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    segunda-feira, janeiro 22, 2007
    The Velvet Underground - The Velvet Underground & Nico


    "Um atentado à decadência do American Way Of Life. O disco de rock mais importante que os Beatles nunca lançaram." (Rolling Stone, 1967)

    "A performance do Velvet Underground é a mais violenta, barulhenta e dinâmica que existe, criando um novo conceito de arte. Eles exploram a expressão mais dramática da geração contemporânea. O disco é apenas uma versão fria e harmonizada do espetáculo anárquico que eles fazem." (Village Voice, 1967)

    "...o som do Velvet Underground parece um produto do casamento entre Bob Dylan e Marquês de Sade." (World Jornal Tribune, 1968)

    "Esse disco se tornou importantíssimo para mim, não só por causa do que dizia e por ser tão maravilhoso, mas também por que ouvi outras pessoas que sabiam fazer uma música boa - sem serem nada boas em música. Isto me deu esperança. Foi a mesma coisa que na primeira vez que eu ouvi Mick Jagger cantando. Ele só consegue cantar uma nota, não tem inflexão nenhuma. Toda canção é no mesmo tom invariável, e é só aquele cara dizendo as letras. Foi o mesmo com os Velvets. O som era tão simples e ainda assim tão bom." (Iggy Pop)

    Há quatro décadas atrás, no meio de todas as borboletas voando alegres e coloridas, uma mariposa negra e sombria espalhava a pestilência ao bater de suas asas. Me permita ser mais claro. No ano da psicodelia, do pacifisimo hippie e das trips lisérgicas, um grupo de rebeldes de preto resolveu ir contra tudo isso. Na violentíssima New York, o guitarrista e vocalista Lou Reed, o baixista John Cale, o guitarrista Sterling Morrison e a baterista Maureen Tucker tiraram o nome de uma revista popular barata de ficção para nomearem sua banda de Velvet Underground.

    O produtor de shows Al Aronowitz arranjou-os o primeiro show, colocando os Velvets para tocarem na abertura de um show escolar, e logo então no Café Bizarre, em que o Velvet tornou-se maldito e famigerado ao apresentar suas letras obscenas e climas sombrios, versando sobre uso de drogas, sadomasoquismo e outros temas pouco convencionais, em pleno 1965. Isso mesmo. Em plena época em que, no mainstream da música, os Beatles e os Rolling Stones cantavam sobre amor com leves insinuações sexuais, o Velvet Underground estava chutando o balde e o pau da barraca nas casas undergrounds de New York.

    Era algo simplesmente desconcertante e desconfortável. Diferente do folk questionador de Bob Dylan e Joan Baez, diferente do rock negro dos Beatles e Stones, diferente das viagens psicodélicas e pacifistas dos hippies, eram três caras e uma mulher andrógina vestidos em cores escuras, em um som lento e distorcido, e Lou Reed, tímido e fechado, destilava temáticas e comentários devastadores. Isso fez com que o gênio revolucionário Andy Warhol, convencido por seu amigo Paul Morrissey, oferecesse aos Velvets a parceria da The Factory, um grupo de artistas marginais e junkies, que produziam filmes, teatro, exposições e música. Então, eles trocaram um indignado Al por Andy como empresário. Para resolver o problema com a timidez de Lou como vocalista, chamaram a modelo, atriz e cantora alemã Christa Paffgen, ou Nico, como entrou para a história, para cantar todas as músicas da banda. De uma espetacular beleza alemã e uma peculiar voz grave, surda de um ouvido e com certo "background romântico" na música e cinema, como Brian Jones, Bob Dylan e Alain Delon - inclusive, tendo um filho bastardo com o último. Assim que conheceu o Velvet, se apaixonou por Lou, mas Reed, egocêntrico, diminuiu cada vez mais o espaço de Nico na banda, por ter inveja de Warhol e Nico terem mais destaque no círculo em que andavam (além do mais, Lou tinha seu lado homossexual mais aflorado).

    Então, saíram em turnê com a Factory, no grupo The Exploding Plastic Inevitable, onde tocavam seu som distorcido através de luzes cegantes e dançarinos estranhos, enquanto um filme estrelado pelo próprio Velvet era projetado em cima dos próprios. E em 1967, o Velvet Underground lançava seu fabuloso e revolucionário primeiro disco. "The Velvet Underground And Nico". E com a fabulosa porém simples arte de Andy Warhol na capa. Nem o caldeirão alucinado e dark dos Doors conseguia chegar perto do abuso que era (e ainda é) esse disco. Jim Morrison, apesar de abusado, ainda era muito poético, e conseqüentemente metafórico, influenciado por Niezstche e Rimbaud. Segundo Warhol, a música do Velvet era assim como a pop-art, ou seja, o mais próximo do real possível, totalmente urbana e marginal. Não tinha aquela ebriedade obscura nem a destreza e refinamento - mas vindo dos buracos onde vieram, como diabos poderiam apresentar algum traço de magnificência ou grandeza?

    O álbum começa leve, com uma das maiores pérolas pop da época - "Sunday Morning" é a canção mais tranquila do álbum. Sonoramente. Na letra, Lou Reed declara em doces vocalizações que sente-se inquieto, sentindo sua vida desperdiçada e refletindo sobre as ruas por quais andou nas manhãs de domingo, e sente-se caindo. Um clima bucólico, o único diamante polido do álbum.

    Só que a inquietude e ressaca logo acabam e então começa a tão falada perversão em "I'm Waiting For The Man". Não tem nada a ver com o lado gay de Lou Reed, e sim com o lado junkie do mesmo, já que ele relata como compra heroína. Ele relata ser abordado pelas pessoas do subúrbio como "garoto branco caçando prostitutas", mas diz apenas estar esperando um amigo. Ele descreve todos os processos, como dizem os descarados versos "Acima das muralhas, acima de três lances de escadas/Todos te vêem, ninguém dá a mínima/Eles fazem seu trabalho, lhe dão o gosto doce/Ah então você tem que dar o fora pois você não tem tempo a perder". O ritmo frenético e elétrico da canção, além de um teclado monocórdico, revela uma força incrível, força esta não maior que a ousadia de Lou Reed ao cantar em alto e bom tom.

    "Femme Fatale" traz a primeira participação de Nico no disco. Os contornos soturnos e introspectivos da canção, guiados por uma bela melodia, servem como acompanhamento para a grande performance da alemã, que com sua voz grave dá um ar todo diferenciado à canção. A letra descreve uma mulher fatal, que pisa e usa um garoto, e Nico parece rir dessa situação, dizendo "Porque todos sabem, ela é uma fêmea fatal/As coisas que ela faz como favor pra você, ela é uma fêmea fatal/Ela é só uma pequena provocadora, ela é uma fêmea fatal/Veja o jeito que ela anda/Veja o jeito que ela fala" no refrão.

    A queda continua, vertiginosa, em "Venus In Furs", onde Lou Reed retoma os vocais. Uma música mórbida, arrastada e carregada, totalmente impensável para aqueles anos coloridos e agitados. E, logo nos primeiros versos, Lou já destila: "Brilhantes, brilhantes, brilhantes botas de couro/Garotinha açoitada na escuridão/Vem ao sinal, seu servo, não o abandone/Golpeie, cara senhora, e cure o coração dele". Sim, o tema da canção é o S&M, ou sadomasoquismo. A medida que a canção avança, surge um violino para acompanhar a voz de Lou pedindo para beijarem sua bota, caírem aos seus joelhos e para apanhar. Forte demais.

    "Run Run Run" retoma a velocidade, em um rock de refrão empolgante e versos corridos, fazendo jus ao título. E mais abuso lírico, onde Lou Reed descreve quatro personagens - uma prostituta adolescente, uma junkie com abstinência, uma garota mimada e um senhor depressivo - durante as estrofes da canção, e então, sem dó nem piedade, os mata no refrão, dizendo que levaram outras pessoas no processo, pois a carta Morte do Tarô os disse sobre o que fazer.

    Nico canta versos fortes e graves feito sua voz em "All Tomorrow Parties", guiadas por batidas de bateria e pandeiro e melodias de acompanhamento, ditando um clima marcial e sombrio, onde ela canta sobre uma garota fútil e deprimida, como se lêem nos versos "E quais trajes a pobre moça irá usar/Para todas as festas de amanhã?/Para cada criança de Quinta há um palhaço de Domingo/Por quem ninguém irá lamentar" . No mais, a música é simplesmente indescrítivel. Ela entra calma e nunca muda, mas ao seu decorrer, sua densidade parece crescer cada vez mais, ao passar da realista e pessimista letra.

    E entra. "Heroin". Começa baixa, com acordes tocados pausadamente, e Lou Reed começa cantar uma letra que, na minha opinião, é uma das melhores de todos os tempos. A letra fala sobre o uso de heroína, em versos corajosos como "Eu não sei exatamente onde estou indo/Mas eu estou tentando pelo reino, se eu puder/Porque isso me faz sentir como se eu fosse um homem" e "Eu tenho que fazer a grande escolha/Eu estou tentando destruir minha vida" em uma letra que é literalmente chocante até para os dias de hoje. Os versos cantados por Lou Reed fazem a música crescer, indo da calmaria até o nervosismo denso e a bateria atuando como um espasmo. E Reed segue cantando entre risadas cínicas, "Heroína, é a morte para mim/Heroína, isto é minha esposa e isto é minha vida", até que surge um violino louco e psicótico, como em uma overdose, cortando os ouvidos do ouvinte. E continua chocante se você ouvir mais dez, cem ou mil vezes. Você continua se perguntando: por que, quando todo mundo fazia metáforas, esse maluco resolveu explicar passo por passo e representar sonoramente o momento que alguém se droga, sem se preocupar em disfarçar nada? É ouvir e se chocar.

    Agora ouvimos "There She Goes Again", um dos momentos mais empolgantes do álbum, falando sobre superação, sobre uma garota que está fugindo, nas ruas de novo, mas que nunca mais irá implorar, ou chorar novamente. E Lou aconselha a ver as companhias dela e acertá-la, mas avisa que "Ela vai vociferar e gritar/Ela vai funcionar/Ela vai dar um jeito".

    E Nico encanta pela última vez no álbum, na doce "I'll Be Your Mirror", o único momento romântico do álbum. E a performance da alemã está simplesmente incrível, cantando ao lado de doces melodias, versos doídos de românticos como "Eu serei seu espelho/Refletirei o que você é, caso você não saiba" e "se você me deixasse ser seus olhos/Uma luz em sua escuridão, então você não teria medo".

    Voltam as cordas esquizofrênicas e desordenadas. A canção que tanto fez a banda ser vaiada ao apresentar versões extendidas da mesma. O Velvet Underground batizava uma canção com o nome de "The Black Angel's Death Song" vinte anos antes que alguma pseudomalvada banda de Black Metal pensasse em inventar algum título soturno. E acontece mais uma história da morte do personagem, cantada de forma simplesmente sinistra e desconcertante, onde o personagem reflete sobre uma história violenta, e do seu consumo de drogas para esquecer a dor.

    E o álbum encontra seu final com "European Son", onde um riff rocker acompanha a voz de Lou, até que subitamente, quando o ouvinte acha que a música não terá nenhum momento percussivo marcante, vem à tona o ruído de um vidro sendo estilhaçado, em uma música que fala sobre assassinato e arrependimento em meio a distorções aterradoras. Tudo isso tomando sete minutos de uma viagem sinistra, mostrando a mariposa pestilenta que voava ao meio das pacíficas borboletas.

    O disco foi um fracasso de vendas, assim como o primeiro dos Stooges e dos Ramones, tendo sua influência reconhecida apenas décadas depois. O ego gigantesco de Lou Reed acabaria com a banda, processo este que se acelerou após ele chutar Nico para fora da banda, fazendo Andy Warhol perder o interesse na banda, até o conflito chegar ao outro pólo criativo do Velvet Underground, John Cale. Aí a banda se desfacelou, mas no mundo da música, foi tremendamente influente. Cada um que comprou o disco na época, formou uma banda. A banda tornou-se mãe e mentora de toda a banda que dali em diante quisesse se rotular de alternativa, incluindo o R.E.M., que consagrou o rótulo. Mas a criação, a maldição e a perversão que corre longe do mundo pop, quer dizer algo justamente por causa de Lou, Cale, Sterlin e Tucker.

    Você pode odiar ou amar esse álbum. As reações são múltiplas, e ninguém está realmente preparado de início para suportar um pesadelo. Um pesadelo que perdura por quarenta anos...

    "Rock And Roll é tão fabuloso, as pessoas deviam começar a morrer por ele. Você não está entendendo. A música te pôs de novo no ritmo pra que você pudesse sonhar. Uma geração inteira no embalo de um baixo Fender...

    As pessoas simplesmente devem morrer pela música. As pessoas estão morrendo por tudo o mais, então porque não pela música? Morrer por ela. Não é bárbaro? Você não morreria por algo bárbaro?

    Talvez eu deva morrer. Além do mais, todos os grandes cantores de blues morreram. Mas a vida está ficando melhor agora.

    Não quero morrer. Quero?"

    (Lou Reed)

    Marcadores:

    posted by billy shears at 4:24 AM

    14 Comments:

    Anonymous Anônimo disse:

    adorei a resenha ber!
    velvet é bom demais!
    e esse é o melhor albúm...

    "no meio de todas as borboletas voando alegres e coloridas, uma mariposa negra e sombria espalhava a pestilência ao bater de suas asas."

    HAHAHA

    4:55 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    sem comentarios. foda foda foda foda demais. esse disco realmente é do caralho, eu vou dar um jeito de comprar em vinil ainda e fazer um quadro ocm ele! uhauhauhauha

    ber, tirando os erros de portugues como no final "voce pode odiar ou AMOR" UHAUHAUHA ta foda.

    3:18 PM  
    Blogger Unknown disse:

    velvet underground é simplesmente genial, cara... simplesmente as coisas únicas e com alma que existiam antigamente, entende?
    droga.

    2:05 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Ahh taí uma coisa q eu nunca ouvi...Velvet Underground!

    x__x

    morrer pela música? interessante... ;D

    bjo ber!
    =*

    2:10 AM  
    Blogger Armênio disse:

    Álbum clássico. Sem dúvida na lista dos 10 álbuns mais importantes, inovadores e influentes do rock.

    1:12 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    fala rapaz!
    album clássico de uma banda marcante!

    realmente um marco do "alternativo"

    ótima resenha, e muito legal as citações hahah

    abraços e até mais

    3:37 PM  
    Blogger Luiza Liz disse:

    Peraí, o mérito começa com a capa feita pelo Andy Warhol depois eu só faço das palavras do Castor as minhas.

    Beijão

    3:38 PM  
    Blogger Luiza Liz disse:

    E ah, esqueci de elogiar e comentar minha favorita: Heroin, não só pela letra mas como pela melodia.
    Depois eu comento melhor...

    3:41 PM  
    Anonymous Anônimo disse:

    o album é do caralho mesmo.

    e PONTO.

    e adorei a resenha :D

    HAHAHA
    muito boa xD

    4:01 PM  
    Blogger Willie The Pimp disse:

    "Eu ouvi o disco em Londres pouco tempo depois do lançamento. Não acreditava nos meus ouvidos. Era totalmente fora de moda, agressivo, sujo, excitante. Ninguém concordava comigo quando mostrava o disco e colocava para ouvir. As pessoas pediam para eu desligar o aparelho de som, ficavam chocadas. Londres apesar de ser uma das principais cidades da época em qualidade de música, não estava preparada para agüentar aquilo. Sinceramente, nem eu sabia como gostava. Só sabia que pensava conhecer esse grupo."
    -David Bowie.

    PS: Prefiro o "White Light/White Heat"

    2:06 AM  
    Anonymous Anônimo disse:

    Puta merda esse disco é indispensável. Só achei um pouco forçado o "Um atentado à decadência do American Way Of Life. O disco de rock mais importante que os Beatles nunca lançaram", mas tudo bem, foi a Rolling Stone que falou :D

    Abração
    http://luismilanese.wordpress.com

    4:21 PM  
    Blogger gabriel disse:

    a resenha ficou ótima.
    muito boa mesmo, bêr.

    \o/

    12:03 AM  
    Blogger Sam disse:

    foi o único deles que eu ouvi, gostei muito.
    sunday morning é minha favorita. XD

    6:16 AM  
    Blogger natália; disse:

    um dos melhores cds do mundo. *__*

    2:07 PM  

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