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    domingo, maio 08, 2005
    Pantera-The Great Southern Trendkill



    Saudade, essa palavra demonstra o sentimento de muitos em relação ao Pantera. Enquanto muitas bandas hoje querem somente “imitar”. Imitar Helloween, Iron Maiden, no punk, imitar Green Day. Pantera foi uma das poucas bandas dos anos 90 a ser original, assim como Faith No More e Nirvana, não se referindo ao estilo, e sim o cenário do rock em geral.

    Pantera é uma banda de Thrash Metal, com certa pegada heavy, antes fazia o famoso “glam rock” ou “hard-rock farofa”, mas dentro do metal é um caso especial, pois nunca teve uma fase ruim e nunca decepcionou os fãs enquanto esteve fazendo metal. É inegável a grandeza desta banda no Thrash Metal, que ganhou Grammy de Heavy Metal, elevou o Thrash Metal nos anos 90, chegando ficar em primeiro lugar nos EUA com o álbum Far Beyond Driven. O grupo era formado pelo Philip Anselmo no vocal, Rex Brown no baixo e pelos irmãos Dimebag Darrell na guitarra e Vinnie Paul na bateria. Darrell era um fenômeno nas seis cordas, se tornou influência de várias bandas e foi um dos maiores guitarristas de metal, pena que ocorreu uma tragédia e ele acabou sendo vitima da violência que ele tanto criticava na música.

    O álbum desta resenha é o The Great Southern Trendkill, o álbum mais critico da banda, onde eles mostraram que não estava para brincadeira, atacavam a mídia, inclusive a MTV, se recusavam a dar entrevistas para revistas consagradas, e repudiavam o modismo musical da época, talvez o álbum que eles mais jogaram com a verdade. Vamos lá!

    Caramba! Isto aqui é Pantera! Pulei da cadeira aqui, o álbum já começa com um grito descontrolado de Phil Anselmo e uma quebração pra tudo quanto é lado, a faixa título do álbum, The Great Southern Trendkill começar destruidora, e reveza entre um riff empolgante, e um peso e velocidade impressionante, onde o vocal do Phil é extremamente rápido, e alguns gritos ensurdecedores. A faixa depois segue com uma pegada heavy nos solos até acabar. Simplesmente do caralho, essa é uma das obras primas do grupo se tratando de peso e ferocidade!

    War Nerve, começa com um riff dançante, e passa para uma seção muito boa de riffs e batidas, a faixa é foda demais, meu deus. A variação da batera do Vinnie é grande, o legal mesmo é o barulho do prato combinando com o baixo de Rex Brown na música. Como característica marcante das musicas do Pantera, o baixo é bem notado na musica toda. Phil Anselmo com seu vocal de destruir e gritando como um louco, o baixo de Rex acompanhando a velocidade da batera de Vinnie na hora do pedal. Tem uma das seções mais avassaladoras de todo o álbum. A faixa é um das melhores, principalmente ao vivo, onde Darrell varia com riffs dançantes e furiosos!

    Drag The Waters começa com uma guitarra crua, um riff que parece indicar “perigo”, como a capa do álbum, uma cobra doida para dar o bote, e começa com um famoso grito do Phil que vai sumindo lentamente. A música segue, apesar de não ter muita variação de riffs, a faixa consegue te prender, e o que dita o ritmo é a batera, a guitarra marca as mudanças de tempo, e você não consegue parar de cantar junto com o refrão “Drag the waters some more, like never before”, segue para um solo puxado de Darrell, a faixa acaba de uma vez com um dos gritos de Phil.

    Em 10’s, a faixa começa com uma guitarra baixa, que vai aumentando com a chegada da batera e do baixo, a música dá muito destaque para o vocal de Phil Anselmo no começo, em um momento que o Phil sussurra entra um solo muito bom, de encantar, a música segue com uma melodia muito legal e volta para o riff do refrão. O solo é bonito e em termos de melodia um dos mais belos do álbum. Excelente faixa, que diminui um pouco a voracidade da banda, que estava a mil.

    Caramba, que bateria é essa da 13 Steps To Nowhere, não consigo ficar parado, depois falam de um tal de Joey do Slipknot, olha o que esse Vinnie Paul faz na bateria meu deus, ele é um gênio do bumbo duplo, ele é rápido, e é muito técnico, chegando a se comparar com bateristas de blues. A faixa é de delirar, empolgante, principalmente por causa da bateria e do baixo, que tem uma batida trabalhada, combinando perfeitamente com os riffs puxados e ora rápidos de Darrell, e o vocal de Phil acompanhando as batidas. Depois de uma faixa dessa, o que falar de Vinnie? Ele é simplesmente um cavalo na batera. A faixa fala de varias coisas, se olharmos para o título, é uma critica forte a sociedade, que a maioria vaga sem rumo, perdido, onde não procuram melhorar em nada a sociedade.

    Suicide Note Pt I começa com alguns barulhos estranhos, e depois entra o Darrell com o violão, a faixa segue tranqüila, acústica, sem bateria, somente o violão, o vocal do Phil Anselmo limpo, sem gritos e que soa muito bom, ótima pra ouvir com quem agente gosta, a faixa é bastante bonita, apesar da letra retratar o sofrimento de alguém que tenta até se matar.

    Jesus amado, eu preciso bater cabeça, que isso, começa com uma bateria parecendo uma metralhadora, esses são os cowboys do inferno! É Suicide Note Pt II! Velocidade, com muito peso e técnica, eles arrebentam com tudo. Na letra, o sofrimento anterior é justificado, e é a faixa do álbum onde o Phil mais grita neurótico, descontrolado, berrando como um louco sem parar, a faixa é uma das mais arrebentadoras de pescoço de todo o álbum, mostrando toda a potência e fúria da banda, agressiva do início ao fim. Riffs empolgantes, bateria rápida, o baixo técnico, vontade de pegar um tijolo e sair destruindo tudo igual um doido!

    Esse álbum está me deixando com torcicolo já, Living Through Me (Hells’ Wrath) continua o álbum com muita empolgação no riff inicial, e no refrão tem uma pegada heavy a guitarra, como característica do Pantera, e chega uma parte da música que o Phil começa sussurrar, fica sombria e a música chega a dar um pouco de medo pelo barulho no fundo. De repente, com um grito descontrolado de Phil, volta com tudo e quebrando tudo com os riffs. A faixa é muito boa mesmo.

    Floods, esta faixa merece uma atenção especial, a melhor composição do álbum, uma das melhores composições do Pantera. A faixa tem um feeling, um encantamento na melodia, ela faz você entrar diretamente em contato com sua letra, você começa a filosofar, pensar no porquê do mundo ser tão cheio de guerras, violência, mortes e movido pela ganância de poder. A faixa mostra realmente a qualidade musical e a enorme criatividade da banda, que consegue revezar em momentos de melodia perfeita e em momentos de fúria. Há um barulho de chuva em algumas partes da faixa, que ajudam bastante a passar o clima da faixa. Na faixa há o solo mais belo de todo o álbum, o solo transmite todo sentimento da letra, o vocal do Phil Anselmo está muito bom, revezando em ora sussurrado, ora normal. A faixa termina bela como começou, com uma das mais lindas melodias de Darrell na guitarra. O carisma de Darrell combinando beleza e fúria na guitarra no álbum é algo magnífico. Dá até vontade de chorar com o encerramento brilhante da faixa.

    The Underground In América volta para o peso tradicional, com um pedal duplo de enlouquecer, parece que o Vinnie é um robozinho com as pernas, parece um bombardeio no Texas! Que isso, uma seção de riffs porrada, caraca, sessão para bater cabeça sem parar, que loucura! Cerveja boa meu, quanto mais o cara toma cerveja, mais o cara canta, o vocal do Phil está impecável, mostrando a potência de sua voz, sendo um dos melhores vocalistas, senão o melhor, do Thrash Metal. A faixa exige bastante do vocal dele, por ter até uma certa rapidez, ele consegue gritar e fazer mudanças rápidas com a voz.

    Sandblasted Skin é como se fosse uma continuação da faixa anterior, pois começa com o grito do Phil que terminou a ultima faixa, segue um riff com muita empolgação e uma batida enlouquecida da bateria, Darrell continua fazendo riffs para arrancar miolos com seu irmão na bateria fazendo ritmos e viradas fodas. A faixa vai abaixando e desaparecendo lá pelos 3 minutos, dá a impresão de que o álbum acabou e eles esqueceram de fechar, pois segue silencioso até 5 minutos, onde o som baixinho volta aumentando devagar e fecha o álbum com o riff que começou a faixa.

    O álbum é uma obra prima do Pantera e entraria fácil para uma lista de melhores álbuns de Thrash Metal. Isso sim é uma banda de metal: técnica, agressiva, que sabe aliar melodia e peso nas músicas, além de ter uma criatividade monstruosa para fazer música, a saudade é grande, e deixa um vazio no coração dos thrashers e amantes do metal pesado. Pantera se resume em: álbuns porrada, energia total nos shows, e uma cozinha de dar inveja em muitas bandas, pois Darrell e companhia eram acima da média, o exemplo disso é o The Great Southern Trendkill, pois o álbum exige e muito, pela constante variação que há nas faixas. Não hesite em levar algum álbum do Pantera, pois todos os álbuns são excelentes da fase metal. The Great Southern Trendkill, um álbum polêmico pelas críticas e pode ser considerado um dos trabalhos de mais dedicação da banda, que mais procurou aliar melodia, sem esquecer da fúria e agressividade do som e das letras, talvez o melhor álbum. Um álbum que eu destaco do Pantera, além dos de estúdio é o álbum Oficial Live 101 Proof, registro único da banda ao vivo, onde eles mostram o que fazem ao vivo, é de ir a loucura, a banda destrói, é de matar as versões de New Level, Walk, 5 Minutes Alone, War Nerve, Suicide Note Pt II, Cowboys From Hell, etc...

    Encerrando com uma frase de critica, que se encaixa como uma luva nos dias de hoje, da música The Great Southern Trendkill:
    “Fuck your magazine, and fuck the long dead plastic scene, Pierce a new hole, if Hell was "in" you'd give your soul”
    “Foda-se a sua revista, e foda-se a cena descartável, fure um buraco novo, se o inferno estivesse na moda, você entregaria sua alma”.

    Dimebag Darrell R.I.P.

    Marcadores:

    posted by Anônimo at 11:35 PM

    1 Comments:

    Anonymous Anônimo disse:

    PanterA was the best band ever existed! RIP Dime

    9:04 AM  

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