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    quarta-feira, novembro 14, 2007
    Black Sabbath - Black Sabbath


    Não há como negar: em se tratando da história da música contemporânea, o Black Sabbath é um dos nomes mais inventivos, originais e influentes que se tem notícia. Um dos grupos que realmente ajudou com que o Rock And Roll desse um passo à frente em sua caminhada através das décadas. Originários de uma cidade industrial chamada Birmingham, quatro jovens vindos de grupos que nunca deram em nada foram pioneiros em apostar em uma imagem dark e em um som distorcido, intenso e sombrio. Esses quatro são mais do que conhecidos nos dias de hoje : o vocalista Ozzy Osbourne, o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward. Vindos de famílias trabalhadoras e estudantes de escolas medíocres, a juventude inglesa pobre na época só via três alternativas possíveis: trabalho duro, perigoso e extenuante, gangues com a esperança de conseguir bens de consumo que o trabalho nunca pode pagar... e música. Ao redor do mundo, a história se mostraria a mesma com filhos de famílias de recursos limitados vendo a música como a única alternativa possível para um futuro desgastante e sem perspectivas de melhorias. Vide bandas como o Led Zeppelin, The Stooges, Ramones, MC5, toda a cultura hardcore/street punk na Inglaterra, EUA e Brasil...

    Formado das cinzas dos grupos Rare Breed e Music Machine, a banda angariou desde cedo uma fama de maldita. Quando ainda não existia todo um conceito em torno deles, a banda chocava pela extrema esquisitice do modo de seu vocalista cantar e agir no palco - com uma postura esquizóide, sacudindo a cabeça e lançando olhares hostis ao público - e também pelo hábito de tocar extremamente alto, o que lhes valeu a expulsão de praticamente todos os bares de Birmingham na época. O temperamento excêntrico da banda, adeptos de bebida e encrenca, só ajudava a sujar o nome deles ainda mais. Dois nomes, aliás: primeiro, como Polka Tuk, que afundou pelas inúmeras brigas de bar, depois, como Earth, que foi para o buraco após a banda ter sido chamada por engano para tocar em uma festa de gala - show este que fez parte da burguesia inglesa tremer nas bases ao presenciar toda a potência sonora que vinha por aí...

    Então, entre um show e outro do Earth, Geezer Butler foi ao cinema. Foi ver o filme "Black Sabbath" (que foi lançado aqui no Brasil sob o nome de "Black Sabbath - As Três Máscaras do Terror"), uma película da Hammer, principal produtora de filmes de terror da época, narrada pelo clássico ator Boris Karloff (o primeiro a dar vida ao monstro Frankenstein da escritora Mary Shelley) e dirigido pelo italiano Mario Bava em que três aterrorizantes histórias eram apresentadas. Ao final do filme, Boris Karloff dizia o seguinte:

    "Pronto. Não lhes parece que devia terminar assim? Com os fantasmas não se brinca, porque eles se vingam... Bem, chegamos ao fim de nossas histórias e agora infelizmente devo deixa-los. Mas tomem cuidado quando voltarem para casa. Olhem ao redor, olhem para trás. Cuidado quando abrirem a porta, não entrem no escuro... Sonhem comigo! Nós nos tornaremos amigos!"

    E o silêncio reinou na sala de cinema. Todos olhavam uns para os outros, assustados e perplexados. Observando isso, Geezer viu a moral da história: as pessoas pagavam certa quantia de dinheiro não para se divertir, mas para se assustar, ficarem chocados, paranóicos e assustados ao andar pela rua de noite. Creio que a idéia tenha sido captada pelo leitor. A idéia ficou na geladeira quando foi levada a Tony, Ozzy e Bill. E já era uma banda com certo interesse no assunto - um dos poucos interesses de Ozzy na escola era ouvir o professor lendo Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft, enquanto Geezer sempre foi um estudioso de temas como ocultismo, tarô e outros. A idéia só foi levada às vias de fato quando o Earth tocou no Star Club da Alemanha e decidiu experimentar a temática sombria. Nascia então o Black Sabbath, e com ele, todo o heavy metal - de forma visual, conceitual, temática e sonora.

    E assim, o Black Sabbath assinava com a Vertigo, mesmo o clima não sendo muito bom dentro da gravadora, já que seus executivos preferiam um som mais bicho-grilo. Som este que já parecia estar com os dias contados após a morte de ícones hippongas como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Brian Jones, o conturbado fim dos Beatles e eventos violentos como o de Altamont, onde um jovem que apontou uma arma para o palco foi assassinado a facadas por Hell's Angels durante o show dos Rolling Stones. Tudo apontava que anos desesperançosos e hedonistas vinham em trilhos furiosos. E o Black Sabbath foi uma das bandas que mais representou esse espírito. Apesar de todos os mitos envolvendo satanismo, esqueça - muito além do choque barato, a banda discutia demônios muito mais presentes que o bíblico - eram os demônios de cada dia, aqueles instalados em cada pilar da sociedade. Ou como o próprio Ozzy explicou, "O Sabbath foi uma reação contra aquela merda toda de paz, amor e felicidade. Era só olhar em volta e ver que bosta de mundo a gente vivia".

    E assim, em plena sexta-feira treze, pela bagatela de 600 libras inglesas e em apenas oito horas, o produtor iniciante Roger Bain e os quatro pé-rapados de Birmingham saíram de lá com o auto-entitulado "Black Sabbath". Revolucionário, ousado, indignado, um verdadeiro atestado de fúria, crueza e violência. Um peso ruidoso, sujo e seco, com a mixagem amadora evidenciando a levada mastodôntica de Tony Iommi e a truculência e casca-grossa da cozinha de Geezer e Bill. E claro, também tinha a voz de Ozzy - mórbida, demencial, diferenciada, um estranhamento como poucos. Basicamente, esse era o Black Sabbath - para a crítica, um bando de macacos tocando sons pré-históricos, para o público, o próximo passo do Rock And Roll. E aqui constatamos a razão de não poder dar muito crédito a uma crítica "especializada".

    E o choque que devia ser em pleno 1970, na noite de sexta feira para sábado, olhar para a capa em que uma sinistra mulher olha um ponto indefinido. Da vitrola, começavam a vir o ruído da chuva atingindo o chão. E então, entra o riff de guitarra de Iommi como se fosse um estrondo elétrico e distorcido. Essa é a música que leva o nome da banda, "Black Sabbath". "O que é isso parado na minha frente?", pergunta Ozzy aterrorizado. Da forma mais macabra possível, a banda descreve o encontro de um homem com o próprio demônio em carne e osso. É narrado o pânico que o fato causa na população, a angústia de descobrir ser o escolhido e não haver escapatória para ninguém. A cada grito de Ozzy, a música explode em seus acordes sombrios e os bumbos de Bill ficam mais presentes que nunca. O baixo de Geezer faz a música ter um tom sufocante que poucas bandas conseguiram igualar até então. E, chegando ao seu final, a música cresce em velocidade, intensidade, medo e aflição. "É o fim, meu amigo?", pergunta Ozzy, "Satã está se aproximando...". É de deixar embasbacado não importa o número de audições. A música irá SEMPRE continuar gelando a espinha e dando um nó na garganta. Quase quarenta anos depois, ainda surte o mesmo efeito.

    Então, começa a soar uma gaita que Ozzy havia furtado de um empregado da Vertigo. E então... Mais cacetada. "Manhã nublada/Nuvens no céu/Sem avisar/O mago ainda por aí". "The Wizard" é rápida para os padrões da época, com a guitarra de Iommi soando cortante ao sair pelas caixas de som e a bateria de Ward rufando e sendo espancada sem dó nem piedade com uma pegada fortíssima. A música desfila entre o vocal insano de Ozzy, machadas guitarreiras no córtex,e a cozinha funcionando como um trator em que o condutor estivesse ensadecido e com vontade de atropelar tudo. A gaita contribui com um charme indescritível, dando espaço para Ozzy cantar "Nunca falando/Apenas andado/Espalhando sua magia". É... O paganismo finalmente desembarcava na cultura pop!

    "Behind The Wall Of Sleep" é onírica, apesar de estar mais para um pesadelo. Com um baixo etéreo de Geezer destoando entre a rifferama gritante de Tony, a música teve a letra escrita pelo baixista baseado no contato com a literatura do escritor H.P. Lovecraft. Ou a música corre em ritmos alucinados ou então embarca em uma lisergia cadenciada e maldita, um psicótico Ozzy parece falar simplesmente sobre o momento da morte, o calafrio sentido quando alma e corpo separam-se. Ou estaríamos apenas sonhando?

    Então, tem início uma das linhas de baixo mais básicas, essenciais e geniais da história do rock. Uma introdução tão perfeita e magnífica só podia vir acompanhado de uma música no mesmo nível. "N.I.B." é o clássico da vez agora. Em uma letra ousada para a época, Ozzy canta como se fosse o próprio Lúcifer em primeira pessoa, apaixonado por uma simples mortal. "Você é a primeira a ter esse meu amor/Para sempre comigo até o final dos tempos". A música cai de ritmo no refrão, apenas para explodir novamente, isso sem contar um dos melhores solos já compostos e gravados por Tony Iommi, algo de cair o queixo. Genialidade juvenil e latente, em todos os quesitos. "Olhe nos meus olhos, você verá quem eu sou/Meu nome é Lúcifer, por favor, agarre a minha mão".

    "Evil Woman" é um tanto polêmica. É um cover de uma música pop dos anos sessenta que a gravadora Vertigo impôs que a banda gravasse. Não dava, a banda já estava chocante demais para a época - o som não era psicodélico ou folk, as letras não eram pacíficas e utópicas, eles se vestiam de preto dos pés até a cabeça. Então foi imposto que pelo menos uma música mais pop a banda deveria ter em seu repertório. O resultado disso foi uma performance preguiçosa por parte da banda - todas as características que chocavam até agora continuam presentes, mas Ozzy não faz questão de praticar suas interpretações ensadecidas, a cozinha é apenas precisa e não fosse pelo peso, o solo de Iommi pareceria com tantos outros da época. A letra fala da relação do eu-lírico com uma mulher cruel que adora jogar com ele. Uma das únicas músicas que a banda nunca tocou ao vivo, recusando-se terminantemente.

    A mais cadenciada do disco, essa é "Sleeping Village", introduzida por cordas tétricas e a voz de Ozzy contando sobre uma vila amaldiçoada a ter de dormir para sempre. Ironicamente, diz para o ouvinte sentir-se em casa. Então, a banda explode em um longo número instrumental, o blues-jazz-heavy-rock que só a banda sabia fazer, com momentos de destaque para todos os instrumentistas. Provavelmente, era o momento que Ozzy utilizava para descansar as cordas vocais. E que Iommi aproveitava para destilar mais solos elétricos, Geezer esbanjar suas geniais linhas de baixo e Ward fazer mais uma vez com que o ouvinte se sinta em um pelotão de fuzilamento.

    Vem "Warning", introduzida pelo baixo e dando espaço para que os outros instrumentos apareçam timidamente e cresçam monstruosamente, na letra mais apocalíptica sobre dor-de-cotovelo já feita. Abandonado pela mulher que amava, o eu-lírico vê tudo ruindo, o sol tornando-se uma mancha escura, e é dominado pela aflição de ter sido deixado sozinho. Mas esqueça os outros instrumentistas, se é que isso é possível. Quem brilha aqui é Tony Iommi, no auge da sua criatividade; caso o ouvinte esteja curioso para saber porque alguns consideram este homem um gênio, essa é A música, camaradas - solos, solos e mais solos, rápidos, cadenciados, jazzísticos, viajantes, hipnóticos, heavies, rompendo em estouros elétricos... Sinceramente, o homem é um mestre. Dez minutos e meio de guitarras em êxtase.

    E, com o advento do CD, finalmente foi permitido conhecer como parte integrante do disco a música que o Sabbath tocava ao vivo no lugar de "Evil Woman": "Wicked World", essa sim, uma autêntica pauleira que só esse quarteto vindo de uma cidade proletária saberia fazer. "O mundo hoje é semelhante a algo perverso/A luta continuará entre a raça humana/As pessoas vão trabalhar apenas para ganhar dinheiro/Enquanto as pessoas do outro lado do mar/Estão contando os mortos", canta Ozzy na música mais política da bolacha. Entrando como se viesse a galope acima da bateria, a guitarra soa mais desafiadora e direta do que nunca. Compassos lentos e rápidos para variar compõem OUTRO clássico... Em se tratando de Black Sabbath, nunca é demais.

    Depois desse disco, ainda viriam os anos de ouro da banda - em que a banda lançou nada menos que outras cinco obras de arte da música pesada em seqüência. Ouvindo tudo em sequência, não é nem um pouco difícil de entender porque apenas poucas bandas como Led Zeppelin e Deep Purple tiveram a mesma importância que o Black Sabbath nos anos setenta - o espírito rebelde e corajoso rendeu um legado gigantesco - o heavy metal, o grunge, o stoner rock e muitas bandas de rock alternativo atual devem as calças ao Black Sabbath, e não têm vergonha nenhuma de admitir. Enfim, é difícil encerrar sem cair no que já foi tantas vezes repetido - e esse é mais um dos casos que muitos caracteres não servem nem um pouco diante da força da música em si.

    We Sold Our Soul For Rock And Roll!

    Marcadores:

    posted by billy shears at 12:31 PM

    9 Comments:

    Blogger gabriel disse:

    Caralho, ta de brinks111 DISCO FODASSO, BANDA ULTRA FODÁSTICA!!!

    Classicão do início ao fim. Ultra orgasmático e gozante.

    9:39 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Este disco é fantástico. Dizer isso chega a ser dispensável. Uma coisa interessante que eu notei é como ele está dividido em duas partes. Eu vejo uma linha muito clara neste disco. Uma vez saí para dar uma volta a pé, na boa, sem pensar em nada e levei este CD no walkman.

    As quatro primeiras músicas acabaram virando hits da banda, são mais coesas e mais ajustadas, já as últimas faixas são totalmente viajantes.

    Não sei se eles pensaram nisto, talvez não, mas o álbum parece que acaba na N.I.B. e começa um outro diferente a partir da Evil Woman.

    Classicão. Indispensável.

    Abraços,
    Luis

    10:34 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Só existe rock de verdade por causa deles!

    1:22 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    ''We Sold Our Soul For Rock And Roll!'' me lembra o filme do jack black em busca da palheta feita do dente do diabo! hahaha

    6:18 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    macaaabra a história! gostei xD

    pena que não posso dizer o mesmo sobre a banda :/ ;x

    6:23 PM  
    Blogger Carmem Luisa disse:

    Seguintch:
    1) Todos os melhores riffs são do Black Sabbath.
    2) Muitos (ou a maioria d) os melhores riffs do Black Sabbath estão neste álbum.
    3) Ozzy é um dos lesados mais fodas do rock 'n' roll.
    4) Essa velha da capa me dá calafriiiios. Assim como o som do Black Sabbath!

    E é por isso que eu amo rock 'n' roll, baby! \m/

    6:42 PM  
    Blogger Carmem Luisa disse:

    P.S.: Seria a velha da capa a Mona Lisa?

    6:48 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    resenha emocionante!
    perfeita demais! só faltou falar mais de Evil Woman! dfdgmofihghmsopfpdmso! xD

    hail sabbath! \m/

    :***

    8:23 PM  
    Blogger Gabriel M. Faria disse:

    assino abaixo de mr. bluesy bernie.

    o/

    8:48 AM  

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