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    sábado, fevereiro 04, 2006
    Smashing Pumpkins - Machina|The Machines Of God


    Dizem por aí que cada década do Rock tem um artista que a define por completo. Elvis nos anos 50, Beatles nos anos 60, Led Zeppelin nos anos 70, U2 nos anos 80 (claro que não por uma questão de preferência minha - são o que os outros dizem, antes que alguém venha me dar uma pedrada)... E nos anos 90? Seria óbvio falar no nome do Nirvana... Mas aí vêm à sua cabeça nome de outros artistas muito imporantes para o período, como Radiohead, Pantera, Marilyn Manson, Faith No More e os Smashing Pumpkins. Então, enquanto essa pergunta não é respondida, vamos ficar com essa resenha.

    "Smashing Pumpkins? Quem são esses caras?" Em Chicago, um tal de Billy Corgan, um cara que desempenhava na escola as funções de crítico musical para o jornal estudantil, aluno exemplar de médias altas para o professor, arruaceiro para os colegas e 'um cara estranho, que fala estranho, se veste estranho e ouve coisas estranhas' para o resto. O próprio Corgan declarou mais tarde que odiava tudo aquilo e nunca suportou o 'clima de inveja e avareza' presente no colégio. Iniciado nas artes da guitarra aos 14 anos, impressionado por nomes como Black Sabbath (um de seus grupos preferidos), Cheap Trick, David Bowie, Judas Priest, Jimi Hendrix e Beatles (bem... difícil seria alguém não ser influenciado por Beatles. Quer dizer... Existe alguém não influenciado pelos caras? Hohoho, que utopia...).

    Quandro graduou na escola, resolveu que ia tocar música. O cara já tinha uma banda chamada The Marked (nome recebido devido a um sinal de nascença que possui nas mãos) e parou de jogar basquete no time da região. Um companheiro de sua banda na época falou que ele não se concentrava em nada, apenas em tocar e compor. Quando a banda acabou, Billy voltou para Chicago e foi trabalhar em uma loja de discos, onde começou a ouvir mais artistas de diferentes estilos, como os protopunks Stooges, aos jazzistas Miles Davis e Jonh Coltrane. A década de 80 ia acabando, e Corgan conheceu James Iha na loja onde trabalhava.

    Então, no bar Avalon, Billy começou a discutir com uma garota loira sobre a qualidade de uma banda que tocara lá, que atendia pelo nome de Dan Reed Network. Durante a troca de farpas, a garota declarou-se baixista. O nome dela? D'arcy. Billy Corgan trocou telefones com ela para fazer um teste para ver se D'arcy talvez entrasse na banda.

    Quando precisaram de um baterista de verdade, eles contrataram um cara que era baterista de jazz e estava sem grupo: Jimmy Chamberlin. O esforço da banda resultou em uma abertura para o Jane's Addiction.

    Daí em diante, todos nós conhecemos: "Gish" e "Siamese Dream" preparam o terreno para a obra-prima resultante da genialidade de Billy - ou no mínimo compulsão obssessiva por perfeição de Corgan - o tal "Mellon Collie And The Infinite Sadness", que tem o singelo título de disco duplo mais vendido da história.

    Dois anos depois do "Mellon", foi lançado "Adore", um disco sutil e triste, quase sem nenhum peso e com a eletrônica permeando muitas músicas do disco - não que eles já não tivessem usado tal recurso no "Mellon Collie...", mas agora esse lado da banda transparecia muito mais. Sem Jimmy Chamberlin, que foi afastado da banda devido a problemas com drogas, e com a morte do tecladista Jonathan Melvoin decorrente de uma overdose de heroína, sem contar as constantes discussões de D'arcy com Billy Corgan, tudo parecia acabado para os Pumpkins. Há os que diziam que a banda ia acabar, devido à decepção sonora que "Adore" tinha sido aos fãs radicais.

    Então eles lançaram "MachinaThe Machines Of God". Um disco que reafirmava que os Pumpkins continuavam mais vivos do que nunca, talvez conseguindo um equilíbrio perfeito entre as guitarras pesadas de "Mellon Collie" e a delicadeza de "Adore". O disco estréia direto na terceira posição da Billboard Top 200. D'Arcy sai da banda ao final das gravações do álbum (que passa a excursionar com Melissa Auf Der Maur, ex-baixista do Hole). Disco este que acabou sendo o último da banda, que acabou ao final da "The Sacred And Profane Tour".

    Trazendo o peso de "Mellon Collie" de volta, temos a porrada "The Everlasting Gaze", com riffs e bases pesadíssimas e com a banda tocando à toda, e Billy cantando alto e com ênfase: "Você sabe que eu não estou morto/Sabe que eu/Você sabe que eu não estou morto". Uma porrada na cara de quem achava que os Pumpknis havia acabado em "Adore" e não podiam compôr mais nada à altura do que fizeram antes. Ledo engano! Repartindo momentos mais pesados e agressivos e outros quase melódicos, essa grande canção se tornou um clássico imediato entre os fãs - ou ao menos uma das preferidas.

    "Raindrops+Sunshowers" é intensidade pura, com o baixo de D'Arcy ressonando na sua cabeça, guitarras ora mais climáticas, ora mais pesadas e Corgan cantando sobre um relacionamento dificultado por alguma barreira. "A chuva cai em todo mundo/A mesma velha chuva/E eu estou apenas tentando/Andar contigo/ Por entre os pingos". Billy demonstra ser um ótimo vocalista (se é que ainda restavam dúvidas disso), mostrando uma linha vocal cantanda exemplarmente. Uma das mais intensas do álbum.

    Entra a apaixonada "Stand Inside Your Love", com guitarras melódicas e um vocal meio meláncolico, meio romântico de Corgan. "E pela última vez/Você é tudo que eu quero/E desejei/Você é tudo que é sonho". Até quando fica mais pesada, a música continua belíssima, carregada de sentimento, tanto na emocionada voz de Corgan quanto nas inspiradas guitarras dele e de James Iha. "Quem não gostaria de ser quem você ama?/ Quem não seria fiel ao seu amor?".

    "I Of The Mourning", com lindas guitarras, um baixo bem ouvível e uma bateria vigorosa, dando lugar para a voz de Billy. Uma letra que descreve um sentimento de estar perdido, vagando por aí e um solo lindo e distorcido ao mesmo tempo, deixam a música perfeita. Foda!

    Invocando mais uma vez uma delicadeza 'Adoreana', temos "The Sacred And Profane", com as melhores linhas vocais de todo o álbum, e guitarras distantes fazendo belas melodias para deixar a música com um clima único. "Você é parte de mim agora/E se eu falhar/Você é parte de mim agora/Dentro do sol/Você é parte de mim agora". Novamente a compulsão amorosa é tratada de forma exemplar.

    "Try Try Try", com belas guitarras e um vocal consistente de Corgan, com uma das melhores letras do álbum, com um refrão cheio de esperança. "Tente se segurar/À este coração/Um pouco mais tempo/Tente se segurar/À este amor intensamente". Talvez o melhor refrão do álbum.

    Quebrando o clima baladeiro, entra o petardo "Heavy Metal Machine", que poderia estar em qualquer disco de metal industrial, com seu riff meio Black Sabbath, um pouco Rob Zombie ou Ministry (vai saber). Uma canção de afirmação, com Corgan cantando sem explodir "Se eu estivesse vivo/Se eu fosse de verdade/Você sobreviveria?/O que você sentiria?" até a ironia da estrofe "Se eu estivesse morto/ Os meus discos venderiam?/Dava até pra fazer uma previsão/Daria simplesmente na mesma?". Uma porrada arrastada para ninguém botar defeito.

    Abandonando o peso da anterior, vem a super melódica "This Time". Corgan fala com os fãs "Dessa vez eu preciso saber/Realmente preciso que me digam/Se acabou/Depende de vocês/Pois as coisas que querem manter/Estão despedaçadas". Um clima de coisas caindo e se despedaçando permea a música, um perfeito reflexo do que acontecia na época com os Pumpkins.

    "The Imploding Voice" volta com guitarras pesadas e distorcidas, e com Corgan cantando com uma voz bem alta "A sua paixão deve ser sempre verdadeira/A sua paixão deve ser sempre você". Em muitas partes Corgan chega a levantar sua voz mais ainda, dando a impressão de que ele vai gritar. A canção ainda tem intervenções eletrônicas perceptíveis, que dão um certo charme à música.

    "Glass And The Ghost Children" começa com uma bateria quase tribal, um baixo calmo e as guitarras lentas e distorcidas, que por vezes tornam-se agudíssimas. Billy canta calmo e doce desde o início da canção até a quase explosão nos versos "Eu quero viver/Não quero morrer/Eu quero viver/Eu quero tentar, numa letra gigantesca, que parece ser feita de várias reflexões. Os momentos guitarreiros são ótimos, viajantes até.

    Um pouco pesada e um pouco melódica, essa é "Wound". O tema romance aparece novamente "É uma parte de mim/Parte eterna/Pela forma sublime/E o sol poente". O sentimento de Corgan na canção não é coisa desse mundo, deixando a música com uma intensidade e uma delicadeza que são totalmente paradoxais mas que conseguem coexistir com precisão.

    A indignada "The Crying Tree Of Mercury" é sustentada por lindas e distantes melodias de guitarra e uma marcação constante de bateria. "Este amor vai durar o quanto durar/Realmente não há desculpa/Eu fiz tudo isso por você", canta Corgan, apesar de ainda manter os vocais melódicos, mostra-se uma nítida indignação na sua voz que quase enrouquece por vezes.

    "With Every Light" mantém um pouco do tema da anterior, embalada por belas melodias e Corgan cantando "Distância de todos os problemas que você criou/Acabou a espera por outro dia/Acabou". A voz do cara representa uma das melhores coicsas da música, uma das melhores linhas vocais que ele já fez para os Smashing, totalmente doce e emocionada.

    "Blues Skies Bring Tears" reparte peso e melodia exemplarmente, com guitarras distorcidas até o fim. Um ataque ao "rockstar way of life" se faz presente na canção: "Leve adiante os filmes mudos/Exalte o crime noturno/Oxigene as tietes suicidas/Bajulantes nos seus minutos de fama". O eu lírico da canção parece buscar uma razão para sua existência, mas parece não a encontrar: "É sobre tempo/É sobre se manter próximo/ Céus azuis trazem lágrimas". Uma canção arrastada e climática, com os peculiares e viajantes vocais de Corgan tornando-a perfeitas.

    Vem o encerramento "Age Of Innocence", com palhetadas calmas da guitarra, e uma bateria quase em ritmo de relógio. A letra parece retratar a nossa juventude dos dias de hoje, que busca liberdade à qualquer custo, se confirmando no refrão "Desolação sim, Hesitação nunca", talvez mostrando sobre não dar bola para muita coisa, mas nunca exitando no que faz. Algumas das melhores melodias de guitarra permeiam a música.

    Qual o veredicto final? É um álbum muito itenso, bastante carregado, arrastado e pesado, típico de uma banda em final de carreira, mas fechando a carreira com chave de ouro, com excelentes letras e vocais únicos. Uma banda criativa, diferente, que decerto não haverá outra igual.

    A música de Corgan faz muita falta... Não digo que ele não fez nada depois - como o Zwan e sua carreira solo, mas sua música nos Smashing Pumpkin sim. Um dos grupos mais representativos da história da música. Com certeza a voz diferenciada de Corgan, os riffs pesados/melódicos de Iha, a garra de baixista de D'Arcy e o jeito vigoroso de tocar bateria de Chamberlin nunca serão esquecidos por seus fãs. E nem todas as peculiaridades de Billy, claro...

    Marcadores:

    posted by billy shears at 12:35 PM

    6 Comments:

    Anonymous Anônimo disse:

    EEE FILHO DA PUTA, até q enfim vc me ouviu seu bicha UHAUHUHAUHAUH xD~~ esse album é foda demais, e os smashing pumpkis nem preciso dizer nada. voce esqueceu de acrescentar esse disco seria um disco duplo e que como foi vetado pela gravadora, dps do fim da banda, corgan q ja tava puto com a virgin, gravou 25 copias do MACHINA II e distribuiu para 25 fãs sortudos coma a missao de espalharem na internet. E TOMA GRAVDADORA PILANTRA!

    4:16 PM  
    Blogger Agatha disse:

    cara, pumpkins, finalmente! \o/
    esse cd eh mtu bom, mas o mellon collie eh o imbativel... ainda acho q vc podia fazer uma resenha dele. xD

    parabens bee xD

    4:25 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    cara, adiciona meu msn: yuri_ag3@hotmail.com
    é q eu gostaria de saber onde vc comprou essa camisa do laranja mecanica...
    abraço!

    12:13 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    yeah yeah yeah... de fato Pumpkins foi foda d+... bem q podia continuar sendo... ç.ç snif... era taaaaaaum lindo... mas... ateh q a carreira solo dele num tá ruim... num tá aquela BELEZA do smashing... mas...
    enfim... a resenha tah mto boa \o/ parabens! eu num conhecia tão a fundo assim esse album XD me ligava mais nos otro...

    abraço!

    12:54 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    *comentário*

    7:33 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Weee! Smashing rox! =D

    Esse cd é muito, muito foda kra. Mas realmente, uma resenha do Mellon Collie tbm ia muito bem. xD~~
    beeejos

    3:02 PM  

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