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    sábado, janeiro 05, 2008
    the jesus and mary chain - psychocandy


    desconsidere a leitura dessa resenha se você não ouviu o álbum, a menos que o faça depois de ler. obrigado.

    já ouviu velvet underground? espero que sim. e beach boys, já? stooges, sex pistols, bubblegum pop? sons que nada têm a ver um com o outro, na maioria das vezes: pop bobinho e punk de guitarras distorcidas. imagine isso tudo misturado, com chiados o tempo todo, distorção ao máximo e, ao mesmo tempo, melodias harmoniosas e letras simplistas. se situe: estamos em 1985, o punk rock estourou há pouco, mas precisamos de outra banda para revolucionar o rock, este que está meio moribundo com toda essa onda de new wave e disco. agora, por um minuto, pense que existe alguém que, com o tal som maluco, quebre as barreiras do rock e crie um disco maravilhoso. estamos falando de the jesus and mary chain. e do álbum "psychocandy".

    os irmãos william e jim reid passaram a infância ouvindo tudo de mais pop e de mais vanguardista que existia nos anos '60. nos anos '70, se explodiram junto com os punks. na década seguinte, resolveram montar uma banda. chamaram o futuro líder do primal scream, bobby gillepsie, p'ra tocar a bateria (na verdade, ele pegava dois bumbos e batucava, mesmo ao vivo). douglas hart, futuro diretor de videoclipes, foi escolhido como baixista. william ficava com as guitarras, jim com os vocais, embora se alternassem nesses dois papéis.

    depois do single ''upside down'' e de algumas apresentações históricas ao vivo, em que tocavam de costas ao público visivelmente chapados e/ou embriagados, resolveram lançar em um lp todas as músicas que já provocavam furor em glasgow, na escócia. decidiram chamá-lo de "psychocandy", como chamavam uma das canções do seu repertório.

    e quem ouvisse esse lp iria se surpreender com a bateria do começo. é realmente hipnotizante. ao ouvir o jorro de acordes e ecos, junto com a voz que murmura sobre uma garota que, ''enquanto dá meia volta no mundo'' é ''igual a mel'', ''just like honey''. é difícil conseguir não ser tomado por um sopro de calmaria e romantismo enquanto william reid transforma a harmonia em viagem: aconselho não tentar.

    porrada nos ouvidos! se a primeira faixa era uma viagem astral, essa é um esporro de fúria e velocidade. ''the living end'' é punk rock puro, com uma chiadeira do início ao fim, tudo soando distante e ao mesmo tempo pulsante. uma letra que se ajusta, falando sobre correr de motocicleta, transforma dois minutos e dezesseis segundos em um verdadeiro acidente sonoro. cuidado com o volume, é suscetível a danos irreparáveis.

    ''taste the floor'' é caos puro, destruição. mais lenta mas não menos pesada que a anterior, numa parede de arranhados e microfonias, descreve uma sucessão de catástrofes, com pitadas metafóricas como em ''e o sol não brilha/e todas as estrelas não brilham/e todos os muros caem/e todos os peixes se afogam''. acredite, essa sensação de entrar dentro de um tema vai se repetir ainda algumas vezes enquanto ouvir jesus and mary chain...

    ''eu nunca pensei que esse dia chegaria/ quando suas palavras e seus toques me deixam anestesiado''... uma das melhores canções de amor de todos os tempos: ''the hardest walk''. outro ponto para a qualidade lírica: ''a caminhada mais dura que você pode dar/ é a caminhada que você dá de a para b para c''. num êxtase puro, em que todos os instrumentos e os vocais parecem atingir um clímax, jim canta com rara sinceridade: ''não quero que você me queira/ não quero que você precise de mim''... ninguém escreveu uma música tão boa sobre o quanto é difícil se expressar desde ''i want to tell you'', dos beatles.

    cordas calmas e elementos vocais pop, uma atmosfera esfumaçada, dominada por um eco sutil. jim balbucia um monte de simbologias líricas, suspira em meio a esse amontoado de colagens sonoras... e funciona. é incrível o quanto ''cut dead'' é bonita. enquanto quem ouve se afoga nessas ondas de som, a música acaba.

    a distorção de william acorda o dito em poucos segundos, na punk ''in a hole''. a letra não fará sentido se você não se afundar na loucura dentro dela. não aconselho ouvi-la em momentos de choque emocional, porque ela não é exatamente o que eu chamaria de ''alegre''. jim reid grita no refrão, ''espíritos grudentos/ na minha alma/ tem algo morto dentro do meu buraco''. em vez de esconder as tristezas, aprofunde-se nelas, desbrave-as dentro de um buraco.

    ''quebra do amanhacer/ cindy está se movendo/ falando cindy p'ra todo mundo/ até ela ter sua diversão''. ou ''taste of cindy'' vai fazer com que você se pergunte do que diabos ele está falando, com uma sonoridade bela mas crua, ou fará com que você consiga ver a cindy ao seu lado.

    um som chiado luta contra uma harmonia maravilhosa, ganha em alguns momentos mas perde com a fúria dos vocais, que choram: ''nunca entende, você nunca me entende''. ''never understand'' é mais ou menos tudo que temos por dentro, a raiva, a beleza, a calmaria... tudo em um constante conflito.

    não perdemos esse sentimento profundamente triste, mas belo, na próxima canção. ''inside me'' tem um tema claustrofóbico. enquanto as guitarras parecem se fechar em volta de você, jim faz uma espécie de lista das coisas que lhe parecem incomodar, para depois dizer que tem algo dentro dele... o quê? pode ser qualquer coisa. pergunte a si mesmo.

    ''eu vejo pessoas caindo'' é a frase ouvida entre batidas e cordas, ''e eu não deveria estar sozinho/ e eu deveria estar no telefone''... depois de toda a pancada das músicas anteriores, em ''sowing seeds'' eles se redimem e pedem paz, literalmente: ''eu estou doente com as batidas de todo mundo/ eu quero paz/ eu estou plantando sementes''... uma canção linda, no mínimo. the jesus and mary chain consegue fazer isso, às vezes.

    ''my little underground'' parece pulsar entre versos que falam sobre correr, viver, procurar um lugar que não seja frio... a guitarra aqui tem a incrível capacidade de animar com facilidade até a mais triste das almas. não há porquê descrever mais, ouça e sinta.

    ''you trip me up'' tem um lirismo belo e triste, com uma linha de baixo incrível, guitarras que soam como uma canção pop (de maneira bizarra, claro), e uma letra típica você-me-engana-eu-te-amo, mas sem cair no lugar-comum: ''mas você me quebra em dois/ e me empurra p'ra longe/ me bate nas costas/ vou ter um ataque cardíaco'', com o refrão ''você me engana''... poucas bandas conseguem criar algo realmente bonito sobre um assunto tão comum.

    o riff de ''something's wrong'', junto ao seu ''doo doo doo doo'', faria dessa faixa um pop dos anos '60, se não fosse pelo eco insistente e a guitarra, que vomita distorção por todo lado, e a bateria, que mais parece um coração batendo que um elemento musical. é meio difícil de interpretar, mas provavelmente fica mais fácil se cada um entender a seu modo. o título diz que ''algo está errado''. mas o quê, exatamente, fica a cada um de nós descobrir.

    ''it's so hard'' termina o disco de maneira plena, numa faixa fortemente influenciada pelo post-punk e, se me permitem dizer, provavelmente com um teco de joy division. ainda mais obscura que o comum, aqui a guitarra parece mais com um barulho propositalmente irritante, e a voz não canta, mas murmura. ''é tão difícil/ não ser como uma boneca/ andar e não rastejar''... talvez seja essa a mensagem final do jesus and mary chain, mas não acho que seja o caso. uma obra dessas não pode ser resumida.

    em resumo: psychocandy é o melhor disco dos anos oitenta. ponto final. não precisam acreditar, ouçam e comprovem. podem até discordar, mas vai ser difícil você ouvir isso e continuar pensando do mesmo modo - sobre qualquer assunto. the jesus and mary chain, em 1985, lançou um álbum revolucionário e entrou na seleta lista de bandas que podem mudar o mundo. não tente resistir, não procure defeitos - viaje com jim, william, bobby e douglas. adentre seus medos profundos, jogue suas paixões em forma de enigmas, passe a ver o mundo de maneira mais esfumaçada. entregue-se. ouça.

    n.d.a.: antes que algum imbecil pergunte onde está ''some candy talking'', essa canção não foi resenhada porque não estava na versão original do disco, mas apenas numa edição de 1986 e no lançamento em cd de 1997 (embora apenas no reino unido). ela pode ser encontrada na coletânea 21 singles. obrigado.

    Marcadores:

    posted by Gabriel M. Faria at 3:06 AM

    14 Comments:

    Blogger billy shears disse:

    melhor disco dos anos oitenta? quem sabe. das décadas anteriores eu não consigo escolher (escolher entre exile on main st. e raw power? entre pet sounds e sgt. peppers? não fode!).

    mas nos eighties, poucos tiveram a mesma importância (e qualidade) dos irmãos reid. mas que existiram, ah, isso existiram: the smiths, stone roses... mas ainda não consegui escolher meu oitentista favorito.

    pra quê, né?

    bela resenha, gabo.

    4:41 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    É um disco único.Alguns riffs lembram um secador de cabelo,algo parecido com aqueles minutos finais de "Heroine" do velvet Underground.

    4:27 PM  
    Blogger gabriel disse:

    melhor disco dos anos 80 é exagero. tem música aí que é mais barulho do que música, mas as "não-barulhentas" são até razoáveis baladinhas, mas nada de excepcional. jimi hendrix sabia usar microfonia sem soar barulho, mas não percebemos o mesmo nesse disco. o velvet underground é considerado por ser "barulhento" também, mas são coisas audíveis e não irritantes. as vezes as músicas desse disco parecem ser feitas com furadeira que pedreiro usa, ou então britadeira! isso sem falar da péssima qualidade de gravação/produção/som, que remete a bandas medíocres de black metal, como Burzum.

    Já o Darklands é um disco muito mais maduro musicalmente, e melhor de tudo, dá para escutar, algo que não se pode dizer o mesmo em relação ao Psychocandy.

    a verdade é que com o surgimento do indie as bandas undergrounds antigas (que na maior parte eram merda) passaram a ser overrated, e o J&MC se inclui nisso.

    Melhor disco dos anos 80? The Queen is Dead, Closer, The Final Cut, The Head on the Door, Master of Puppets, Combat Rock, Back in Black, Joshua Tree, Brothers In Arms ou Apetite For Destruction são melhores candidatos para tal posto.

    2:00 AM  
    Blogger Carmem Luisa disse:

    Ui, só porque todo mundo fez comentário cult eu vou escrever porcaria, he!

    Psychocandy tem umas músicas legais, uns barulhos insanos porém divertidos, et cetera, et cetera, et cetera, et cetera
    e tem mais: blá blá blá, blu blu du brubulu blá blá blá, então se pode dizer que blá blá blá, blá blá blá e blá blá blá é o Psychocandy.

    11:11 AM  
    Blogger Gabriel M. Faria disse:

    não encontro maneira de levar a sério o comentário de alguém que cita appetite for destruction (escrito errado) como um dos melhores discos dos anos 80.

    caso não tenha lido direito, relembro minhas próprias palavras: ''não precisam acreditar, ouçam e comprovem. podem até discordar, mas vai ser difícil você ouvir isso e continuar pensando do mesmo modo - sobre qualquer assunto.''

    em relação ao darklands, concordo que talvez seja um álbum mais maduro, e é também um discaço. mas acho que com ele o jesus and mary chain perdeu um pouco da sonoridade única que eles tinham, soando mais ou menos como outras bandas dos anos '80.

    2:57 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    ah, não é o melhor disco dois 80's; mas minha ignorância não me permite citar melhores. gostei bastante da resenha, explora diversos pontos da banda.

    eu tinha esse disco, mas o perdi junto com meu computador. vou baixá-lo novamente e ouvir com carinho (:

    2:17 AM  
    Blogger Nara disse:

    whatever, o augusto não é especial pra mim só pra eu vir aqui apagar o comentário dele. aliás, eu nem lembrava que ele existia :S

    10:52 PM  
    Blogger Rafael disse:

    É realmente um discaço, embora considere o Surfer Rosa dos Pixies o melhor dos 80.
    Parabéns pela resenha.
    (Brothers in Arms melhor dos 80? hahahahahahahahahahahahahahahhaa)

    11:13 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Concordo.
    A voz do Jim em meio à barulheira é simplesmente adorável. Total psychocandy. Agressão e lirismo de uma só vez.
    Adoro.
    Bela resenha Gabo!
    Mayvi.

    11:27 PM  
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