Uma banda que, sem dúvida, sempre vai ocupar lugar na história da música pesada com certeza é o Motörhead. Comandado por Mr. Lemmy Kilmister, que há mais de 30 anos cuida do poderoso baixo e do cavernoso vocal, influência grande de qualquer um que se aventure a cantar de forma gutural. Também dono de letras sarcásticas e irônicas, ele é o principal responsável por essa banda que agrada e influencia a gregos e troianos, de headbangers a punks.
"Iron Fist" data de 1982, e é o sucessor natural da obra-prima definitiva da banda, "Ace Of Spades" (de 1980) e do destruidor ao vivo "No Sleep 'Till Hammersmith" (de 1981). A sonoridade do álbum é inconfundível, a velha e inalterada mistura que dura até hoje, a fusão de Heavy Metal, Hardcore e Rock And Roll. O tanque sonoro sustentado pelo baixo de Lemmy é botado nas rodas em alta velocidade pela bateria furiosa de Philty 'Animal' Taylor e dispara para todos os lados com a guitarra flamejante de 'Fast' Eddie Clark. O vozeirão de Lemmy anuncia que o massacre está por vir.
Isso se vê logo na primeira faixa, a título, "Iron Fist". Um verdadeiro punho de aço na cara, entra detonando tudo, e contando com um ótimo refrão. O baixão de Lemmy se faz muito presente como de costume e Eddie nos dá um ótimo solo, para logo descambar no refrão outra vez. Só acometido de surdez para ficar parado ao som dessa música. Uma das melhores do álbum.
A segunda música, "Heart Of Stone" inicia com um grande riff de guitarra e segue com Lemmy berrando a letra. O refrão empolga, mesmo sendo curto, simples e rimado. É um verdadeiro grude, convidando ao bate-cabeça sem parar.
"I'm The Doctor" inicia com a bateria sendo espancada e um riff super bem sacado e um vocal com tom de ironia por parte de Lemmy, assim como a letra. Apesar de um pouco diferente, é um ótimo exemplo do que o Motörhead sempre foi e é capaz de fazer.
E também "Go To Hell" pode ser classificada como uma da melhores. Cheia de energia por todos os lados, com um dos melhores riffs e refrões de todos o álbum. "You can go to hell, goodbye to you!", canta Lemmy, nessa verdadeira porrada na orelha.
Outra pérola é "Loser", com um início feito por Eddie tirando um dos riffs mais instigantes do álbum. As linhas vocais de Lemmy sofrem bastante influência de Rock And Roll básico. A bateria aqui não é executada com tanta velocidade, mas tem seus bumbos e pratos espancados na medida certa. Uma música de extremo bom gosto, definitivamente.
"Sex And Outrage" traz um início grandioso e é uma das mais rápidas do álbum, talvez a mais aproximada do Hardcore. Tem um bom refrão, mas que até poderia ser melhor.
Trazendo um riff pesadão e uma letra ácida, "America" traz uma das melhores linhas vocais cantadas por mr. Lemmy. O solo de Eddie Clarke é outra tirada de mestre.
Retomando a velocidade no talo "Shut It Down" tem ótimos e empolgantes vocais. Mais um convinte ao bater de cabeça que impede o corpo de relaxar um segundo. Se procura sossego, Motörhead em definitivo não é sua praia, baby.
Iniciado por um baixo que remotamente lembra "Ace Of Spades", "Speedfreak" deve ser a música mais conhecida do álbum ao lado da faixa-título. Combina velocidade da bateria hardcore de Philty e um refrão contagiante, e desnecessário dizer que Eddie dá mais um solo belíssimo de presente. Enfim, sem mais delongas, o título descreve a música.
"(Don't Let 'Em) Grind Ya Down" começa por um curto solo e simples de bateria e descamba em peso e fúria. Talvez seja a música onde Lemmy canta com voz mais grossa. Arrisco a dizer que ela tem o solo mais rock and roll do álbum.
A penúltima canção, "(Don't Need) Religion" traz a letra mais forte do álbum, e um começo instigante seguido por um riffzão básico e poderoso. Traz uma das guitarras mais pesadas do álbum e talvez o mais breve solo.
Seguindo e fechando com "Bang To Rights", outra com uma das veias mais Rock And Roll do álbum. É básica do Motörhead, se você conhece e gosta, já deve ter uma noção de como é.
A versão remasterizada em cd traz nada menos que CINCO faixas bônus. A primeira é "Remember Me I'm Gone", poderosa e veloz, um chamado urgente ao bate cabeça e sacode cabeleira (mesmo se você for careca)! As outras são versões alternativas de outras músicas do álbum, "(Don't Let 'Em) Grind You Down", "Lemmy Goes To The Pub" (de "Heart Of Stone"), "Same Old Song, I'm Gone" (de "Rembember Me, I'm Gone") e "Young And Crazy" (instrumental de "Sex And Outrage"). Boas, sem dúvida alguma, mas com certeza o álbum sobrevive sem elas.
Então, não é preciso conhecer muito de Motörhead para afirmar toda a potência e qualidade da banda. Ano após ano, entra década e sai década, a infalível fórmula da banda atrai cada vez mais fãs, admiradores e obcecados. Uma banda que quase nunca saiu do topo e que hoje se encontra com outra formação clássica: Lemmy ainda no baixo, Phill Campbell no lugar de Eddie Clark e Mikkey Dee, na minha opnião o melhor baterista que a banda já teve, esse time sendo responsável por verdadeiras patadas feito "March Or Die", "We Are Motörhead", "Hammered" e o mais recente "Inferno". Viva e glórias ao Motörhead, sinônimo não só de Metal e Punk, mas de Rock And Roll forte e agressivo.
"Maybe I am a dinossaur,
But I'm a Tyrannosaurus Rex, baby,
I may not have my own teeth
But I've still got teeth..."
-Lemmy
Marcadores: Resenhas
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home