O álbum certo na hora apropriada. Até o ano de 1994, o único fato notório da vida de Courtney Love era ser esposa e mãe da filha de Kurt Cobain, o líder do gigantesco Nirvana. Os fatos de ela já ter participado da banda riot grrrl Babes In Toyland e ser a figura de frente de uma banda chamada Hole, que já havia lançado o álbum debut "Pretty On The Inside" no ano que o grunge explodiu, 1991, eram conhecidos, mas ninguém dava bola de verdade. Precisou o maridão estourar os próprios miolos para que toda a atenção fosse voltada para a loira.
A pior das famas para pessoas pacíficas: a fama de bruxa, de propulsora da morte do marido, da causadora da convivência insuportável entre os integrantes da banda do cônjuge. Resumindo: era jogado nos ombros de Love a tão temida fama de Yoko Ono, uma Yoko do movimento grunge. Mas lembra que eu disse que é a pior das famas para pessoas pacíficas? Então, como você pode concluir, não foi problema nenhum para Courtney Love, que não é exatamente adepta de campanhas pela paz mundial e tem um interesse majoritário destinado a porres homéricos, brigas odisséicas e noites dionísicas... E naquele tal ano de 1994, a banda lançava um disco com um nome apropriadíssimo para o momento: "Live Trough This", que chegava nas lojas quatro dias após o grande ícone da década apertar um dos gatilhos que mudariam o mundo da música definitivamente...
Em seu segundo e melhor álbum, a instável moça era acompanhada da baixista Leslie Hardy, a baterista Patty Schemel e o guitarista Eric Erlandson, o único homem da banda, fator este que sempre excluiu a banda do movimento riot grrrl e os empurrou para o filão grunge da época. Mas, frescura detalhista à parte, não são movimentos excludentes: tanto os alicerces sonoros quanto o público de ambos os gêneros são parecidos. Acordes de guitarra que se arrastavam podiam virar refrões explosivos, o som de garagem mais cru e rasgado ganhava uma linha melódica no vocal... Mesmo não sendo genial ou brilhante, é um dos melhores exemplos do modus operandi do rock alternativo norte-americano na época.
"Violet" é a música de abertura, um grunge digno de nota que seguia a estratégia das estrofes vagarosas que ganhavam gás e implodiam no refrão, com uma letra em que a vocalista disparava contra homens interesseiros e se lembra de uma vez na praia. "Doll Parts" está mais para uma balada, apesar de possuir vocalizações e letras ousadas, onde Courtney declara que quer ser a garota com a maior fatia do bolo. "Credit In The Straight World" e "She Walks On Me" são algumas das pauleiras do disco, com riffs secos, bateria no talo e a musa-problema acabando com o gogó. E falando em acabar com o gogó, o encerramento "Rock Star" possui os berros mais extremados do disco, em um encerramento bem a cara de Love: desequilibrado, conturbado e violento.
"Live Trough This" não vai mudar de fato a vida de ninguém. Mas o fato inegável é que aqui está rock alternativo dos bons para se gritar, pular e agitar. E se deparar com a lírica imediatista, urgente e hedonista de uma das figuras mais comentadas do Rock And Roll dos últimos anos.
"i want to be the girl with the most cake
i love it so much it just turns to hate
i fake it so real, i am beyond fake
and someday, you will ache like i ache"
Músicas:
01 Violet 3:24
02 Miss World 3:00
03 Plump 2:34
04 Asking for It 3:29
05 Jennifers Body 3:41
06 Doll Parts 3:32
07 Credit in the Straight World 3:11
08 Softer. Softest 3:27
09 She Walks on Me 3:23
10 I Think That I Would Die 3:36
11 Gutless 2:15
12 Rock Star 2:42
02 Miss World 3:00
03 Plump 2:34
04 Asking for It 3:29
05 Jennifers Body 3:41
06 Doll Parts 3:32
07 Credit in the Straight World 3:11
08 Softer. Softest 3:27
09 She Walks on Me 3:23
10 I Think That I Would Die 3:36
11 Gutless 2:15
12 Rock Star 2:42
2 Comments:
vou ver se baixo. beijão rs
A Courtney é daquelas junkies que se dão bem na vida. Casa com Kurt Cobain, depois namora o Billy Corgan. Pega alguns restos de letras que não entraram no Nirvana e no Pumpkins, e faz uns discos fodas! hhaha, adoro *-*
Postar um comentário
<< Home