colaboradores

BERNARDO
18 anos, RJ
+ info

NARA
16 anos, SP
+ info

LUDEN
15 anos, SP
+ info

SAM
16 anos, SP
+ info

VITOR
18 anos, RJ
+ info

LIZ
15 anos, RJ
+ info

NAT
17 anos, SP
+ info

GABO
16 anos, SP
+ info


Previous Posts

a r q u i v o s

  • janeiro 2005
  • fevereiro 2005
  • março 2005
  • abril 2005
  • maio 2005
  • junho 2005
  • julho 2005
  • setembro 2005
  • outubro 2005
  • novembro 2005
  • dezembro 2005
  • janeiro 2006
  • fevereiro 2006
  • março 2006
  • abril 2006
  • maio 2006
  • junho 2006
  • julho 2006
  • agosto 2006
  • setembro 2006
  • outubro 2006
  • novembro 2006
  • dezembro 2006
  • janeiro 2007
  • fevereiro 2007
  • março 2007
  • abril 2007
  • maio 2007
  • junho 2007
  • julho 2007
  • agosto 2007
  • setembro 2007
  • outubro 2007
  • novembro 2007
  • dezembro 2007
  • janeiro 2008
  • fevereiro 2008
  • março 2008
  • abril 2008
  • agosto 2008
  • setembro 2008

  • L    i    n    k    s

  • Google News
  • Rock Town Downloads!
  • ~Daia.no.Sakura
  • Young Hotel Foxtrot
  • É Rock And Roll, Baby
  • Musecology
  • O Resenhista
  • Dangerous Music No Orkut

  • B    U    S    C    A


    L i n k    U s




    c r e d i t o s

    Powered by Blogger
    Design by Nara

    quarta-feira, setembro 12, 2007
    Beck - Odelay


    Quem conhece, sabe: Beck Hansen pode ser considerado qualquer coisa, menos um artista ortodoxo. O californiano filho de atores e músicos que quando mais jovem catalogava filmes pornôs em ordem alfabética por quatro dólares a hora e que já morou em um galpão cheio de ratos há mais de dez anos vem se mostrando alguém notório na música pop. Cantor, compositor e multi-insrumentista, Hansen sempre foi capaz de surpreender a todos que nem David Bowie faria: sendo uma enciclopédia ambulante e obsessiva pela música, conhecedor de várias vanguardas e movimentos regionais, admirador de velharias famosas e obscuras, o que acaba resultando em um artista inquieto que, quanto mais suga informação, mais consegue devolver isso em forma de música.

    A vibrante música muda de sintonia a cada disco, mas no geral, Beck vai desde a fórmula rock-rap-folk-psicodélico que consagrou o cantor até caminhos que desafiavam a criatividade do músico, como a tropicália, o low-profile, a soul music, música espanhola, entre outros. Sexo, introspecção, auto-afirmação, pessimismo, romance, dor... Não é à toa que é um dos poucos artistas de gravadora grande e com público de massa razoável que também faz sucesso e é incensado pelo público alternativo e pela crítica especializada.
    O primeiro álbum de Beck a ficar famoso foi o seu segundo, "Mellow Gold", puxada pelo já clássico hit "Loser", mas julgo seu sucessor, "Odelay", o melhor exemplo do que é realmente a música de Beck Hansen. Se no disco anterior vários gêneros musicais eram recheados de orquestrações e perfeccionismo inseridos em um contexto sujo e direto, que só denunciava a tendência outsider do cantor - aquele que nunca está até o pescoço a algum ambiente - o disco em questão, lançado em 1996 pela Geffen, é variadíssimo, até mais que o seu predecessor, e mostra um trabalho aparentemente mais polido - mas nem por isso menos absurdamente criativo e freak. A produção não poderia estar em melhores mãos: ficou a cargo de gente como os Dust Brothers (responsáveis por um disco igualmente absurdo e inventivo: "Paul's Boutique", dos Beastie Boys) e o brasileiro Mário Caldato Jr. (Beastie Boys, Super Furry Animals, Molotov, Marcelo D2, Seu Jorge, Nação Zumbi, etc.), entre outros.

    O disco começa já com uma de suas músicas mais famosas, "Devils Haircut". Mesmerizante, com Beck recheando a canção de pequenos detalhes, como teclados borbulhantes, linhas de baixo destoando, com a letra discorrendo sobre uma pessoa pessimista, em versos como "em todo lugar que eu olho, há um final morto esperando", descrevendo um mundo decadente, sempre desembocando no poderoso e grudento refrão "eu ganhei um corte de cabelo demoníaco na minha mente". Passando pelo pop, pelo dançante, pelo viajante e quase alcançando um nível etéreo, a música pode ser facilmente considerada uma das melhores da carreira do cantor.

    Cordas abrem "Hotwax", canção que, mesmo mais lenta, com uma melodia principal relaxante, é recheada de momentos onde regionalismos e eletronices vem à tona para pegar o ouvinte totalmente desprevenido. Nos moldes de "Loser", é uma canção que funde versos em inglês com um refrão espanhol, com Beck afirmando ser um disco quebrado e ter um chiclete no cérebro. Um atordoamento relaxante, por assim dizer.

    "Lord Only Knows" é aberta por um grito horripilante para então se transformar em um delicioso pop ao mesmo tempo ensolarado e ruidoso, de ritmo pulsante e com linhas vocais excelentes. E quando você pensa que Beck estava voltando à normalidade, ele deixa a música quase que esquizofrênica, e por outras vezes quase folk, enquanto Beck canta que apenas deus sabe o quanto está tarde para voltar atrás.

    A seguinte, "The New Pollution" começa com vocais e teclados desencontrados para que a bateria imprima um ritmo constante, compondo uma das melhores músicas do disco, também com um dos refrãos mais em destaque, contagiante ao extremo. Com o passar da música, vemos uma letra cheia de metáforas sobre a solidão, com instrumentos de sopro que deixam a música com um quê de sensualidade.

    Uma das sessões percussivas mais interessantes nos é mostrada em "Derelict". Beck dá suas vocalizações mais desleixadas, com uma voz pastosa combinando com a letra, que fala sobre uma noite em que tudo deu errado. Os muitos ruídos que acompanham a incansável bateria chegam a dar a sensação de estar perdido.

    "Novacane" é uma das mais diversificadas do álbum. Melodias relaxantes combinam com scratches, daí a pouco temos um momento dançante e Beck cantando uma marra rapper incrível enquanto ruídos eletrônicos não se aquietam. OK, sabemos que a cabeça do rapaz não funciona como a da maioria, mas temos uma das letras mais complexas então, onde uma letra de estrada se funde a termos científicos e biológicos.

    Guiada por belas e tranquilas cordas, essa é a balada "Jack-Ass". Bonita em todos os sentidos, de líricas e vocalizações nostálgicas, falando tanto sobre solidão quanto relacionamentos desgastados. Nem as ritmadas batidas inseridas na música conseguem quebrar a beleza inerente da canção. A música chega no seu ápice pessimista quando, no seu final, o som de um burro atacado chega aos ouvidos.

    Outro dos sucessos do álbum, esse é "Where It's At". O tradicional folkdélico rapper de Hansen, com samples e scratches repartindo espaço com cordas e efeitos viajantes. O refrão é forte, direto e até mesmo pesado. Uma música sobre decadência social que sempre desemboca com Beck respondendo sobre os equipamentos de gravação que possui. Maravilhosamente exótica.

    "Minus" é a que mais se aproxima do rock alternativo que era feito na época - um baixo sujo, uma guitarra distorcida e ruidosa e uma bateria direta e na lata, alternando cadência e velocidade, mas sempre com muito peso. Aqui testemunhamos um Beck apocalíptico de uma forma quase bíblica na letra. Verdadeira porrada na orelha.

    Aberta por um assobio, "Sissyneck" então prossegue com uma cozinha forte e marcante como principal destaque. Ao chegar no refrão, a música fica mais pop e acessível, até voltar para os versos repetitivos e fortes. O pessimismo inerente ao mundo de Hansen se faz mais presente que nunca, onde ele avisa "não fale comigo se você estiver procurando por alguém para ser consolado". E tudo acaba com mais um grito demente...

    "Readymade" pisa no freio, com o baixo ressoando quase como uma cama e a bateria seguindo lenta, e as melodias surgindo de forma esparsa, competindo espaço com efeitos eletrônicos. Até o jazz tem seu espaço em alguns momentos, onde na letra o cantor está desesperado para fugir da vida que leva.

    A penúltima leva o nome de "High 5 (Rock The Catskills)", onde um início sampleado de "Desafinado" de João Gilberto (influência de infância do cantor) logo se transforma em uma música de fundo eletrônico recheado de graves e voz microfonada, com vários outros samples de vozes de rappers de Los Angeles. Um Beck de voz rasgada partilha o refrão com um coro de várias pessoas. Extremamente inventiva.

    O álbum enfim encontra seu final, em "Ramshackle", uma balada onde Beck tenta se redimir de todo o seu pessimismo e sai em busca de arranjar ânimo para continuar andando e cantar mais uma canção. Realmente, após tanta maluquice, o mais bizarro seria encerrar tudo com uma música mais convencional... E com um barulho repetido e irritante ao seu final após mais de dois minutos em puro silêncio.

    É engraçado notar que, há mais de uma década, poucos podem se gabar de poder competir com Beck Hansen. Definitivamente, um artista que não se vê por aí todo dia. Capaz de tocar do acorde mais melódico e careta até o pancadão eletrônico mais irritante, tudo posto no contexto do mundo de ruídos que só existe na cabeça do cantor, e que ele felizmente faz questão de botar para fora caso tenha qualquer idéia diferente. Resumindo, um cara para se chamar de genial.

    Marcadores:

    posted by billy shears at 11:26 PM

    6 Comments:

    Blogger Anyachronic disse:

    cacete bêr, sempre que eu entro aqui esqueço como voce já é profissa em resenha, eu nao conheço muito Beck, mas lendo o que você escreve tudo parece melhor hahahahaha XD
    adorei!!!

    1:13 AM  
    Blogger Isa disse:

    bah, não ouço mto beck XD

    6:48 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    nunca ouvi este disco.

    11:11 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Uau, as suas resenhas ARREPIAM, Ber! O:
    E Beck arrepia também XDD
    Só não concordo que o Odelay seja melhor que o Mellow Gold.... :X

    Beijo ber, e sucesso ae =D~

    8:34 PM  
    Blogger gabriel disse:

    nunca ouvi beck ;P

    8:37 PM  
    Blogger Carmem Luisa disse:

    Nunca ouvi, mas agora me interessei, Bêr! *olhinhos salientes*

    4:14 PM  

    Postar um comentário

    << Home

    _______________________________