(Colaboraram Bêr, Nat e Sam)
Nação Zumbi – Fome de Tudo: A Nação Zumbi nasceu um fenômeno e morrerá um fenômeno. Poucas bandas conseguem aliar inteligência lírica e melódica com maestria e invariavelmente agradar público e crítica a cada novo lançamento. E eles, para variar, conseguiram de novo. Em “Fome de Tudo”, a banda se desdobra em climas bem mais tropicais e de melodias pop para lá de suculentas, em harmonias vocais de fácil assimilação, em guitarras incansáveis e em uma percussão pra lá de envolvente. O resultado soa sideralmente chapante em “Inferno”, hipnótico e distorcido em “Onde Tenho que Ir”, um arrasa-quarteirão elétrico e pop em “Fome de Tudo”, refinado, profundo e complexo em “Toda Surdez Será Castigada”... E o mundo continua tentando acompanhar a Nação Zumbi.
Ouça: “Toda Surdez Será Castigada”
Babyshambles – Shotters Nation: Desde os seus primórdios, o Rock And Roll esteve envolvido no uso de drogas. E as reações sempre foram as mais variadas: carreiras com momentos de glória e decadência, talentos promissores que afundavam e gente que simplesmente não sabia lidar e invariavelmente destruía sua carreira (no caso, a fonográfica). E Pete Doherty, desde a época que cantava nos Libertines, prova ser do grupo que tem dificuldade de lidar com isso. “Shotters Nation”, para variar, é um disco abaixo do medíocre. A tentativa de som de garagem mais uma vez explora clichês batidos executados sem nenhum teor de novidade. Fica até difícil entender como alguém com uma vida pessoal tão agitada consegue produzir discos tão tediosos. Será que Doherty só compõe quando está de rebordosa?
Ouça: “Side Of The Road”
The Hives – The Black And White Album: Entre todas as bandas do revival do rock de espírito garageiro, o Hives foi um dos poucos remanescentes. Talvez porque sempre foi mais um grupo moderno com boas referências do que uma banda que repetia clichês nostálgicos. E o disco novo não só agrada como também inova. Há de tudo por aqui: o bom e velho Hives saído das garagens suecas de “Tick Tick Boom” a pulante e cheia de sintetizadores “It Won’t Be Long” e a seqüência “T.H.E.H.I.V.E.S.”, um funk rock em falsete lembrando os Rolling Stones de “Some Girls”. A última grande pérola “You Dress Up For Armageddon” é um marchante punk com refrão digno de ser entoado em um bar inglês ou irlandês. Diante do resultado, não há dúvidas: “os caras” do Rock alternativo europeu atual são Howlin’ Pelle Almqivst e seus capangas. É ouvir e conferir.
Ouça: “T.H.E.H.I.V.E.S.”
Black Rebel Motorcycle Club – Baby 81: E os fãs incondicionais do filme “O Selvagem”, de Marlon Brando, com referências indo desde o folk e o blues rústico do início do século vinte, passando por bandas de garagem dos sessenta e chegando ao shoegaze, retornam mais uma vez com seu quarto álbum de inéditas. Rock And Roll vibrante dos bons, o power trio põe o mundo abaixo com fúria folk e melancolia distorcida. Variando entre pancadarias como “Weapon Of Choice”, os arranjos envolventes da cadenciada “666 Conducer”, a tensa “Need Some Air” e o épico rocker de nove minutos “American X”, o álbum mais agrada do que decepciona. As outras não tem o mesmo brilho, porém, raramente irão chatear alguém.
Ouça: “Need Some Air”
She Wants Revenge – This Is Forever: Não se engane ao ver que a capa é apenas uma variação cromática do primeiro: a banda não inova em muito, mas fez algo que dificilmente deixará o ouvinte parado ou desatento. Filho de uma mórbida orgia de Bauhaus, Depeche Mode e Joy Division, as violentas letras apóiam-se sobre um som que, apesar de perder a força enquanto caminha entre suas treze canções, ainda reservam boas surpresas, como “What I Want” e a raivosa e ao mesmo tempo melancólica “She Will Always Be A Broken Girl”. Basicamente, é um disco oitentista lançado nos anos 2000: mantém a consistência, mas não espere grande surpresa.
Ouça: “She Will Always Be A Broken Girl”
Bruce Springsteen – Magic: Ninguém ganha o apelido de “Boss” à toa. Figura forte na música mundial há três décadas, Bruce solta o quarto registro em cinco anos. Altamente politizado, o patrão não faz feio e utiliza seus riffs invocados, sua grossa voz característica e refrões poderosos e marcantes como utensílio para descer o sarrafo na política norte-americana, mas também arranjando tempo para cantar canções mais introspectivas. É um redondo disco de Rock que flui que é uma beleza, mostrando que fez por onde para ganhar mais de quinze Grammys. É difícil ver um homem beirando os sessenta anos tão produtivo e tão inspirado. Que fiquem avisadas as bandas novas: quem não fizer o dever de casa direito, está despedido.E Bruce tem mais moral que Roberto Justus.
Ouça: “Livin’ In The Future”
Autoramas – Teletransporte: Autoramas é uma banda invejável! Estão na ativa há mais de dez anos, lotando shows, e vira e mexe emplacam alguns hits nas rádios. O quarto cd da banda, "Teletransporte", segue na mesma linha dos outros três cds: surf music, new wave, e também influência da jovem guarda. Um cd bom do começo ao fim: a faixa de abertura, "Mundo Moderno", é um rocknroll daqueles que eu tenho que me controlar pra não sair pulando. "A 300 km/h" é uma baladinha pop, com os vocais de Gabriel Thomaz bem mais calmo do que nas outras faixas. Em "Já cansei de te ouvir falar" e "Digoró", Selma Vieira, baixista da banda, também assume os vocais. "Panair do Brasil" e "Guitarrada" mostram toda a influência de surf music da banda. Efeitos, guitarras ótimas, baixo com distorção, bateria impecável: sem dúvidas, um dos melhores cds nacionais do ano que passou. Mais 10 anos de vida ao Autoramas, no mínimo!
Ouça: "Mundo Moderno" e "A 300 km/h"
Ludov – Disco Paralelo: Confesso que gostava muito do Maybees (antigo nome do Ludov, com composições em inglês), mas depois do lançamento desse último álbum até esqueci da existência do antigo projeto da banda. O "Disco Paralelo" chega a ser um dos melhores discos de pop rock nacional que já ouvi. Nada daqueles álbuns com uma ou duas músicas boas: o Ludov veio pra ficar, e todo aquele aquele agora-ou-nunca ficou para trás. Melodias bem feitas, riffs marcantes e contagiantes, e o melhor de tudo: letras inteligentes. "Ciência" abre muito bem o disco, uma das músicas mais contagiantes e enérgicas, com um refrão que deixa uma pergunta no ar: quanto vale um segundo, quando os metros são muitos a percorrer? "Conversas em Lata" é a mais tensa do disco, enquanto "Noite Clara" poderia ser trilha de qualquer novela das oito, daquelas que se passam no Rio de Janeiro. Em "Delírio (Sob as Asas)", Mauro Motoki assume os vocais de Vanessa Krongold, fazendo uma das canções mais lindas do disco. Por fim, "Urbana", que assim como "Ciência", contagia! Ludov! Guardem bem esse nome.
Ouça: "Urbana"
Foo Fighters - Echoes, Silence, Patience & Grace: Dave Grohl é um rockstar! Não satisfeito em ter sido o baterista do Nirvana, ele ainda monta uma das bandas mais bem sucedidas da atualidade. "Echoes, Silence, Patience & Grace" é o sexto álbum da banda. Um disco furioso e ao mesmo tempo delicadamente pop. "The Pretender", primeiro single, é daquelas músicas que ninguém se esquece. Um rock de verdade. Uma porrada. Gritos. Bem Foo Fighters mesmo, o que também acontece com "Let it Die" e "Erase/Replace". "Long Road To Ruin" e "Cheer Up, Boys" não possuem tantos gritos quanto às outras, mas os riffs são maravilhosos. E no meio de tanta distorção e gritaria, se encontram duas faixas acústicas para dar um descanso aos ouvidos. Assim como "Come Alive" e "But, Honestly", que começam calma, clean, e depois vai se entregando, terminando como músicas dignas do Foo Fighters. Um álbum excelente, com muita distorção, gritos, violão e até piano. Afinal, eles podem.
Ouça: "The Pretender" e "Long Road To Ruin"
Ryan Adams - Easy Tiger: Depois de passar 2005 em fúria e ter lançado 3 álbuns no mesmo ano, Ryan volta um pouco mais centrado, digamos assim. Easy Tiger traz Ryan no melhor estilo country rock, aquele que só ele sabe fazer. Canções objetivas, claras, não ultrapassando os 40 minutos de duração do disco. "Tears of Gold" e "Pearls On A String" me lembra um pouco Neil Young."Halloweenhead" é a mais rock, com direito a distorção e tudo mais, enquanto "I Taught Myself How To Grow Old", última faixa, tem uma gaita angustiante. Uma obra prima pra quem gosta de country rock: boas melodias, excelentes linhas instrumentais, baladas folks, e Ryan Adams fazendo o que faz de melhor.
Ouça: "Everybody Knows"
Eddie Vedder - Into the Wild : Quando começaram a aparecer as notícias que Eddie Vedder iria lançar um cd solo, nunca que imaginei que seria um disco tão diferente em relação ao Pearl Jam. Em apenas 33 minutos (duração do disco), conhecemos outro lado de Eddie: nada de gritos, distorção e guitarras. No lugar disso melodias lindas, violões e até banjo tomam conta de todo o álbum. "Setting Forth" e "Far Behind" são as mais agitadas, enquanto The Wolf é sombria. No Ceiling e Rise mostram que além de bom guitarrista, Eddie também manda bem no banjo. "Society" me lembra algumas canções do próprio Pearl Jam: “society, you're a crazy breed...” Um disco folk, tranqüilo, pop, grandioso. Uma afirmação de que Eddie Vedder é um dos melhores compositores dos últimos anos. Vale a pena ouvir. Ouça: Setting Forth
Serj Tankian - Elect The Dead: Serj Tankian, diferente de Eddie Vedder, não fez um trabalho que tenha se diferenciado muito da antiga banda. Tudo neste disco traz lembranças do System of a Down: letras com apelo político, riffs criativos, bateria marcando presença, e não menos importante, o vocal agressivo e inconfundível de Serj. Não que isso seja ruim, mas quando se trata de carreira solo sempre espero por algo um pouco mais diferenciado. Porém, musicalmente, temos aqui um álbum extremamente rico: Serj gravou quase todos os instrumentos, dos pianos até as guitarras distorcidas, fazendo um instrumental invejável a qualquer músico. Além disso, as letras políticas trazem informações, críticas e protestos. Merecem destaques "Empty Walls", com um refrão grudento do caramba; "The Unthinking Majority" que traz linhas melódicas bem diferentes, e "Lie Lie Lie" que é uma das mais legais do álbum.
Ouça: "Empty Walls" e "Lie Lie Lie"
Dir en Grey - THE MARROW OF A BONE: "Cansativo" é a palavra pra definir o álbum. É surpreendente uma banda desse porte, fama e responsabilidade com a música japonesa produzir um álbum tão sem sal. Não sou um profundo conhecedor, mas sei que os caras conseguem fazer coisas centenas de vezes melhores que essa, vide "Vulgar", "Gauze", entre outros. Nem "CLEVER SLEAZOID" salva, já que ganhou uma versão inédita e bem diferente do single.
Ouça: "CLEVER SLEAZOID"
BUCK-TICK - Tenshi no Revolver: O melhor álbum de j-rock lançado em 2007, segundo algumas enquetes. Não é exagero, não. BUCK-TICK, uma das bandas pioneiras do Visual Kei, mostra que ainda consegue se manter na ativa mesmo carregando 20 anos nas costas. Pra variar, BUCK-TICK inovou sem perder a identidade, abandonando o tipo de som mais sombrio adotado no "13kai wa Gekkou" e fazendo algo mais movimentado e divertido, chegando a lembrar músicas como "Candy" e "21st Cherry Boy".
Ouça: "Mr. Darkness & Mrs. Moonlight" e "Alice in Wonder Underground"
Marcadores: Junkiebox
6 Comments:
Esse blog faz eu me sentir uma inculta musical hehehehehe Só conheço o cd do Serj =* Beer
Eu tenho que ouvir quase todos os álbuns daí. O do Eddie Vedder parece ser bastante interessante
esse novo do Babyshambles é totalmente "mais do mesmo".
o Hives arrasou com esse cd. Tick tick boom é empolgante.
Vou dar uma conferida no do Bruce e no BRMC :)
Easy Tiger é tão,mas tão bom que eu fiquei 2 semanas ouvindo direto.é daqueles que vc tem que carregar pra onde for.
FF destruiu como sempre.impecável!
O Dangerous Music me faz sentir uma ignóbil musical. [2"]
Sugestão: coloque links de download no fim dos posts. ;)
http://prixviagrageneriquefrance.net/ acheter viagra
http://commanderviagragenerique.net/ vente viagra
http://viagracomprargenericoespana.net/ viagra generico
http://acquistareviagragenericoitalia.net/ viagra acquisto
Postar um comentário
<< Home