Rock e cinema nunca foram duas linhas que nunca se cruzaram. Quando a primeira geração do Rock And Roll surgiu, na década de 50, um dos símbolos da rebeldia do Rock, além do rebolar provocante de Elvis Presley, estava no topete e olhar de deliquente juvenil de James Dean. Sem contar um filme clássico do período que levava o nome "Rock Around The Clock", que chocou muitas famílias na época ao mostrar os efeitos que o Rock poderia desencadear, como subversão, anarquia e recusa à submissão. Ao longo das décasdas, muitos outros filmes sobre o assunto foram surgindo... E alguns até estrelados pelas próprias estrelas! Veja a seguir cinco filmes muito bons que te motivarão a correr atrás de mais filmes sobre o assunto:
5º Lugar: Escola do Rock (School Of Rock)
Além de uma das melhores comédias dos últimos anos, "Escola do Rock", de 2003, é um tributo divertidíssimo ao Rock And Roll. O engraçadíssimo Jack Black interpreta Dewey Finn, um cara que é demitido de sua banda por julgarem-no muito exibicionista, que está devendo bastante dinheiro de aluguel, que aceita dar aulas em um colégio particular de disciplina rígida, fingindo ser um professor substituto amigo seu. Ao se deparar com crianças disciplinadas até o limite, Dewey quase desiste, mas vê que as crianças tem muito talento musical; então, resolve ensiná-las a matéria mais difícil de todas, o Rock And Roll, aquele que segundo um rocker daqui, Raul Seixas, não se aprende, nem se ensina; nesse filme é observado que de fato é isso... Rock se desperta! Não faltam citações à bandas clássicas do Rock, como AC/DC, Black Sabbath, Led Zeppelin (este fazendo parte da trilha sonora, inclusive), Pink Floyd, Yes, The Who, entre muitas outras. Dewey inscreve a banda de crianças que formou em um concurso de bandas, cujo prêmio de primeiro lugar é uma considerável quantia em dinheiro. Será que ele conseguirá? Isso você só vai saber assistindo... Mas assista. Um filme que tem "Immigrant Song" do Led e "It's A Long Way To The Top (If You Wanna Rock And Roll)" do AC/DC não pode ser ruim!
4º Lugar: Tommy - O Filme (Tommy)
Caros fãs de Rock And Roll em sua forma primordial. Sabe o The Who? Sim, aqueles caras que detonavam tocando o hino rebelde "My Generation" em plena metade da década de 60, e ficaram famosos por quebrar seus instrumentos em cima do palco, levando muitas outras bandas ao longo da história a fazer o mesmo - para ficar em dois exemplos novos, pergunte ao Nirvana e ao Cachorro Grande de onde eles tiraram esse hábito. Pois então, esses caras foram um dos pioneiros no conceito de Ópera rock - nada de rock com vocais líricos e melodias eruditas, e sim um álbum inteiro que suas músicas separadas dizem uma ou duas coisas, e juntas criam uma história com personagens, trama e falas, por vezes. Depois da safada música de dez minutos "A Quick One... While He's Away", divida em cinco partes e que contava a história de uma relação extra-conjugal, o The Who fez "Tommy", um álbum que, apesar de não ser meu preferido da banda, tem valor inegável, principalmente por gerar esse fabuloso filme. O vocalista do The Who, Roger Daltrey, interpreta Tommy Walker, que quando criança presencia a morte de seu pai, causado por sua mãe e seu amante. O garoto fica cego, surdo e mudo. Quando consegue se libertar desse estado, ele vira uma espécie de messias, líder de uma seita, mas seus seguidores acabam se rebelando por causa de suas regras rígidas. Além do próprio The Who atuando - o já citado Roger e Pete Tonshend (como ele mesmo), John Entwistle (idem) e Keith Moon (como Tio Ernie), o filme tem um bando de figuraças do cinema e da música: Ann-Magret, Oliver Reed, Elton John, Jack Nicholson, Eric Clapton, Tina Turner, entre outros. O slogan do filme diz, "os seus sentidos nunca mais serão os mesmos". Primeiro slogan sincero que eu vejo...
3º Lugar: The Wall (Pink Floyd - The Wall)
Outra Ópera rock? Pois sim! Pelo jeito, a trama contida no álbum era boa demais para ficar só no áudio. Dirigido por Alan Parker (de "Evita"), Bob Geldof interpreta Pink, um homem que, ao longo da sua vida se decepecionou tanto com o mundo - com a ausência do pai, o superprotecionismo da mãe, a repressão na escola e a infidelidade dos parceiros afetivos - que acabou por construir um muro à sua volta, que torna-se solidificado quando Pink vira uma estrela do Rock, e está tão alienado para o mundo que vai afundando aos poucos em sua depressão. Uma sucessão de imagens metafóricas que nos faz refletir muito sobre o mundo em que vivemos, em que as pessoas ao se decepcionarem com nossa sociedade acabam criando uma "muralha" de proteção para não continuar sofrendo. A parte em que Pink imagina ser um general nazista discursando ao invés de um astro fazendo shows ainda choca muito até hoje quem assiste ao filme, mostrando a opnião, ao menos de Roger Waters, de como ídolos de massa sem conteúdo algum podem ser facilmente comparados à líderes de discurso lobotomizante. Isso sem falar, é claro, que o álbum contém algumas das músicas mais conhecidas do Pink Floyd: "Mother", "Comfortably Numb" e, claro, a mais do que clássica "Another Brick On The Wall, Pt. II" (aquela do "Hey, teacher!"...). Reação inevitável de ficar algumas horas (ou dias) refletindo e lembrando da maioria das cenas.
2º Lugar: Velvet Goldmine
Um filme fantástico sobre uma época mais que glamourosa. Todos os personagens são ficctícios, porém, inspirados na realidade: Jonathan Rhys-Meyers é Brian Slade, figura central do movimento glam rock, onde homens e mulheres com maquiagem brilhante se entregam ao prazer da sexualidade livre e o consumo irrestrito de drogas, ao som de um rock contagiante e provocativo. Brian inventa o personagem Maxwell Demon, que morre ao final da turnê, sem deixar pistas do seu paradeiro, como referência à David Bowie. Temos também o andrógino Jack Fairy, inspirado em Lou Reed. Ewan McGregor (de "Trainspotting - Sem Limites) interpreta Curt Wild, inspirado em Iggy Pop e... Ewan está perfeito no papel em que foi colocado - o cara possui os trejeitos de Iggy, o modo de cantar de Iggy, a performance e danças de Iggy... Me pergunto se depois do filme, não aconteceu a mesma coisa que houve a Val Kilmer depois de filmar "The Doors"... Por último, temos Christian Bale, um ótimo ator, apesar de não ser muito conhecido, que interpreta Arthur, jovem que é repreendido por pais e amigos a todo momento pela sua admiração ao Glam Rock, o que a certa hora o obriga a fugir de casa. Na década de 80, ele é designado para fazer uma matéria se Tommy Stone, novo astro da música pop, não seria Brian Slade, que teria forjado o próprio homicídio. Emoção, humor, drama e fidelidade do início ao fim.
1º Lugar: The Wonders - O Sonho Não Acabou (That Thing You Do!)
Um retrato mais do que cativante do que foram os anos 60 para o campo do show-business. Tom Hanks escreveu, dirigiu e co-estrelou essa comédia atuando como Mr. White, um empresário da gravadora Play-Tone que contrata o grupo The Wonders (chamado inicialmente de The Oneders) e os arremessa ao estrelato graças ao seu "one-hit-wonder" "That Thing You Do", uma música feita especialmente para o filme. Liv Tyler, filha de Steven, vocalista do Aerosmith, atua como Fayle Dolan, namorada do vocalista e guitarrista James Mattingly II. Outra figura marcante é do baterista de última hora Guy Patterson, um aficcionado por jazz e vendedor frustrado de eletrodomésticos, que entrou na banda para substituir o antigo baterista machucado, mas acabou garantindo lugar fixo ao acelerar a música e torná-la rentável ao grande público. Um filme que mostra toda a inocência de uma época em que as fãs iam em programas de auditório para gritar feito malucas por sua banda, e caras de terninho arrumado e cabelo penteado cantavam dançantes músicas sobre amor e festas. Todos os ingredientes de uma vida na estrada - saída de integrantes, exigências da gravadora, turnês exaustivas, glória, estrelato, decadência e o inevitável fim da banda... Um retrato despretensioso e divertídissmo de uma época que não volta mais, já que os rockers, você sabe, preferiram avançar para a famigerada imagem de gente cabeluda, rebelde entre outros adjetivos, alguns até indecorosos...
Mas não pense que esses são os únicos filmes, não senhor! Caso você goste desses, procure ver também, só para começar, o já citado "The Doors", de Oliver Stone, com Val Kilmer; "Stoned", filme biografia do falecido gênio Brian Jones, dos Rolling Stones; "Hair", um feliz e chapado musical sobre a época hippie; e o resto... cabe a você descobrir, caro colega. Longa vida ao cinema, longa vida ao Rock And Roll!
Marcadores: Tops
12 Comments:
só assisti ao escola de rock ~x
vou assistir aos outros, lorde supremo beraway .o7
Eu assisti Escola de Rock e The Wall.
Perfeeeitos!
Depois eu vou pegar os outros!
Beeeeijo
mas, como assim, the wonders não existiu!!!!!!!!
Só assisti "The Wonders" e "School Of Rock".
Um filme sobre o Rock (bem, não é totalmente sobre o Rock, mas ele faz um papel importante no filme) é o "24 Hour Party People", onde mostra, além de outras coisas, a Factory, o surgimento do Joy Division e o seu fim com o suicídio de Ian Curtis e o começo do New Order.
Gostei do post mas acho q faltou um dos filmes mais signicantes na relação rock/cinema...
é um filme chamado "Alta Fidelidade" , com o John Cusack...
vlw!
Ótima seleção.
Só não assisti o The Wall ainda.
Abraços,
Luis
luismilanese.wordpress.com
cadê a hard days nights na lista? =~
cinema e rock and roll!
não tem coisa melhor que isso.
dos 5 filmes citados aí, eu só não assisti o Velvet Goldmine, mas vou alugá-lo em breve.
adorei o post
*-*
HA!, baby. Todos os filmes são fodas.
Ahá! The Wonders tavam bons, viu.
faltou rockstar... e quase famosos é legal também!
Ei, Bêr, achei o artigo foda!
E estou com vontade de ver todos!
Boa o/
Postar um comentário
<< Home