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    quinta-feira, junho 02, 2005
    Kiss-Destroyer


    Cá está mais um álbum seminal do Hard Rock da década de '70, talvez a década mais produtiva, falando em termos de Rock And Roll. Clássico após clássico eram lançados, as vezes até pelas mesmas bandas. Uma destas muitas eram o Kiss, uma das poucas bandas a alcançar uma formação consagrada e histórica (assim como Beatles, Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple e Iron Maiden).

    Além de ter uma formação consagrada como uma marca de ferro quente, outra marca registrada, é, obviamente, as identidades assumidas pelos quatro integrantes (diga-se de passagem, a banda foi uma das inventoras do corpse-painting ao lado de 'Tia' Alice Cooper). O vocalista e guitarrista Paul Stanley se transformava em um ser andrógino, com uma estrela enfeitando seu olho direito. Gene Simmons, baixista e vocalista, encarnava o demônio. O guitarrista Ace Frehley transformava-se em um alien prateado. E o baterista Peter Criss era o gato (o animal gato, e não o adjetivo sinônimo de 'bonito'...).

    Lá para o meio da década de '70, o Kiss teve uma de suas fases mais produtivas. Foram seis álbuns em três anos, desde que a banda lançara o álbum "Dressed To Kill", que contém o hino do Rock And Roll ao lado de Stairway To Heaven, "Rock And Roll All Nite", explodiu para o mundo com o primeiro "Alive!", lançou talvez o seu melhor álbum, "Destroyer" , "Rock And Roll Over" foi lançado no mesmo ano e só parou para respirar depois de "Love Gun" e "Alive II".

    "Destroyer" é magnífico. A criatividade de fazer música dos quatro combinada com a habilidade assombrosa do produtor Bob Ezrin (que trabalhou com nomes como Pink Floyd e Led Zeppelin) pariu um dos melhores álbuns do Hard Rock e do Rock And Roll em geral.

    Então vamos, lá. Uma narração de rádio feita por Gene Simmons, seguida do barulho de um motor de carro sendo ligado, é o rádio tocando o refrão de "Rock And Roll Nite", para logo depois um riff superconhecido invadir o seu cérebro. O vocal de Paul Stanley é totalmente empolgante, o baixo de Gene Simmons é forte e presente, e outro presente aqui é um solo mágico feito por Ace Frehley. A letra fala sobre um motorista de caminhão que viaja para a cidade de Detroit, sabendo que a qualquer momento pode acontecer algo e ele vai sofrer um acidente e morrer. Algo que se concretiza em seu final, com um barulho de explosão. "You gonna loose your mind in Detroit Rock City..."

    O barulho da guitarra emenda a anterior com "King Of The Night Time World", outro petardo musical, Rock And Roll dos bons para ficar pulando, um refrão excelente, e guitarras mais grandiosas ainda. Seja consumido pelo Rock And Roll!

    Uma única explicação para tal álbum é plausível: querem fazer o ouvinte se acabar de tanto agitar. Clássico após de clássico! "God Of Thunder" tem um início com um grito de criança para logo o baixo e a voz rouca e grave de Gene Simmons entrarem destilando o poder. Sonoridade densa, crua e ríspida são a tônica da canção. Nos shows, é o momento que Gene aproveita para sair voando e cuspir sangue em cima da platéia; o que proporcionava um tesão maior ainda para os shows de rock-teatro do Kiss.

    Pianos e os corais da Orquestra Sinfônica de New York são explorados na pisada no freio "Great Expectations". Um refrão de matar é o destaque principal da música, ficando grudado na memória alguns vários minutos após uma ouvidela.

    A diversão do Rock And Roll tocado em volume máximo volta em "Flaming Youth". Como o Kiss já é acostumado a fazer, a música é agitação pura. Se você quer uma festa agitada e animada, ponha o "Destroyer" para tocar no talo umas três vezes!

    "Sweet Pain" tem um início quase que mágico e novamente uma levada pra lá de empolgante, do tipo de tocar fogo em qualquer lugar e fazer todos cantarem o refrão com a força dos pulmões. Não se preocupe se você morrer por excesso de agitação-o seu cadáver continuará dançando!

    Mais um clássico. "Shout It Out Loud" toca mais fogo ainda. Paul e Gene repartem os vocais em uma das faixas mais animadas do álbum. É pretexto para todos saírem dançando, sozinhos ou acompanhados, sentindo o Rock tomar conta de corpo e mente. O refrão simplesmente repete o nome da música, convidando todos a gritarem, dançarem e agitarem.

    "Beth"...clássico na doce voz de Peter Criss. É uma balada orquestrada. Com uma letra quase banal, é verdade, mas que voz, Peter. Que voz. O vocal já justifica tudo. É pensar que essa música quase não entra no álbum. Só entrou mesmo para agradar Peter. Paul e Gene pensaram que a música seria fracasso total, mas bem...virou um dos muitos clássicos do álbum. Dependendo da sua emotividade, com certeza ela pode te arrancar lágrimas.

    Paul Stanley volta a cantar em "Do You Love Me?", com um dos melhores refrões do álbum. Nos convida a voltar à dançar. Esqueça por um segundo as tantas preocupações da vida e curta o momento especial que é ouvir essa música. Logo após, tem-se um momento curto com o público urrando misturado ao refrão de "Great Expectations".

    Enfim, para quem quer entender a importância e magnificência dos anos '70, esse é um dos álbuns absolutamente necessários. Representa um dos auges da carreira do Kiss, quando a criatividade da formação clássica estava apurada e afinada. Como já dito anteriormente, é um álbum indispensável em um festa de Rock And Roll. Pegue uma cerveja, comece a pular com seus amigos e "Shout it, shout it, shout it out loud..."...

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    posted by billy shears at 6:34 PM

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