elvis fez questão de regravar da sua maneira única. Aqui então que o cantor tem seu desempenho mais introspectivo, cantando os já conhecidos versos: "Lua azul, você me viu na maior solidão/Sem um sonho no meu coração/Sem um amor que pudesse ser meu". Em qualquer versão que grava, é incrível como a canção, mesmo sendo tão acessível, não perde a melancolia latente.
O álbum encontra seu final então em mais uma faixa que entrou para a notoriedade e posterioridade depois de encontrar a garganta de Presley: "Money Honey". Uma música em ritmo safado e suingado, com uma sessão percussiva em destaque e as famosas paradinhas marcando presença. A letra mais irônica do álbum, onde Elvis critica o interesse das pessoas apenas pelo dinheiro. Mas no final o próprio assume fazer parte do esquema também ao afirmar: "Mas antes de dizer que eu te amo/Eu quero dinheiro, querida...". Divertidíssima.
E quem diria, lá se vão trinta anos que o primeiro Rei do Rock partiu desse mundo deixando sua marca indelével na história da música do século 20. Tanto em termos de vendagem, quanto de qualidade. Trinta anos que um cara pegou o ritmo de alguns revolucionários cansados da hipócrita república americana que queriam fundar um reinado só deles, e realmente construiu esse império que já perdura há mais de 50 anos. Por essas e outras, nosso muitíssimo obrigado, King Creole!
"Antes de Elvis não existia nada." (John Lennon)
Marcadores: Resenhas
8 Comments:
ainda nao escutei, mas li muito sobre este disco. é considerado um dos melhores compctos do rock e tem uma capa foda.
gostei das citações: raul, beatles, nick cave...
elvis dispensa comentários e está acima de qualquer comparação
parabens pelo blog!!
http://just-imagination.blogspot.com/
.
http://verrina.blogspot.com/
elvis não morreu...
...foi ao inferno e voltou.
nanana
deu saudades de ouvir agora ._.
Grande, Bêr. Grande como o disco.
Bem, é Elvis, né... não precisa dizer mais nada!
Disco foda, resenha fodíssima (:
Beijo!
Elvis é Elvis.
E foi a melhor resenha que já li.
Elvis é o cara!
fantastico blog amei e VIVA ELVIS PRESLEY ele é e sempre sera o Rei do Rock
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