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    segunda-feira, fevereiro 27, 2006
    Titãs - Cabeça Dinossauro


    Às vezes me revolto um pouquinho lendo sobre o Rock nacional, porque parece que há uma focalização um tanto quanto exagerada aos considerados gênios do Rock pátrio, ou seja, Raul Seixas, Renato Russo e Cazuza. Calma, não estou desmerecendo esses três caras que com certeza foram alguns dos nomes mais importantes para provar que o pessoal do Brasil tinha Rock And Roll pulsando nas veias. Mas eu acho que nós também temos Titãs, Ultraje A Rigor, Camisa de Vênus, Engenheiros do Hawaii, Ira!, Mutantes, Secos & Molhados, Barão Vermelho (sem Cazuza) e tantos outros. Sim, tratados sobre o Rock Nacional tratam sobre todos esses nomes sim, mas você sempre vai perceber um espaço de comentários maior ao Raul, à Legião e ao Cazuza. Bem, eu também não seria tão imparcial ao escrever assim sobre o B-Rock...

    Fiz essa introdução necessária para chamar a sua atenção e voltar seus olhos para a banda de Rock nacional mais representativa e importante no momento (afinal, abrir para os Rolling Stones, não é todo mundo que tem essa responsa, não?) , os Titãs e o seu maior clássico, o "Cabeça Dinossauro".

    "Cabeça Dinossauro" é um daqueles raros momentos do Rock. Para entender o álbum melhor, é melhor situar o leitor na situação dos Titãs na época. Em 1986 o Plano Cruzado acabava de ser instalado, que reduzia bastante o preço dos discos e qualquer banda que fizesse algo mediano venderia horrores. Os Titãs, que estrearam com a fama de bons moços, o genro que toda sogra queria ter, jogavam essa fama no lixo quando o (na época) vocalista Arnaldo Antunes e o guitarrista Toni Belloto foram presos por se envolver com heroína.

    Lembra o que eu disse sobre o Plano Cruzado? A prisão dos dois serviu de pretexto para que os Titãs, que na época procuravam algum determinado tipo de som para fazer, encontraram então o que queriam: revolta. E assim, no estúdio Nas Nuvens do Rio de Janeiro, um novo disco surgia...

    "Cabeça Dinossauro", de 1986, é sem dúvida o mais primal, selvagem, brutal e pesado disco da história do Rock brasileiro. Seu peso não advém de distorções gravíssimas de guitarras ou bateria hipersônica; soa como uma captação do que o ser humano pode produzir de mais pré-histórico em forma de música moderna, e com uma lírica áspera e violenta feita a sonoridade: os Titãs atacavam abertamente pilares considerados sagrados pela sociedade, como a Igreja, o Estado, a Segurança Pública, a família, o sistema bancário... A destruição que o homem causa ao seu próprio planeta também era atacada abertamente, em uma crítica que soa terrivelmente atual até hoje, em todas as suas músicas. Nenhuma perdeu o valor de crítica.

    Nando Reis (Baixo/Voz), Paulo Miklos (Baixo/Voz), Charles Gavin (Bateria/Percussão), Arnaldo Antunes (Voz), Branco Mello (Voz), Toni Bellotto (Guitarra) e Sérgio Britto (Teclado/Voz) não estavam de brincadeira. O falecido Marcelo Fromer estreava nesse disco participando das guitarras em "Igreja" e participando da composição de "Homem Primata". O ex-baixista dos Mutantes e superprodutor onipresente Liminha foi responsável pela produção do disco junto a Vitor Farias e Pena Schmidt, e foi responsável também pela direção artística e musical.

    Você também deve ter reparado na capa, não? A "Expressão de Um Homem Urrando" era um desenho de Leonardo da Vinci, que está em exposição no Museu do Louvre, e que digamos, é a sinopse visual perfeita do que o disco é aos nossos ouvidos...

    Imagine estar em frente a uma caverna, ainda na Idade da Pedra, e de repente, uma guitarra ressoando como um urro de um Australopiteco e uma bateria espancada com força e em ritmo tribal, ajudada pela percussão de Liminha... Assim que soa a faixa título "Cabeça Dinossauro". Branco Mello soa sáurico em seus vocais, gritando palavras como "Cabeça Dinossauro", "Pança de Mamute" e "Espírito de Porco". É uma música única, que ninguém nunca fez igual, nem o Sepultura, que é chegado em um som tribal. A parte percussiva solo no meio da música foi adaptado do "Cerimonial Para Afugentar Maus Espíritos", dos Índios do Xingu. Enfim, dispensa comentários, uma música genial, sem a mínima pretensão de soar original e revolucionária, e sim, recordar a vida de nossos antepassados a alguns mil anos atrás...

    "AA UU" tem bases meio new wave, mas Sérgio Britto sendo acompanhado dos outros vocais, parece uma reunião de macacos ensadecidos, gritando ferozmente o nome da música. A letra demonstra que eles estavam cansados da rotina proporcionada por um sistema sufocador, em versos como "Estou ficando louco de tanto pensar/Estou ficando louco de tanto gritar" e "Estou ficando cego de tanto enxergar/Estou ficando surdo de tanto escutar". Um dos maiores clássicos do álbum, uma porrada sem tirar nem pôr, e que ao vivo fica infernalmente pesada!

    O primeiro pilar da sociedade atacado por essa trupe titânica (perdão o trocadilho) vem em "Igreja", rápida e furiosa, mas ainda assim com bastante melodia em suas bases, nitidamente influenciadas pelo Punk Rock. Nando Reis, com uma voz bem diferente da habitual, está furiosíssimo, um animal, proferindo versos como "Eu não gosto de terço/Eu não gosto do Berço/De Jesus De Belém" e "Eu não gosto do papa/Eu não creio na graça/Do milagre de Deus". Um protesto contra as religiões elitistas e manipuladoras, verdadeiramente porradeiro, com um baixo bem presente e uma bateria vigorosa.

    Entra então o maior clássico do álbum: "Polícia", com vocais de Sérgio Britto. Um hardcore pedreira, que ao vivo fica muito mais feroz, se é que isso é possível. A letra denuncia abusos de autoridade feitos pelas forças policiais, que culminam no gritado refrão "Polícia para quem precisa/Polícia para quem precisa de polícia". Em certas turnês dos Titãs, Sérgio chegava a cantar essa música com vocal gutural, provando que se os Titãs já sabem compor verdadeiras porradas em estúdio, ao vivo tais porradas viram metralhadoras giratórias, dada a violência com a qual são executadas... Enfim... Não vou gastar meu português... A sinergia de "Polícia" é captada de primeira para qualquer um que tenha rebeldia e incoformismo correndo nas veias.

    "Estado Violência" é, digamos, uma das mais elaboradas do álbum, com composição de Charles Gavin e voz de Paulo Miklos. Uma bateria bem marcante e um baixo contagiante introduzem essa canção, que se na sonoridade quebra um pouco o ritmo, tem uma das letras mais ásperas do álbum com versos como "Estado violência/Estado hipocrisia/A lei que não é minha/A lei que eu não queria" (...) "Atrás de portas frias/O homem está só" (...) "Homem em silêncio/Homem na prisão/Homem no escuro/Futuro da nação!", retratando todo o movimento pró-censura e pró-ditadura apoiada por muitos na época, e ainda terrivelmente atual, retratando a cultura violenta, alienadora e enlouquecedora a qual somos submetidos.

    Você pensou que ia ter espaço para relaxar e vem uma porrada dessas... "A Face do Destruidor" é a música mais primal e pré-histórica do álbum ao lado da faixa título, 34 segundos de uma guitarra desordenada, uma bateria descontrolada e Paulo Miklos berrando a plenos pulmões a destruição causada pelo homem, de forma apocalíptica: "O destruidor não pode mais destruir porque o construtor não constrói (...) A face do destruidor!"

    A próxima porrada leva o óbvio nome de... "Porrada"! Outra pérola da fúria dos rapazes do Titãs, com uma veia punk fincada em um rock visceral, onde Arnaldo Antunes começa elogiando o sistema de ensino, o sistema judiciário, as pessoas ricas, o Estado, o Exército, o sistema bancário... Até que a banda toda grita contra todos esses que propõem uma sociedade conformista: "Porrada/Nos caras que não fazem nada!". Um verdadeiro murro no conformismo, complementado por um belo solo cheio de energia. Em uma palavra: foda!

    "Tô Cansado", onde figuram pela primeira vez os teclado do Sérgio Britto, com vocais de Branco Mello, onde a banda demosntra estar cansada de tudo, o 'eu' da música não quer mais saber de si mesmo, de coisas comuns, de coisas raras, do moralismo amoral da sociedade, cansado de tanto levar ferro no cobre por parte dos governantes. A bateria de Charles Gavin é outro destaque, um dos melhores bateras do Rock brasileiro.

    Outro clássico da banda, essa é "Bichos Escrotos", com vocais podres e, porque não, escrotos de Paulo Miklos, convocando todos os bichos considerados nojentos feito baratas, ratos e pulgas, para perturbar a vida do 'civilizado' homem moderno. Uma das mais brutais do álbum e particularmente nojenta, com versos como "Oncinha pintada/Zebrinha listrada/Coelhinho peludo/Vão se foder!/Porque aqui na face da Terra só bicho escroto é que vai ter!". Analogicamente, retrata a destruição que o homem causa a si próprio, destruindo tudo que é belo e deixando tudo... escroto.

    "Família" é a mais leve do álbum, e com uma das letras mais irônicas de todo o álbum. A bateria tem um andamento meio brasileiro, meio Reggae, com guitarras e teclados no mesmo estilo. O vocal dessa faixa é Nando Reis. Com bastante ironia no tom de sua voz, demonstrando o cotidiano de uma família genérica: paranóica, neurótica, viciada em televisão, com filhos rebeldes confrontando pais moralistas, e que no final, mesmo com todos brigando com todos, cometem a hipocrisia de... almoçar juntos! "Família, família/Almoça junto todo dia/Nunca perde essa mania" soa cáustica na voz animada e sarcástica de Nando Reis. Música muito boa e que dá uma original e surpreendente quebrada de clima no disco!

    Uma das minhas favoritas... "Homem Primata"! Um rock-punk da melhor qualidade, com uma letra cheia de ironia, Sérgio Britto está um verdadeiro animal nos vocais, falando sobre o 'eu' da música descobrir a destruição causada pelo homem a seu próprio planeta e a si mesmo. Versos polêmicos como "Desde os primórdios/Até hoje em dia/O homem ainda faz/O que o macaco fazia" e "Eu aprendi/A vida é um jogo/Cada um por si/E Deus contra todos/Você vai morrer e não vai pro céu/É bom aprender... A vida é cruel!", criticando as pessoas que não vivem o hoje, vivem apenas em função de um amanhã glorioso. Ainda há uma bem-humorada parte cantada em inglês, satirizando o domínio norte-americano na nossa cultura... Tudo isso sempre desemboca no simples mas ao mesmo tempo profundo e inteligente refrão "Homem Primata/Capitalismo Selvagem"... Já falei muito sobre essa música, para entender a magnitude dela, só escutando, meu camarada.

    "Dívidas", outra vez em uma levada meio reggae/ska, meio rock, é uma crítica ao capitalismo e ao sistema bancário. Um retrato do trabalhador brasileiro na época: "Meu salário/Desvalorizou (...) Senhores, senhores, senhores/Tenham pena de mim!". Branco Mello está bem agradável nos vocais, mostrando indignação sem abandonar sua melodia vocal característica.

    Encerrando o discão, temos "O Quê", composta e cantada por Arnaldo Antunes, com arranjos da banda e de Liminha, e com efeitos eletrônicos por parte de DMX. Uma música com um ritmo dançante e com Antunes cantando ritmado, quase como um robô-rei gritando aos seus súditos o que pode e o que não pode: "Que não é o que não pode ser/Não é o que não pode ser/ Que não é". Incrível como soa cáustica até os dias de hoje essa música, mesmo que não se compreenda a letra de primeira.

    Como dito lá em cima, um dos raros momentos na história da música: uma banda inspirada, composições excelentes, com uma crítica social realmente de valor ao sistema da época de 1980 e que continua atual até os dias de hoje. Entre a acessibildade (Blitz, Dr. Silvana, Inimigos do Rei) e a genialidade (Legião Urbana, Cazuza, Raul Seixas), os Titãs resolveram não ficar com nenhum dos dois e gravar algo genial de forma diferente. Um disco perfeito mesmo, obrigatório na coleção de qualquer amante do Rock And Roll.

    "A música "Bichos Escrotos" tem a radiodifusão e execução pública proibidas em virtude de ter sido vetada pelo Departamento de Censura e Diversões Públicas da S.R. do D.P.F."
    -Nota que, apesar de ser posta lá de obrigatória, acabou soando como o Estado se autocriticando... Né mesmo?

    Marcadores:

    posted by billy shears at 9:36 AM

    9 Comments:

    Anonymous Anônimo disse:

    A gente tem bastante Rock'n'Roll nacional.
    A critica ta legal, e o CD parece ser massa, eu vo ve se eu acho.

    11:55 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    CARA
    EU AMO HOMEM PRIMATA! \ ,,/
    é foda demais!
    enfim, titãs é bom, muuuuuito bom.
    eu tenho um cd deles e vi o vinil do cabeça de dinossauro vendendo por cinco conto na galeria XD~
    a resenha tá muito boa, pra variar! :O

    12:58 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    nooooooooossa @____@
    cara, Titãs sempre foi foda, mas com Arnaldo Antunes e Nando Reis, não tem o que dizer xDDD

    Esse álbum é um clássico, é muito foda \o\


    e a resenha tá ótima :*

    1:02 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Só por esse album ter igreja ele nem precisa de resenha, uahueha

    2:27 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    eu nunca ouvi esse album todo. eu gosto muito de O que e Bichos escrotos.
    beijos.

    8:09 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Poha ber... fiquei com vontad de ouvir esse album agora XDDD num sou mto conhecedor do rock nacional ainda x.x

    ;@

    9:21 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    mto manero o post, to com vc!

    10:30 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Com certeza um dos grandes discos do rock nacional!
    Depois da abertura do show dos Stones passei a ver Titãs com outros olhos.
    Mas vamos falar a verdade...Titãs com Arnaldo Antunes era muuuito melhor,né?!
    =*

    8:21 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    "O falecido Marcelo Fromer estreava nesse disco participando das guitarras em "Igreja" e participando da composição de "Homem Primata"."

    - Na verdade, Fromer tocava com os Titãs desde a primeira formação, quando contava com nove integrantes [tinha Ciro Pessoa, que depois formaria o Cabine C, nos vocais e André Jung, que foi para o Ira!, na bateria]. Somente Charles Gavin não participou do primeiro disco, mas já estava na banda desde de Televisão, disco anterior ao Cabeça Dinossauro.

    8:32 PM  

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