Desde que Janis Joplin começou a berrar no microfone, o 'estilo das guitarras' deixou de ser propriedade exclusivamente masculina. De Janis, Heart e Fletwood Mac ontem chegando à nomes como Arch Enemy, Otep e Heaven Falls hoje, passando por Babes In Toyland, Bikini Kill e Kittie - e também, como esquecer da cena gótica e melódica com muitas garotas entrando em suas fileiras? Após as mulheres começarem a arriscar no Heavy Metal mais tradicional, agora uma nova tendência que vem surgindo é a invasão da música mais extrema por forças femininas. A banda carioca de Thrash Metal Scatha, formada por Rebecca Schwab (vocal), Julia Pombo (guitarra e voz), Paula Leão (guitarra), Cíntia Ventania (baixo e voz) e Cynthia Yuen (bateria) revela-se bastante promissora, mostrando bastante influências de Metallica, Slayer e Pantera, mostrando que Thrash não é coisa só de homem, qualquer um pode fazer se souber o que está fazendo - e pelo direcionamento de suas músicas, as garotas tem tudo para dar certo. Acompanhe as respostas da guitarrista Julia Pombo em entrevista feita pelo Dangerous Music.
Dangerous Music: Em primeiro lugar: a idéia inicial era ter uma banda formada apenas por mulheres?
Julia Pombo: Sim! Inovar é sempre legal.
Dangerous Music: Vocês acham que podem sofrer algum preconceito vindo da ala masculina? Por que, convenhamos, o que estamos habituados a ver é mulheres tomando conta apenas do vocal.
Julia Pombo: Não só achamos como já sofremos. Sempre antes do show escutammos pessoal falando "Que mané Scatha! Mulher não sabe tocar", e os mesmos vem, após dos shows, nos parabenizar.
Dangerous Music: Concordo, o som é realmente de cair o queixo! Eu sinceramente não esperava algo tão agressivo assim. Você concorda que as músicas tem momentos inspirados no Slayer fase 'trinca de ouro' com algo da fase mais agressiva do Pantera?
Julia Pombo: Com certeza! Slayer e Pantera são uma das bandas que mais escutamos, que mais nos influenciou e nos levou pra esse lado Thrash!
Dangerous Music: Inclusive, falando sobre o Pantera, de fato eu achei as linhas vocais de Rebecca Schwab bem inspiradas no Phil Anselmo, com vocais ora limpos e ora rasgados. Por acaso ela é uma fã do Phil ou só canta como o estilo adotado pela banda pede?
Julia Pombo: Bom, para falar a verdade ela tem maior influência do James Hetfield do Metallica. E as partes rasgadas, constratando com as limpas, na Breaking Proves, Foram feitas por mim e pela baixista Cíntia.
Dangerous Music: Ah sim. E agora, a pergunta vai para a lírica da banda. As raivosas letras da banda parecem ser de conteúdo bem pessoal. Quem toma conta de escrever o que Rebbeca tem que cantar?
Julia Pombo: A nossa baixista Cìntia! Em seus momentos de raiva e nervosismos, se acalma passando tudo pro papel (risos).
Dangerous Music: E pelo jeito, a raiva dela faz bem à sonoridade da banda (risos). A banda já chamou a atenção de alguma gravadora?
Julia Pombo: Não, ainda não. Porém, a música "Breaking Proves" foi para a coletânea de um evento em Rio Claro - SP o "Festival de Rock Feminino", no qual, fomos chamadas para tocar e não pudemos participar por problemas pessoais de algumas integrantes.
Dangerous Music: E a resposta do público? Tem sido positiva de uma forma geral?
Julia Pombo: Até então estamos tendo ótimas respostas! Pessoal elogiando, agitando nos shows, baixando as músicas, comprando camisas! Nada mais gratificante do que ver seu trabalho sendo reconhecido pelo público.
Dangerous Music: E a agenda de shows? Anda muito lotada?
Julia Pombo: Estávamos tentando manter pelo menos um show por mês.
Mas já tivemos dois shows cancelados. Tocar no Rio de Janeiro tá ficando cada vez mais difícil. Casas de shows em péssimo estado, organizadores que só pensam no dinheiro e por aí vai.
Dangerous Music: De fato, eu acho, essa falta de apoio dificulta bastante o desenvolvimento de uma cena carioca forte e representativa. Digo isso porque o Rock sulista se tornou tão famoso, consagrado e elogiado porque lá o apoio dado às bandas é considerável. Tirando isso, quais são os projetos da banda para um futuro próximo?
Julia Pombo: Exato, no Rio as bandas cover são mais privilegiadas, e algums bandas muito boas e com músicas próprias, ficam no anonimato.
Queremos até final do ano ter uma média de 10 música e gravar um cd-demo ao algo do tipo. Fazer show, conquistar nosso espaço, e mostrar que mulher também sabe banguear! (risos)
Dangerous Music: O direito de bangear está aberto à todos que quiserem chacoalhar o coco! (risos) Bem, agora o espaço é seu para mandar algum recado ou o que der na telha.
Julia Pombo: Queria agradecer primeiramente ao pessoal da Dangerous Music pela paciência e pela entrevista, são movimentos como o de vocês que ajudam o Underground Carioca não morrer.
E todo o pessoal que vem dando apoio a Scatha, seja indo aos shows, escutando as músicas, deixando scrap no orkut e tópicos na comunidade, e até comentando no fotolog. Nossa melhor satisfação, depois de tocar, é ver uma resposta positiva do pessoal =).
Keep Thrashing!
Os discos que Julia Pombo está escutando ultimamente:
Carcass - Heartwork
Pantera - Cowboys From Hell
Metallica - Black Album
Death - Individual Thought Patterns
Slayer - Todos
Anthrax - The Greater of Two Evils
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Ei, psit! Ficou interessado na banda?
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8 Comments:
Ae Ozzy! Foda! Valeu mesmo pela entrevista!
Isso ai só ajuda o cenário a sair desse buraco! haha
Boa sotre ai pra vcs! :D
massa!
as gurias estão tomando conta do Rock!
uhuuuul
opa, mulher no vocal e nos instrumentos comanda. poxa moh legal essa iniciativa de divulgar bandas independentes pq tem mta coisa boa por aí que nao consegue um espaço pra se lançar! curti msm. e parece qeu conheço akela d blusinha da harley d lagum lugar O.o
Valeu pela entrevista aê!!
E escutem a Scatha... toda divulgação é válida hoje em dia... underground carioca é foda.....
Não gosto muito de trash não,mas vou conferir,arece ser uma boa banda.
Concordo,a cena rock no Rio é muito caída...infelizmente as modinhas e o rock de mentira imperam. =\
Eh foda a falta de apoio msm, acontece isso d+ msm, uma exemplo disso eh aki em Goiás, o WC Masculino, uma banda de hardcore/grindcore/algumacoisacore foi fazer um show em Anapolis para umas 10 pessoas..., + isso não é só no interior de Goiás não, a Light Years, uma banda underground daki foi fazer um show em SP pra 4 pessoas...
É foda, pior ainda quando o WC vende o álbum deles que é um split por 5 conto pra ver se arrecada dinheiro pra ensaiar.
Pensa que ter formar uma banda é fácil, hahaha o inferno é bem próximo se vc tenta se profissionalizar..
Gostei da matéria, e idependente de ser mulher ou não é irrelevante isso.
Caralho, parabéns à Scatha! Nada de frescura, som direto e muito bem feito. Enquanto os riffs de "Own War" me lembraram demais Pantera, "Breaking Proves" com seu mix de Metallica com Slayer me fez inconscientemente balançar a cabeça na frente do computador . Hahaha, as meninas acertaram direitinho o meu gosto musical, mesclando peso e melodia com muita competência.
Novamente, parabéns!
Scatha na veia /../
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