Acho que nem será necessário meu comentário inicial sobre o Slayer, porque eu já falei tudo sobre o que a banda representa e significa no mundo nas ultimas resenhas que eu havia feito sobre a banda. Todos sabem que é uma das bandas junto com Black Sabbath e Venom a ter um certo interesse, ou por questões de bater de frente com uma sociedade hipócrita e com valores totalmente sem sentido ou por uma apreciação fascinante em enxergar um lado diferente da vida e abraçar o lado mais obscuro de poder enxergar o mundo.
Dave Lombardo, baterista, acabou saindo do Slayer na época por desentendimentos e outras coisas que com certeza não é problema nosso e com certeza sempre acontecem essas coisas, principalmente se estão a tanto tempo juntos, às vezes alguém precisa de um tempo (isso parece filosofia amorosa, mas pode ter certeza que é verdade). A dúvida era: quem assumiria as baquetas de uma das bandas mais intrigantes e extremas do mundo? Os guitarristas Kerry King e Jeff Hanneman juntamente com Tom Araya, colocaram na banda alguém já conhecido no Thrash Metal, o ex-Forbidden, Paul Bostaph.
Tá certo, um novo baterista, mas o que eles iriam aprontar depois de um trabalho histórico e excelente como o "Seasons In The Abyss"? Com um ano de atraso (sim, o álbum era para ser lançado em 1993, mas só foi lançado em 1994) o "Divine Intervention" fez questão de causar mais polêmica ainda em torno do Slayer, e vou explicar melhor o por que disso.
Primeiramente pelo encarte. Só o encarte já dá arrepios e faz qualquer bandinha infantil de Black Metal ficar tremendo nas calças! Uma capa que indica um lado de terror, mas ao mesmo tempo intrigante, uma espécie de fascinação macabra. Mas o ponto principal da polêmica levantada é o encarte aberto trazendo várias reportagens e fotos: “Music + Violence”, “Music To Kill Cops By?”, “The widow of a man murdered by three skinheads over lyrics by the rock”. Isso mesmo! O fato de a música influenciar nos atos de violência, e o Slayer assim como várias bandas de rock e metal são acusadas de influenciar esses atos. Outro fato de muita polêmica é o Slayer mostrar no encarte a devoção que seus fãs tem pela banda, mostrando um braço de um fã que cortou SLAYER no próprio braço, provavelmente deve ser a banda que tenha os fãs mais devotados e consiga deixar todos eles insanos.
Mas por que o "Divine Intervention"? Porque talvez seja o álbum mais aterrorizante e macabro que eu pude escutar, tanto liricamente como sonoricamente. Imagine você lendo uma das obras do mestre do terror Stephen King e escutando o "Divine Intervention", cujo último tem um tema cheio de insanidade: Assassinato. Escutando o álbum, você tem a mesma sensação que o menino Danny no Hotel Overlook, de O Iluminado, a sensação de medo, mas ao mesmo tempo de curiosidade e fascinação, cuja ultima de difícil explicação, e até a palavra REDRUM ecoando na cabeça, mas a diferença é que na cabeça de Danny era ao contrário, já na nossa é MURDER!
Mas como o assunto não é livro, ou filme e que eu enrolei bastante para tentar passar uma noção para vocês do que é o álbum, vamos a resenha!
O álbum já começa com uma seqüência matadora de Paul Bostaph na bateria, esmagando sua cabeça com o bumbo duplo e já dizendo de cara: “Não estou aqui por acaso”, a faixa "Killing Fields" começa com toda uma expectativa para o que virá pela frente, com riffs bem esmagadores e permanentes, com velocidade moderada, dando destaque para as viradas de Paul Bostaph, a faixa segue num ritmo bem moderado, até explodir numa fúria de riffs e bateria acelerada e Tom Araya cantando com todo o ódio “A choice is made of free will, just like the choice to kill”. A letra é sobre o que se passa na cabeça de um assassino e frases como a acima cuja significa “Uma escolha é feita de vontade própria, como a escolha de matar”.
Segunda faixa, " Sex. Murder. Art." começa uma destruição de um riff de abrir qualquer roda de hardcore, e uma velocidade descontrolada das guitarras de Kerry King e Jeff Hanneman juntamente com Paul Bostaph e seu repertório rico de viradas e bumbo duplo, faixa curta, mas uma das mais matadoras do álbum, e uma das letras mais críticas da banda, que fala sobre os estupradores cuja o refrão é berrado brilhantemente por Araya: “You're nothing/ An object of animation/ A subjective mannequin/ Beaten into submission/ Raping again and again” que significa: “Você não é nada/ Um objeto de animação/ Um manequim subjetivo/ Gasto dentro da submissão/ Estuprando de novo e de novo”.
"Fictional Reality" começa com uma guitarra brutal e depois quem manda é o groove, com um bumbo duplo de Paul comandando a música e riffs fixos de Kerry King e Jeff Hanneman, e no meio da faixa, Paul faz um clima parecido do começo de Criminally Insane (faixa do álbum Reign In Blood) dando destaque as guitarras, faixa bem trabalhada, com solos muito legais. E uma letra que joga duro com uma crítica nada indireta ao governo como o começo em: “Crisis feeds the lunacy/ All fear the new machine/ Consumed democracy/ Returns a socialist regime” que quer dizer: “Crise que alimenta a loucura/ Todo o medo, a nova máquina/ Democracia consumida/ Volta a um regime socialista” e no refrão: “Treachery, misery, violence, insanity/ Scavengers closing in/ Covering the truth again/ Castrate society/ Fictional reality” que diz: “Traição, miséria, violência, insanidade/ Os limpadores se aproximam/ Cobrindo a verdade de novo/ Castre a sociedade/ Realidade fictícia”.
"Dittohead" é uma das faixas mais insanas e matadoras que eu já pude ouvir de alguma banda. Furiosa, impiedosa, tanto os instrumentos como o vocal é extremamente acelerado, aquela faixa que dá vontade de você socar todos os políticos corruptos e todos os hipócritas, em geral socar todo mundo que quer te ver na desgraça, socar até professores (hehehe). Uma das faixas que mais transmite energia e devoção pela banda, que dá vontade de fazer alguma loucura, nem que seja sair correndo pelado na rua gritando Slayer! A letra expõe muito um fato de se libertar do governo usando a agressão, e olha que a faixa consegue muito bem passar o sentimento da letra.
"Divine Intervention" é uma faixa bem trabalhada, não muito rápida e com grande destaque em Tom Araya que passa quase a faixa toda berrando no estopim da voz, fora a batera de Paul Bostaph bem presente, com aquela pegada animal, e um solo muito bom. É curioso num momento da faixa aparecem várias vozes fazendo apelações, é um pouco melancólica a faixa, e pelo que interpretei, diz sobre alguém que foi condenado sem piedade e não consegue olhar para face de Deus e apenas sente dor.
"Circle Of Beliefs" volta com a mais velocidade, batera moendo no inicio novamente e variando de momentos grooves com momentos velozes e raivosos, o destaque fica pelo refrão que torna a música um prato irresistível, faixa de quebrar os ossos do pescoço de tanto bater cabeça, uma das melhores faixas do álbum! A letra é sobre “círculo de crenças”, cujo ciclo chega a um ponto que a única solução é a morte, pois a loucura é algo que está intenso, permanente.
A faixa 7 também há bons momentos de velocidade e groove, e com um riff bem cavalo e umas viradas criativas a faixa começa bem cadenciada no vocal e é outra faixa com um refrão bem marcante, ela vai variando bem e chega um tempo que ela vai esmagando sua cabeça com os riffs e batidas aceleradas na maior parte do tempo. "SS-3" tem todo um contexo, muitos dizem que essa música justifica os boatos do Slayer ser nazista, mas é tudo uma ladainha sem fim, não acredite nessas bobagens que muitas pessoas falam por aí, o Slayer não tem nada de nazista. A letra fala sobre as cruzadas e o absolutismo, envolvendo sangue, assassinato, repressão, e uma justificativa bem notória pelo título do álbum: Divine Intervention (muita imaginação das pessoas, viu).
"Serenity In Murder" começa assassina com um riff impiedoso, como uma metralhadora, fazendo qualquer um querer abrir uma roda de hardcore na pesada, e segue com um vocal diferente de Tom Araya, uma fala que parece aterrorizante e ao mesmo tempo melancólica, a sensação é a mesma do título da faixa, que significa serenidade no assassinato, e isso fica tão notável principalmente pela serenidade do vocal em algumas horas. Uma das faixas mais surpreendentes, por toda a atmosfera que ela cria em torno da letra e do tema, que fala sobre um assassino frio, que não sente nada ao tirar a vida de uma pessoa.
A faixa "213", digamos que é uma faixa muito sombria e que passa uma alterna em momentos de sensação de fúria e outros de solidão, e essa solidão, esse vazio e essas sensações um tanto estanhas e diferentes está muito bem expresso na faixa, pois a momentos bem cadenciados e outros bem furiosos, e você também consegue reparar esses momentos alternados no vocal de Tom Araya, que é bem expressivo, que até conta algumas vezes com segundas vozes dele mesmo.
Última faixa pra levar qualquer um à nocaute! "Mind Control" é brutal e extremamente esmagadora, neste exato momento estou com uma vontade de sair quebrando meu quarto inteiro, nada como uma faixa destas para fechar um álbum do Slayer! Kerry Kin e Jeff Hanneman são imbatíveis no entrosamento, na velocidade e nos riffs do Thrash Metal, um das duplas mais afiadas da história, e Paul Bostaph veio mostrar que não tinha sido chamado à toa para fazer um álbum com o Slayer, e um vocalista que só com os olhos consegue levar uma platéia ao delírio em um show, com uma cozinha destas, quem não se renderia? A faixa fala sobre o controle da mente, a manipulação, o medo ecoando nas mentes.
Enfim todos sabem que o Slayer é uma das maiores bandas que se eternizaram defendendo uma proposta e um ideal, e que serviu de muita influências para muitas bandas e até para a vida das pessoas, muitas pessoas acreditam em vários deuses e buscam ídolos para se inspirarem, no meu caso e de várias outras pessoas o Slayer é uma grande lição de superação, uma justificativa para a vida, que é lutar pelo o que acredita. Podem falar, xingar, mas eles fizeram história, assim como os Beatles, porque assim como eles, o Slayer tinha um ideal e até hoje luta por ele.E fiquem de olho, Dave Lombardo voltou, e o Slayer vai gravar o próximo álbum com o tema: “Os ataques terroristas na visão dos terroristas”, como sempre polêmico, assim como a banda sempre foi: intrigante e de certo modo fascinante. E fiquem de olho, talvez Slayer vem esse ano em uma turnê pelo Brasil, e muitos fãs devotados vão poder conferir uma das bandas mais empolgantes e energizadas ao vivo!
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8 Comments:
Concordo, de fato, o Slayer é uma das maiores bandas do mundo, e que mudaram a forma de se ver a música pesada, pois foram thrash quando a agressividade era novidade, death quando o gênero estava se consolidando e speed quando outros começavam a arriscar músicas mais rápidas que o normal.
Sobre o Slayer ser nazista... Isso é ridículo. Qualquer acusação é prontamente dissolvida quando se tem a consciência que Araya tem descendência chilena.
Enfim, pusta banda e ótima resenha!
Abraço.
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Só uma palavra:
SLAYYYYYEEEEEEEERRRRR
Parabéns ae Orc , vc conseguiu descrever bem o que o Slayer representa na música extrema! Mas é so escutando mesmo pra sentir a desgracera que é a banda , foda demais mesmo =/
Tamo esperando as proximas resenhas Darkin =D
Um chute na bunda! vlw , flw! =D
Slayeerrrr!!!,esse disco é foda, tem o monstro Paul Bostaph na batera
Salyer!!!!! A banda satanista favorita da galera da minha cidade!!!!
slayer é bom...e tem vocal nigga \ ,,/
SLAAAAAAAAYEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERRRRRRRRRRRRRRRRRRRR
NUM TEM BANDA MELHOR KRA...
MTU BOM...MELHOR KI THE USED E ESSAS COISAS GAYS!!!!!!!
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