Dizem as enciclopédias do rock: os Ramones são os pais do punk. Os Stooges e MC5, os avôs. Os New York Dolls, as vovós que eram vovôs. São consideradas as bandas seminais pra qualquer banda hoje que queira pegar uma guitarra e tocar um som direto, cru e porradeiro, certo? De Sonic Youth, Big Black, Nirvana e Hüsker Dü até White Stripes, The Strokes e The Hives, todo mundo de alguma forma deve as calças à Iggy Pop, Fred "Sonic" Smith, Joey Ramone e Johnny Thunders, certo?
Pois bem, saiba que todos esses pais, avôs, e vovós travestidas também têm suas rasgadas calças jeans como dívidas. Pra quem? Ora, para alguns dos primeiros caras que contemplaram o mundo de barulheira e putaria e tiveram coragem de traçar a véia primeiro: The Sonics. Só depois do surgimento dos mesmos que os jovens americanos resolveram mostrar para os engomadinhos ingleses quem deveria estar tocando Chuck Berry e Little Richard no volume máximo. Coube aos pobretões degenerados de Washington Gerry Roslie (vocal, guitarra e órgão), Andy Parypa (baixo), Larry Parypa (guitarra), Bob Bennett (batera) e Rob Lind (saxofone) fazer o trabalho sujo.
Imagine você em 1965. "Help!" nas rádios. "A Hard Day's Night" no cinema. Mick Jagger e Keith Richards no princípio do sucesso dizendo que eles eram tudo o que os Beatles não eram. E nos inferninhos cheirando a cerveja, nicotina e suor, uma paulada nos tímpanos. Cinco dementes deixavam as caixas de som zumbindo de tanto volume, e não deixando barato, esburacando-as com furadores de gelo, o que fazia o som sair mais grave, ruidoso e tosquíssimo do que o normal. Entre músicas próprias e covers de Rock And Roll cinquentista, os Sonics não deixavam pedra sobre pedra bem antes de "I Wanna Be Your Dog", "Jet Boy", "Kick Out The Jams" e "Blitzkrieg Bop". Era som endurecido, embriagado e quase documentativo do ambiente decadente e áspero de onde vinha.
"Here Are The Sonics!", em plena época de iê-iê-iê, é porradaria sem descanso. É um exagero desnaturado e inconseqüente de volume. O vocal berrado e desesperado de Gerry já foi muito comparado ao do lendário de Little Richard, e talvez não seja uma comparação tão distante, já que é algo muito mais guiado pelo tesão e fúria do que por harmonia e beleza. As guitarras são muito semelhantes a ruídos de explosões e fuzis tocados de forma insistente e anfetamínica. A partir da inflamada e impactante abertura "The Witch", você continuará sendo golpeado com seguidos socos na cara ouvindo o rasgado refrão de "Boss Hoss", a impiedosa e fortíssima "Psycho", uma versão simplesmente massacrante de "Keep A Knockin'" de L. Richard, uma das maiores influências da banda, tocada de forma excessivamente rápida e pesada pra época.
Alguns gritos chegam a assustar, alguns riffs farão você proteger seus tímpanos, e muitas das suas letras irão ofender muitos moralistas, já que há mais de quarenta anos atrás os caras já baseavam suas letras em bruxas, sexo, eventos sobrenaturais e mulheres atordoantes, em meio à muito sarcasmo destrutivo, juvenil e urgente. Os prováveis primeiros brancos a tocar rock pauleira são uma experiência intensa demais para passar batido. Dá até pra entender porque em uma época tão dócil eles acabaram não chegando a lugar nenhum, financeiramente falando. Mas quem ouviu, concorda: isso que é Rock And Roll. Sem esses caras, gente como Ron Asheton e Johnny Ramone acabariam sendo meros lavadores de prato.
Não estranhe se, quando acabar, você achar que foi atropelado.
Pois bem, saiba que todos esses pais, avôs, e vovós travestidas também têm suas rasgadas calças jeans como dívidas. Pra quem? Ora, para alguns dos primeiros caras que contemplaram o mundo de barulheira e putaria e tiveram coragem de traçar a véia primeiro: The Sonics. Só depois do surgimento dos mesmos que os jovens americanos resolveram mostrar para os engomadinhos ingleses quem deveria estar tocando Chuck Berry e Little Richard no volume máximo. Coube aos pobretões degenerados de Washington Gerry Roslie (vocal, guitarra e órgão), Andy Parypa (baixo), Larry Parypa (guitarra), Bob Bennett (batera) e Rob Lind (saxofone) fazer o trabalho sujo.
Imagine você em 1965. "Help!" nas rádios. "A Hard Day's Night" no cinema. Mick Jagger e Keith Richards no princípio do sucesso dizendo que eles eram tudo o que os Beatles não eram. E nos inferninhos cheirando a cerveja, nicotina e suor, uma paulada nos tímpanos. Cinco dementes deixavam as caixas de som zumbindo de tanto volume, e não deixando barato, esburacando-as com furadores de gelo, o que fazia o som sair mais grave, ruidoso e tosquíssimo do que o normal. Entre músicas próprias e covers de Rock And Roll cinquentista, os Sonics não deixavam pedra sobre pedra bem antes de "I Wanna Be Your Dog", "Jet Boy", "Kick Out The Jams" e "Blitzkrieg Bop". Era som endurecido, embriagado e quase documentativo do ambiente decadente e áspero de onde vinha.
"Here Are The Sonics!", em plena época de iê-iê-iê, é porradaria sem descanso. É um exagero desnaturado e inconseqüente de volume. O vocal berrado e desesperado de Gerry já foi muito comparado ao do lendário de Little Richard, e talvez não seja uma comparação tão distante, já que é algo muito mais guiado pelo tesão e fúria do que por harmonia e beleza. As guitarras são muito semelhantes a ruídos de explosões e fuzis tocados de forma insistente e anfetamínica. A partir da inflamada e impactante abertura "The Witch", você continuará sendo golpeado com seguidos socos na cara ouvindo o rasgado refrão de "Boss Hoss", a impiedosa e fortíssima "Psycho", uma versão simplesmente massacrante de "Keep A Knockin'" de L. Richard, uma das maiores influências da banda, tocada de forma excessivamente rápida e pesada pra época.
Alguns gritos chegam a assustar, alguns riffs farão você proteger seus tímpanos, e muitas das suas letras irão ofender muitos moralistas, já que há mais de quarenta anos atrás os caras já baseavam suas letras em bruxas, sexo, eventos sobrenaturais e mulheres atordoantes, em meio à muito sarcasmo destrutivo, juvenil e urgente. Os prováveis primeiros brancos a tocar rock pauleira são uma experiência intensa demais para passar batido. Dá até pra entender porque em uma época tão dócil eles acabaram não chegando a lugar nenhum, financeiramente falando. Mas quem ouviu, concorda: isso que é Rock And Roll. Sem esses caras, gente como Ron Asheton e Johnny Ramone acabariam sendo meros lavadores de prato.
Não estranhe se, quando acabar, você achar que foi atropelado.
"Say there's a girl
Who's new in town
Well, you better watch out now
Or she´ll put you down
cause she's an evil chick
Say she's the witch!"
Músicas:
01 The Witch 2:37
02 Do You Love Me 2:15
03 Roll Over Beethoven 2:46
04 Boss Hoss 2:21
05 Dirty Robber 1:59
06 Have Love Will Travel 2:37
01 The Witch 2:37
02 Do You Love Me 2:15
03 Roll Over Beethoven 2:46
04 Boss Hoss 2:21
05 Dirty Robber 1:59
06 Have Love Will Travel 2:37
07 Keep A Knockin' 1:53
08 Don't Believe In Christmas 1:41
09 Psycho 2:14
10 Money 1:57
11 Walkin' the Dog 2:42
12 Night Time Is the Right Time 2:55
13 Strychnine 2:10
14 Good Golly Miss Molly 2:05
15 Santa Claus 2: 48
09 Psycho 2:14
10 Money 1:57
11 Walkin' the Dog 2:42
12 Night Time Is the Right Time 2:55
13 Strychnine 2:10
14 Good Golly Miss Molly 2:05
15 Santa Claus 2: 48
16 The Village Idiot 2:33
4 Comments:
Gostei do disco, bêr! Todas as músicas curtinhas e objetivas.
A última música, The Village Idiot, é a mais retardada! hhahaah, o vocalista completamente bêbado, mal dá pra entender o que ele fala! hahah
hahaha, isso que é delinquência juvenil, né não?
me interessei, gato, vou pegar beijos
Baixando o discow!
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