No mesmo ano em que, nos Estados Unidos, Kurt Cobain disparava contra a própria cabeça declarando o último ano do grunge sob os holofotes do mainstream, no outro lado do Oceano, no Velho Mundo, mais especificamente na terra da Rainha, um grupo de garotos de Manchester começava a dar seus primeiros passos em direção ao sucesso, com seu álbum "Definitely Maybe" - sucesso este que teve sua semente plantada no final dos anos 80 e início dos 90, com bandas também inglesas e também de Manchester feito Stone Roses, Happy Mondays e Inspiral Carpets. Essas bandas que prepararam o terreno para que, ao decorrer da década do CD, o Oasis, o Blur e o Supergrass vissem o estrelato.
Com a formação composta pelos polêmicos irmãos Liam Gallagher nos vocais e Noel Gallagher nas guitarras principais e backing vocals, completada pelos músicos Paul Arthurs na guitarra ritmo, Paul McGuigan no baixo e Tony McCarroll na bateria, a banda demonstra desde cedo suas influências de rock clássico, principalmente dos Beatles, que o Oasis sempre fez questão de fazer referência sonora, lírica e visual. Outras influências aparecem aqui e ali, como The Who, Rolling Stones, Neil Young, Smiths e os já citados Stone Roses, entre outros.
"Rock 'n' Roll Star" faz jus ao título: um rock dos brabos como abertura. Após a guitarra começar sozinha, os outros instrumentos entram acompanhado. Liam canta sobre a vida de um Rockstar, guiado pela luz dos holofotes e encarando as pessoas que dizem que essa vida é apenas um desperdício de tempo, mas que logo ficam nas mão deles. Seria esta a primeira demonstração de arrogância Gallagheriana? Afora isso, a música tem um refrão contagiante, daquele a ser bradado repetidamente. Noel solta um solo quase lisérgico nos momentos finais da canção, interrompido por Liam repetindo o refrão.
A primeira música polêmica do disco vem em "Shakermaker", que, com exceção da letra, é um plágio da música "I'd Like To Teach The World To Sing", que era utilizada em comerciais da Coca-Cola, o que fez a empresa mover um processo contra os irmãos. Um rock de melodias gutiarreiras agradáveis, bateria reta e letra leve e que convida a pessoa a ficar feliz e agitar com o eu-lírico.
A próxima é "Live Forever", uma balada deliciosa, um dos muitos hits que o Oasis emplacou, esta considerado um dos grandes clássicos do Rock inglês dos últimos tempos. Com uma sonoridade mais pop que as anteriores, e com o refrão mais melódico ainda, com Liam e Noel até utilizando-se de falsetes ao final, onde em uma ingênua letra ele afirma: "Talvez eu apenas não acredite/Talvez você seja igual a mim/Nós vemos coisas que eles nunca verão/Você e eu iremos viver para sempre". Linda.
"Up In The Sky" retoma a verve roqueira do disco, com um riff simples e marcante, que abre espaço para um rock básico e despretensioso (ao menos nessa canção...), que tem todos os clichês do estilo, como um refrão crescente, paradas de bateria para a guitarra solar e Liam cantar... O que não torna uma canção necessariamente ruim. Na letra, Liam observa pessoas que parecem ser majestosas e estar acima se darem mal e ficarem na mesma situação que ele, e ele então questiona como a pessoa se sente.
Tem início "Columbia", que tem um início um tanto quanto psicodélico, com sons e ruídos atmosféricos, que abre espaço para um Rock de guitarra presente e inflamada e com pouco mais de seis minutos, com um clima contagiante, que compõe uma bela música, que apesar de não ser uma das mais conhecidas do álbum, não compromete a qualidade do mesmo. Na letra, o eu-lírico parece confuso, afirmando "O que eu ouvia não é o que eu ouço/Eu vejo os sinais mas não estão muito claros" e "Mas eu não posso lhe dizer como eu me sinto/Porque a forma que eu me sinto é nova para mim". E é impossível não dar destaque ao excelente solo de Noel, que apesar de ser construído em cima de poucas frases, é feito de forma contagiante.
Outro hit: "Supersonic" é uma melódica e distorcida semibalada que, com esses e outros elementos, ajudaram a definir a cara da banda. Uma bela performance vocal por parte de Liam divide espaço com um exemplar Noel, que entre riffs, frases, bases e solos, mostra-se muito seguro e competente no seu cargo, criando passagens que ficam na cabeça e não saem de imediato. A confusão, o romance, a arrogância e a inocência se misturam em uma agradável letra.
"Bring It Own Down" é a mais pesada do disco, com algumas das guitarras mais distorcidas e a velocidade da bateria nitidamente maior. Uma letra com ares de autodescritiva aparece em versos como "Você é o desterrado - você é a classe inferior/Mas você não se preocupa - porque você está vivo", possivelmente fazendo referência à origem humilde dos irmãos e sua atitude absolutamente 'I don't care' em relação à várias coisas.
E quem diria que um dos muitos hits do álbum também é um plágio? Eis a resposta: um fã de Marc Bolan. "Cigarettes and Alcohol" é um plágio de "Get It On" do T. Rex, só que adaptado aos moldes do Oasis, como vê-se no refrão em que Liam dá um estilo próprio à quase-cover. Se tem dúvidas, basta ouvir o riff, o solo, o refrão... Enfim... Em matéria de plágio, é até inesperado, pois você imagina um bando de caras com cabelo tigela ouvindo T. Rex? Seria mais provável eles copiarem os Kinks, o Who... ou os Beatles, certo, detratores? A letra é bem junkie ao afirmar logo nos primeiros versos "É minha imaginação/Ou finalmente encontrei um estilo de vida digno para mim?/Estava procurando por alguma ação/Mas tudo que achei foram cigarros e álcool".
"Digsy's Dinner" é um rock mais simples, com passagens mais melódicas e outras mais distorcidas em uma agradável e rápida alternância. Uma inusitada letra, onde Liam promete tratar a garota como uma rainha, dando tudo do bom e do melhor para ela, e fazer os amigos dela ficarem enjoados, dando uma lasanha propositalmente estragada... Sem contar os versos mais que ingleses "Que vida poderia ser/Se você pudesse vir na minha casa tomar um chá"...
Início melódico em "Slide Away", revelando uma canção cadenciada, com uma bateria linear e forte, fazendo base às discretas melodias de guitarras de Noel - nos versos, um destaque menor. O grande destaque fica para os excelentes arranjos vocais, onde é posta uma letra apaixonada para Liam cantar. A guitarra de Noel parece subir em volume no solo dessa canção de seis minutos e meio. O refrão, apesar de bem repetido, é bastante carismático. A canção desaparece em fade-out.
E o final vem com "Married With Children", composta apenas de dois violões e voz com um desempenho relaxado e natural de Liam, ideal para um canção acústica, onde ele exprime a chateação de se relacionar com uma pessoa imatura, como dizem os versos "Eu odeio a maneira que você faz apesar/De saber que você está errada você diz que está certa" e "Eu odeio seu jeito irônico/E você não é tão esperta/Você pensa que tudo que faz é fantástico", mas também revela ser bastante infantil ao decorrer da letra. E apesar da briga dos dois, logo, logo, eles estarão unidos de novo.
Não hesito em dizer, uma das melhores estréias de todos os tempos. Só não é o disco definitvo da banda porque ainda viriam os igualmente excelentes "(What's The Story) Morning Glory?" e "Be Here Now", compondo uma espécie de 'trilogia definitiva'. Uma banda que, de início, já sabia o que queria, que tipo de som tocar, e até mesmo de quem plagiar. Tudo bem que o ego dos irmãos Gallagher é gigante - o que muitas vezes já ameaçou até a durabilidade do Oasis -, mas dê um desconto. Quando a música feita é boa, compensa. Afinal, se fosse por causa de ego gigante, aposto que Led Zeppelin, Pink Floyd, Mutantes, Stooges e tantos outros, não passariam de uma boa porcaria, certo?
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13 Comments:
ah véi, sem palavras. oasis é do caralho, e o definetely é fodao, mas ainda prefiro o morning glory
abraço ber
Esse cd é bom, mas eu concordo com o augustinho que o melhor é o morning glory... Oasis é legal, mas eu não consigo ouvir muito, enjoa muito rápido :|
Mas a resenha tá ótima, ber!
Te amo :*
P.S.: Sem contar que o Oasis plagia (plagia? plageia? enfim...) todo mundo :P
apesar da minha antipatia pelos Gallagher's, ainda acho o Oasis uma boa banda. não é uma banda FOOOOOOODAAAAAAAAA, de se ouvir todo dia, mas é legal.
gosto das letras, acho o instrumental (na maioria das vezes) bem rroooccckkk =)
esse cd aí, eu terminei de ouvir. baixei as músicas que faltavam... e curti =)
boa resenha ber
bjs!
O Oasis tenta plagiar, mas acaba se embaraçando durante o álbum. A música é boa, concordo. Mas faltam músicas deles, e não plágios de outras bandas. O bom é que as cópias não saem idênticas...
Bem, eu gosto de Oasis, mas esse ego inflado deles me enche o saco...
boa resenha ( eu gosto mais do What's the story ( morning glory)?
oasis é tão foda =}
e eu acho o definitely o melhor (tomates!). e depois o sotsog (tomates!).
e acho que a pedantice deles é só mais um charme de inglês, heheh
Ahn, concordo com a Luisa.
essa banda é uma boa merda, imitadores baratos dos beatles.
oasis é a melhor banda do muuundooo
oasis é a melhor banda do mundooo e qq cd ou qq musica seja plagiuo ou naum é fooooddaaaa
Este comentário foi removido pelo autor.
povo burro, fala sem conhecer nada...
conheço beatles desde q nasci (meu pai é beatlemaníaco) e oasis desde os 11 anos (tenho 25) e digo com total segurança: oasis não tem NADA A VER com beatles, propostas totalmente diferentes...
referências a beatles?
tem várias!
plágios?
muitos tb, mas tudo na medida certa, tudo dentro da essência deles, sem querer ser outra banda, pois oasis possúi uma qualidade raríssima desde sempre na música q é identidade, é aquela banda q vc identifica quem é em apenas alguns segundos de qualquer música.
dizer q faltam músicas deles é de uma falta de conhecimento tremenda, escutem e procurem conhecer ao invés de apenas seguir oq a maioria burra e desinformada diz.
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