Para quem acha que o início dos anos 90 foram monopolizados pelo grunge, alguns álbuns dizem o contrário a isso. A maioria favoritada ao grunge é incontestável, mas discos como o pirado "Angel Dust" do Faith No More, o sempre lembrado "Fear Of The Dark" do Iron Maiden e o petardo "Cowboys From Hell" do Pantera deram uma bela levantada no que não era grunge. Fala-se aqui do último dos três exemplos.
O Pantera, ex-banda de glam rock, ou "metal farofa", aparecia na mídia Rockeira cavando uma imagem suja e violenta, apresentando sonoridade e letras nada sutis. Contando com o monstro Phil Anselmo nos vocais, o estupendo guitarrista que agora já descansa em paz 'Dimebag' Darrel Abbot, a fera, digo, o irmão de Dime, Vinne Paul na bateria armando uma cozinha detonante com Rex Brown, baixista, o álbum tem um pouco da sonoridade herdada do seu anterior, "Power Metal", o primeiro com Anselmo nos vocais. Herança, que, aliás, seria esquecida com o passar do tempo, pois a partir daí o Pantera ficaria cada vez mais pesado, agressivo e insano.
Ao álbum, sobram elogios, apesar de não ser fã ardoroso de algumas bem poucas canções do álbum. A faixa-título já entra quebrando tudo, impossível ouvir e não se lembrar do seu riff inicial. O solo também é algo memorável. Dimebag se mostra o guitarrista certo, muita banda não chegaria aonde quer nem com dez guitarristas, e o Pantera só precisou de um. O refrão de fácil memorização e que incita empolgação para berrá-lo junto com Phil e comparsas é outra razão para tornar a música um hino.
O álbum continua quebrando tudo em várias faixas, como nos vocais incessantes da porrada "Primal Concrete Sledge", a insanidade do petardo "Psycho Holiday", e na magnífica "Cemetery Gates", que nasce lenta (com a voz limpa de Phil soando quase como a de Chris Cornell do Soundgarden), cresce repentinamente, e quando parece ficar lenta outra vez, pesa tudo. Podendo ser chamada a canção cadenciada do álbum, virou clássico para os headbangers. Outros destaques merecidos surgem em "Domination", com passagens mais metal, outras mais hardcore, "Clash With Reality", talvez a mais aproximada do Thrash tradicional ao lado de "Message In Blood".
Na época, o álbum causou muito barulho, o que abriria portas para a banda ficar cada vez mais violenta no seu som e Phil ter envolvimento com substâncias ilícitas. A junção desses dois fatores foi crescendo cada vez mais, as letras ficando cada vez mais autobiográficas e hostis, e o som cada vez mais brutalmente inaudível (do jeito que um headbanger gosta), o que pareceu atingir seu ápice em The Great Southern Trendkill.
Resumo da epopéia: Estréia fulminante para o grande público, o álbum faz a alegria de qualquer headbanger e é altamente recomendável. Metal destilado em homéricas doses de porradaria. Falando em poucas palavras: Clássico total, pérola metálica. Pantera Rocks!
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