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    quarta-feira, maio 30, 2007
    Discografia Comentada: Los Hermanos

    (Post feito originalmente pelo Vitor)



    Fim dos anos 90, começo de um novo século. A onda pop assolava o mundo inteiro com as boy bands com suas formações de quintetos e rostinhos bonitinhos. Era uma invasão de Backstreet Boys pra cá, N’Sync pra cá, Five e grupos afins. No rock tínhamos o estouro de bandas com simplicidade punk, mas com um som pop, tais como o Green Day, Blink 182 e o New Found Glory, sendo os últimos dois despontando para o mundo com seus respectivos álbuns lançados no mesmo período.

    O Brasil se via frente a uma mesmice sonora encabeçada por Raimundos e sua "Mulher de Fases", Planet Hemp, e bandas com resquícios daquelas que faziam sucesso na década de 80: bandas como Skank, J Quest, O Rappa e Cidade Negra inundavam as rádios com seus hits. E a febre de boy band não podia ser diferente no Brasil.

    Em 98, alguns universitários da PUC, no Rio de Janeiro, juntaram-se em uma banda que mesclava, inicialmente, elementos do samba, do ska e do hard core. Uma mistura um tanto quanto exótica para os padrões de cada estilo. O jovem Marcelo Camelo entoava suas letras de amor na levada bruta e rápida do hard core, o que levou o futuro integrante Bruno a questionar-se quanto ao som daquela banda que fora assistir o ensaio em um estúdio pequeno, quente e com suas caixas de som equalizadas de forma desordenada.

    Era o Los Hermanos, que naquele mesmo ano lançaria duas demos, o "Amor e Folia", em janeiro, e o "Chora", em setembro. Logo as canções já estariam espalhadas pela cidade maravilhosa, chamando atenção do famigerado mainstream brasileiro. A banda tocou em vários festivais undergrounds de música alternativa, fazendo com que a vida de universitário comum, aquele que segue seus períodos de curso e consegue estágios, fosse deixado de lado para que se dedicassem a o que seria uma das bandas mais superestimadas do Brasil nos próximos anos.


    No ano seguinte, a banda, com suas formação principal tendo Marcelo Camelo (guitarras/vocal), Rodrigo Amarante(guitarra/vocal), Patrick Laplan (baixo),(Rodrigo Barba (bateria) e Bruno Medina (teclados), consagrada em um festival na capital pernambucana, assina com a Abril, lançando seu primeiro álbum com um selo major: era o self-titled “Los Hermanos”. Com 13 faixas que, ao mesmo tempo, tinham instrumentos agressivos e letras cativantes, a banda entrou de cabeça no cenário nacional com o hit que ninguém, contemporâneo ao mesmo, nunca vai se esquecer por um longo tempo de tanto que foi tocado: era “Ana Júlia”, o estopim da banda, regravada até mesmo pelo beatle George Harrison. Uma pena a banda ter seu brilhante trabalho sufocado por apenas uma música tendo outras como “Azedume”, “Pierrot” (música muito pedida pelos fãs que vão aos shows), “Sem Ter Você”, “Aline” e “Bárbara”. Os hits seguintes do álbum não despertaram tanto interesse do público quanto o primeiro e o mesmo número de ouvintes que contemplou ao brilhantismo do primeiro não foi o mesmo que abraçou a belíssima balada "Primavera” e a melhor (na minha opinião) faixa do álbum: “Quem Sabe”. Os cariocas, então, eram recebidas com boas vindas pelos brasileiros e despontavam para seu próximo disco, após quase 2 anos de turnê do mesmo álbum.


    Com uma certa quantidade de fãs arrastados pelos primeiros sucessos, a banda lança, em 2001, o álbum “Bloco do Eu Sozinho”, desenvolvido longe da cidade grande, em um sítio na cidade imperial de Petrópolis, que chega com impasses com a gravadora e como um balde de água fria em quem esperava mais pancadas amorosas tais como as do primeiro disco. A primeira faixa e primeiro hit do álbum, “Todo Carnaval Tem Seu Fim”, é consideravelmente aceito pelo público e o disco seguiu seu caminho com seus elementos musicais que mesclam arranjos circenses, samba, bossa nova e hard core. A banda passava de uma banda agressiva para uma banda mais alternativa, com músicas mais trabalhadas e com letras mais poéticas. O segundo hit é “Sentimental”, bela música que completa o time de canções amáveis como “Casa Pré-Fabricada” (regravada por Maria Rita), “A Flor”, “Retrato Pra Iaiá”, “Veja Bem, Meu Bem”, “Mais Uma Canção” e “Adeus Você”. A banda perde seu baixista Patrick por divergências musicais e, para seu lugar, é chamado Kassim, um amigo da banda. A banda é convidada para lançar o cd e o dvd do “Luau MTV”. Frustrações estavam por vir devido a troca bruta de estilos.

    Apesar de não atingir as expectativas comerciais devido à quebra total de estilo entre os dois primeiros álbuns, a banda revê seus conceitos e parte para um ‘re-começo’, tocando para pequenas platéias e em lugares pequenos. Isso serviu para que a banda reconhecesse seus fãs fiéis e, então, voltaram para a serra fluminense, onde produziram o terceiro álbum da banda, o “Ventura”, lançado em 2003, pelo selo BMG (atual Sony&BMG), equivocando aqueles que esperavam uma aproximação com o primeiro álbum, visto as frustrações acarretadas pelo segundo. “Ventura” chega com uma ótima aceitação do público e aquelas pequenas platéias triplicavam seus números de expectadores. Seu primeiro carro chefe, “Cara Estranho”, é bem aceito na mídia e leva a banda ao lugar onde deveria estar, fazendo com que, finalmente, conseguissem seu lugar na música brasileira. Daí foi só alegria. “O Vencedor”, segundo hit do disco, tornou-se uma das principais músicas ao citar o nome Los Hermanos. A lindíssima “Último Romance” torna-se o terceiro hit, hit esse que é seguido de perto pelas outras maravilhas do álbum: “O Pouco Que Sobrou”, “Conversa de Botas Batidas”, “A Outra”, “O Velho e O Moço”, “Samba a Dois” e “Deixa o Verão”. A banda chega ao seu auge com esse que, ao lado do self-titled, é o melhor disco da banda.

    Dois anos mais tarde, a banda lança um cd/dvd ao vivo, gravado no Cine Íris, casa de shows no centro do Rio de Janeiro. Mais tarde, no mesmo ano, é lançado o último álbum da banda, o “4”. Diferente daquilo ouvido anteriormente, esse é o álbum mais complexo da banda, com músicas de maior duração e poucos hits grudentos. Apesar de todo trabalho do grupo, as opiniões sobre o disco se dividem: alguns acham o mais ‘chato’, outros acham ‘pura poesia’. O primeiro carro chefe, “O Vento”, é o mais conhecido desse álbum, afinal fez parte da trilha sonora da tão aclamada mini-série aclamada pelos jovens, a “Malhação”. Pouco pode se destacar desse álbum, na minha opinião. Músicas como “O Ventro”, “Morena”, “Paquetá” e, claro, a melhor das 12 faixas, “Condicional”, encerram as atividades da banda de poucos anos de vida e que deixo sua assinatura no livro das melhores bandas do país.


    Um ano após o lançamento do último álbum, é lançado o “Perfil Los Hermanos”, coletânea que armazena os principais hits do grupo. 2007 chega com uma triste notícia para os fãs: o hiatus indefinido da banda. O grupo fará três apresentações de despedida no mês de junho na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, tendo os ingressos para o segundo e terceiro dias esgotados.


    A banda precursora do emocore mainstream brasileiro (por que não?) deixará muitos órfãos em todo o país. Seus integrantes se dedicarão a projetos acumulados em seus quase 10 anos de carreira e, com certeza, serão trabalhos de primeiro nível, tendo em vista que Marcelo e Amarante são bons compositores. O que resta aos mais fanáticos de outros pontos do país é gastar algum dinheiro vindo ao Rio contemplar a banda nas suas últimas apresentações, ouvir e ver suas gravações e relembrar os tempos de suas atividades. O fato é que canções belíssimas ficarão para o acervo recheado de obras fartas da música brasileira e, futuramente, quem sabe, outros artistas não regravam e imortalizam suas canções, assim como fizeram Clara Nunes, Chico Buarque e Elis Regina?

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    posted by Sam at 8:50 PM | 9 comments

    segunda-feira, maio 28, 2007
    Junkiebox #3

    (Colaboraram: Bêr, Luden e Sam)




    Arctic Monkeys – Favourite Worst Nightmare: O pesadelo mais odiado dos anti-hypes está de volta. E segundo os próprios autores, com a única diferença de só ter um ano a mais. O que não chega a ser uma literal verdade, pois se em parte os britânicos ainda continuam os mesmos Monkeys de um ano atrás, por outro essa turma inglesa aparece com admiráveis idéias novas. Desde a explosão do rock alternativo americano nos anos 90, não se ouvia música tão barulhenta como a abertura e primeiro single “Brianstorm”, surpreendente canção dona de uma parede de guitarras distorcidas e sujas. Ao longo do álbum, o vocal discursado de Alex Turner revela influência de rap, e a cozinha um tempero bem funk, mas tudo é posto em um esquema o mais roqueiro possível, cheio de melodias contagiantes, momentos dançantes, mesmo os refrãos não grudando tanto como no primeiro álbum. Os temas juvenis e urbanos continuam os mesmos – e ainda bem. Por isso não dê bola para os anti-hypes falando que atualmente o rock está morto; se você prefere néon e cores fluorescentes a formol e naftalina, dê três vivas a Inglaterra. God Save The Monkeys!
    Ouça: Brianstorm


    Good Charlotte – Good Morning Revival: Não deve ser fácil ser um gigante do emo. E o Good Charlotte prova ser do grupo que não consegue lidar com o fato. Pilotar uma máquina capaz de emplacar vários hits e mantê-los por tempo considerável nas paradas deve ser difícil. Apesar de em alguns momentos mostrarem alguma inspiração, ela se mostra tão escassa como água no Saara. Quase nada que chama a atenção – o tom dramático já pega que nem carrapato desde o início. Na maior parte do tempo, você tem a impressão de estar ouvindo apenas uma música, graças às saturadas guitarras, o tom de dramalhão do vocal e a extrema previsibilidade de noventa e nove por cento das canções. Madden Brothers e cia.não conseguem fazer nada mais que um disco que navega entre o pop saturado e o rock chinelão – Isso que dá a moça que concede o nome à banda ser tão boazinha. E o avião acaba caindo em mares tortuosos...
    Ouça: Keep Your Hands Off My Girl


    Nine Inch Nails – Year Zero: O Nine Inch Nails é uma banda que sempre lançou obras primas do rock industrial com longos espaços de tempo. Dessa vez, a banda de Trent Reznor demorou apenas dois anos para soltar um novo registro. E é visível que essa demora de Reznor é muito bem-vinda, já que “Year Zero”, mesmo tendo a genial idéia de integrar os fãs às idéias malucas das bandas com jogos propostos por Trent, a mesma genialidade não aparece na música. É um disco que está longe de ser ruim; inclusive, comparando com muitas bandas de hoje, o Nine Inch Nails é um oásis. Mas não dá para esquecer que esta é a banda que lançou ‘coisas’ como “The Downward Spiral” e “The Fragile”, dois dos discos mais essenciais dos anos 90. É que agora parece dar seus primeiros sinais de desgaste. Mesmo mais eletrônica, a banda não consegue lançar nada de muito inovador. Ainda bem que, mesmo previsível, as porradas no ouvido nunca chegam a ser um pé no saco.
    Ouça: Vessel


    Queens Of The Stone Age – Era Vulgaris: Josh Homme, antes de qualquer coisa, é um maluco. E bota toda sua demência pra fora fazendo música. Depois de algum tempo andando com seu mano Jesse Hughes e tretando com AXL Rose enquanto tocava na tresloucada banda Eagles Of Death Metal, resolveu agora botar mais um registro do Queens Of The Stone Age na praça. E por mais que a banda seja ouvida e reouvida, ela sempre consegue surpreender música após música, álbum após álbum. Josh enche o pop, o rock e o groove de distorção, tensão, neurose e força. Mesmo tendo a participação de pesos-pesado como Julian Casablancas dos Strokes, Trent Reznor do Nine Inch Nails e Mark Lanegan dos Screaming Trees, Josh rouba a cena sem dó nem piedade. Coisa esta mais do que necessária: nessa verdadeira era vulgaris que a música americana atravessa no mainstream, de bandas politicamente corretas, artistas decadentes, porém prepotentes, de pro-tools à exaustão, de exércitos de gostosonas cantantes, alguém tem que ser o maldito, o incompreendido. A capa tosquíssima já denuncia que mesmo sendo uma rainha da idade da pedra, Josh Homme tem bagos o suficiente para encarar essa missão. Esse é um cara que mata a cobra e mostra o pau, já diria a esposa Brody Dalle.
    Ouça: Sick, Sick, Sick


    Lobão – Acústico MTV: Todos foram pegos de surpresa quando souberam que Lobão estava assinando contrato com uma gravadora major após tanto meter o pau nelas e atravessar uma década lançando discos independentes (seus e de outros) pela sua revista Outracoisa. Porém, é um erro chamá-lo de traidor; um dos caras mais essenciais dos últimos anos para a música brasileira tem que ser é reconhecido e respeitado. E veja bem que esse Acústico não é pouca coisa: as composições de Lobão não só resistem ao tempo como ganham melhorias. Tudo é de cair o queixo, das letras ousadas aos arranjos de encher os olhos. Hora de entender por que esse cara é tão importante para o rock brasileiro quanto Renato Russo e Cazuza. Bom saber que mesmo com um canil de cachorros grandes, quem continua amedrontando é o velho e ousado lupino.
    Ouça: Decadence Avec Elegance


    Maxïmo Park – Our Earthly Pleasures: Nos últimos anos, várias bandas foram jogadas do anonimato para o mainstream, seja somente em um certo país, ou no mundo todo. O Maxïmo Park foi uma dessas, com um reconhecimento muito maior na Inglaterra, porém fez uma turnê com passagens pelos Estados Unidos e pelo Japão. Lançou seu primeiro álbum, "Certain Trigger", lançado pela Warp em 2005 deu-lhes reconhecimento e colocou-os entre as bandas do ano pela NME. Agora eles lançaram seu segundo album, "Our Earthly Pleasures", que diferente de diversas bandas que também foram lançadas para fora desse anonimato (Bloc Party, Kings Of Leon, Muse, etc.) mantém o mesmo estilo do primeiro, com suas músicas pops com refrões que grudam na sua cabeça de um jeito impressionante. "Our Eathly Pleasures" com certeza não será um dos melhores cds do ano, mas com certeza será um dos melhores para se colocar numa pista para dançar. "Em time que está ganhando não se mexe", ditado um tanto quanto inteligente.
    Ouça: Girls Who Play Guitars


    The Good, The Bad & The Queen - The Good, The Bad & The Queen: Damon Albarn após a saída de Grahan Coxon do Blur começou a dedicar-se a outra banda: o divertido, porém não muito bom Gorillaz. Com suas músicas felizes e engraçadinhas, ótimas para se ouvir fazendo qualquer coisa que não seja séria, Albarn conseguiu mais reconhecimento mundial do que com sua banda Blur. Porém o que chamava a atenção da banda não eram as músicas, e sim os seus vídeos todos em animação que prendiam crianças e adultos. Agora ele lança-se em outro projeto, muito mais consistente e sério: The Good, The Bad & The Queen, com o lendário Paul Simonon, baixista do The Clash, Simon Tong, guitarrista do The Verve e Tony Allen, na bateria. The Good, The Bad & The Queen é um dos melhores albuns lançados nesse ano, muito diferente dos outros trabalhos de Albarn. Inteligente e dançante, calmo e também agitado, uma das surpresas mais gostosas desse ano.
    Ouça: 80's Life


    Of Montreal – Hissing Fauna, Are You The Destroyer?: Banda formada em Athens (não a da Grécia, a dos Estados Unidos), Georgia. E tem certas coisas engraçadas. O nome vem de uma história engraçada: Uma mulher que na infância de Kevin Barnes (frontman da banda) foi como uma segunda mãe para ele (palavras do mesmo) tinha uma tatuagem no tornozelo onde estava escrito Of Montreal, e ele deu o nome a banda como forma de agradecimento, pois ela foi muito importante em seu crescimento (risos). O último cd da banda, "Hissing Fauna, Are You The Destroyer?", pode até ser chamado de neo-psicodélico, talvez de obra-prima indie, ou outros substantivos que não são nada importantes. O realmente importante é a sensação envolvente que as músicas têm, uma inércia ligeiramente confortável, que quando você percebe está balançando a cabeça e cantando junto sem saber a letra. Inércia tão grande que o cd vai se desenvolvendo e grudando em sua mente, e as músicas parecem juntar-se em uma só. Impressionante album dos americanos da gravadora Elephant 6.
    Ouça: The Past Is A Grotesque Animal


    The Used - Lies For The Liars: O The Used já havia deixado quase todo seu peso quando resolveu fazer o segundo albúm, no terceiro abandonaram a o restinho que tinham e mergulharam de cabeça no Pop Rock. Não é completamente batido, mas está cheio de baladinhas um tanto comuns, não vai ser de admirar se compararem eles ao Fall Out Boy e companhia. Ainda há, porém, algumas músicas mais agressivas e pesadas que dão uma aliviada e lhe tiram a idéia de que o The Used se entregou a fazer músicas com violão, voz e um coralzinho. Não é algo no nível "The Black Parade" do My Chemical Romance, na verdade, é bem inferior, pra quem esperava algo novo, vai ser decepcionante. Mas enfim, se você é fã, com certeza vai gostar.
    Ouça: The Ripper

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    posted by billy shears at 6:47 AM | 8 comments

    sexta-feira, maio 25, 2007
    Especial: Smashing Pumpkins

    Depois de sete anos na saudade, eis que volta a turminha do Zero, liderada por Billy Corgan. Para a decepção da maioria dos fãs, nada de formação original. James Iha, guitarrista desde 1988 anunciou que não faria parte da volta. D'arcy, que havia deixado a banda em 1999 também está fora. Melissa Auf Der Maur, que havia substituído D'arcy, está muito ocupada com seu projeto solo. Porém, Jimmy Chamberlin, que esteve na banda desde sua formação se juntou a Billy Corgan para a gravação do Zeitgeist, o sétimo álbum de estúdio da banda, com lançamento previsto para 07/07/07.

    Zeitgeist: nível de avanço intelectual e cultural do mundo, em uma época.

    A Estátua da Liberdade afundando, um respeitado ícone norte-americano, simboliza o eminente fim de muitos ideais sobre os quais estão nação foi fundada. Direitos civis, liberdade de expressão, privacidade tem diminuído desde o 11 de setembro. O sol na imagem também pode estar nascendo ou se pondo e essa ambigüidade mostra que ainda há esperança para que o quadro mude”, Shephard Fairey, artista plástico responsável pela capa.

    O primeiro single do Zeitgeist é Tarantula, matando a saudade das guitarras pesadas, da agressividade na bateria, e da voz de Billy Corgan, é claro. A letra também marca: I don't wanna fight (...) You're real, as real as any ghost (...) I don't want to be alone (...).

    No primeiro show da banda, terça - dia 22, os fãs puderam conhecer a nova formação da banda: Ginger Reyes (que já tocou com Linda Perry) no baixo e Jeff Schroeder (ex- The Lassie Foundation) na guitarra.

    Grand Rex - Paris - 22/05/2007

    Além de conhecer a nova formação da banda, os fãs relembraram vários sucessos da banda e conheceram cinco músicas do novo cd: United States, Doomsday Clock, Starz, Tarantula e Neverlost.

    Set List do primeiro show (22/05 - Paris)
    1) United States; 2) Today; 3) Stand Inside Your Love; 4) Bleeding The Orchid; 5) Doomsday Clock; 6) Home; 7) Hummer; 8) Starz; 9) Tarantula; 10) Bullet With Butterfly Wings; 11) Gossamer; 12) Thirty-Three; 13) Rocket; 14) Winterlong; 15) To Sheila; 16) Glass and the Ghost Children; 17) Cherub Rock; 18) 1979; 19) Tonight, Tonight; 20) Neverlost; 21) Disarm;
    22) Zero; 23) Untitled; 24) Shame; 25) Silverfuck; 26) Annie-Dog; 27) Muzzle.

    Vida longa ao Smashing Pumpkins!

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    posted by natália; at 9:01 AM | 7 comments

    sábado, maio 19, 2007
    Krig-Ha, Bandolo! - Raul Seixas


    Não há um músico no mundo que se iguale a Raul Seixas. Roqueiro incurável, amante da poesia, paranóico em relação ao oculto, adornado como mito, é ele que figura, indiscutivelmente, como o rei do rock no Brasil. O baiano foi pioneiro em quase tudo que tentou, sem apelar à cópia descarada do que era feito no exterior, e com influências que variavam de Beatles a Aleister Crowley e de Elvis Presley a Luís Gonzaga. Raulzito pode ser considerado poeta, talvez o primeiro do rock brasileiro, muito antes de Cazuza e Renato Russo se aprofundarem em seus manifestos filosóficos: tinha uma linguagem coloquial, cheia de nuances bem sacadas de metáforas simples e imagens diretas.

    Sim, é certo que Raul era um tanto canastrão em sua maneira de ser, e que “brega” é apelido para seu figurino, dependendo da fase em que se encontrava; mas era apenas um modo divertido e hiperativo de mostrar o que acreditava ser certo, errado, in e out, principalmente nos tempos frios em que vivia. Inclusive, Raul Seixas declarou ter sido seqüestrado por agentes do então governo Médici, um incidente que culminou com seu exílio para os Estados Unidos – vejam só, que ironia: justo ele, brasileiríssimo, politicamente ativo contra o capitalismo...

    Seus primeiros discos foram fiascos. Raulzito e Os Panteras (hoje por dez contos em qualquer loja de discos; vale a pena), sua primeira gravação com a banda homônima, vendeu tanto quanto camisinha em igreja evangélica. Seu segundo atentado, um álbum completamente maluco e inovador, era tudo, menos comercial. Tinha o charmoso nome de A Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta a Sessão das Dez. Meigo, para dizer o mínimo: lhe rendeu uma expulsão da gravadora CBS. Depois de um disco anônimo cheio de covers do rock ‘n’ roll cinquentista, conseguiu finalmente lançar o primeiro disco “sério” – não pelo nome, obviamente: o álbum teria como título o grito de guerra do Tarzan: Krig-Ha, Bandolo!

    E pronto. Raul Seixas teve o nome gravado nos anais do rock ‘n’ roll. Krig-Ha, Bandolo! é um disco maravilhoso, cheio de canções entupidas de criatividade e de qualidade inegável, desde suas melodias, que podiam variar do belo ao louco, até suas letras, cheias de contestação cultural, social, filosófica e satírica. Talvez o único problema desse álbum, embora seja exagero usar essa palavra, tenha sido a falta de familiaridade entre as faixas, cada uma completamente diferente da outra, e algumas sem o mesmo clima. Mas isso não é um empecilho, muito pelo contrário: depois de se acostumar às maluquices do Maluco Beleza, essa diversidade doida se torna mais uma das viagens...

    É um negócio muito doido, mesmo. A primeira faixa já convence: é uma gravação bem vagabunda de um Raulzito então com 9 anos, gravando “Good Rockin’ Tonight” – experiência não experimentada desde sua infância, aposto. Já abriu a cabeça? Ótimo, pode continuar ouvindo.

    E então vem uma vozinha meio macumbeira, um grito de “eu sou a mosca” que, entre batucadas e percussões, é acompanhado por “que pousou em sua sopa”... é a primeira mostra raulseixística de música: “Mosca na Sopa” é tudo, menos normal. Cativante paca, pula de ritmo e gênero como se o rock e as cantigas africanas fossem estações de trem. É um tanto difícil de explicar, mas entre os zumbidos no meio da música e todo aquele rock seguido de berimbaus, o ouvinte fica meio extasiado, mesmo, contagiado com essa metamorfose ambulante...

    ...que, por sinal, é o nome da próxima canção: “Metamorfose Ambulante” talvez seja a expressão máxima da obra de Raul, o ápice de sua voz, sua filosofia de vida jogada em versos. Os corais e os toques meio psicodélicos de sua guitarra acompanham os vocais, naquela que pode ser sua melhor letra, cantando “eu prefiro ser/essa metamorfose ambulante/do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, nesse modo de dizer tão cheio de erros, mas tão cheio de emoção, de vida. Não há descrição possível para essa obra-prima da música brasileira: ouça, cante, viaje, naturalmente ou não.

    Um monte de gente doida gritando “vai cair” sem parar e Raulzito completando o que é que vai cair, o que é que vai sair, o que é que vai subir, enquanto o ritmo dessa crítica maluca vai acelerando a ponto de chegar a um rockzinho, mas tão bom, bicho. O nome disso é, veja só, “Dentadura Postiça”.

    As Minas do Rei Salomão” tem um tom bem folk rock, com uma guitarra bem esperta, com uma letra bem interessante: “entra e vem correndo para mim/meu princípio já chegou ao fim/e o que me resta agora é o seu amor”, enquanto vai gradativamente se tornando um tratado sobre o oculto e o místico, com citações a faraós, Dom Quixote, tarot, bolas de cristal, incensos do Nepal... doidamente fodinha, viu.

    A Hora do Trem Passar” é a mais lírica, a mais acústica, com uma letra romântica, bela, com versos como “você é tão calada e eu com medo de falar/já não sei se é hora de partir ou de chegar” e “tudo já passou/o trem passou/o barco vai”, até de repente explodir numa confusão psicodélica que a termina de uma maneira que não se vê mais em terras tupiniquins...

    Aqui a gente entra num dos pilares da música de Raul Seixas: “Al Capone” é um daqueles rockões cheios de energia, cuspindo uma letra simples, dada a múltiplas interpretações, tanto sobre Al Capone quanto sobre Júlio Cesar, Lampião, Jimi Hendrix, Jesus Cristo, Frank Sinatra, enquanto a guitarra berra e todos os instrumentos a seguem com velocidade incrível. Teve direito a solo de guitarra daqueles super velozes e fim com guitarras distorcidas. Maravilhosa, prova inegável do poderio tremendo do barbudo.

    Raul fala em inglês como se fosse um artista gringo gravando no Brasil, até começar “How Could I Know (Love Was to Go)”, cheia de seu sotaque arrastado, numa letra tipicamente dor-de-corno, cheia de imagens sentimentais (que, sinceramente, é piegas demais para ser traduzida), sem nada de rock, mas muita melodia. É para se amar ou odiar. Prefiro um meio termo: esfria um pouco, mas não tira a atenção do ouvinte.

    Quem falava em esfriar, mesmo? “Rockixe” é outro pilar do rock ‘n’ roll de Raulzito, com metais acompanhados a um ritmo lancinante, numa letra bem animadora sobre superação, com berros de “vê se me entende/e olha o meu sapato novo/minha calça colorida/o meu novo way of life” e o refrão “o que eu quero/eu vou conseguir”. E que baixo é esse, minha gente? Animou.

    Cachorro Urubu”, porém, é meio folk, meio country, meio sertaneja, com uma letra também fadada a várias interpretações. Raul afirma ser Cachorro Urubu, mas como contradizê-lo em meio a esses acordes tão belos, a essas metáforas tão loucamente poéticas? É um monte de piração, mas não deixa de ser bonita...

    A última canção é um dos maiores libelos contra o comodismo, o establishment, ao dizer que “é você olhar no espelho/se sentir um grandessíssimo idiota/saber que é humano, ridículo, limitado/que só usa dez por cento de sua cabeça animal”, entre tantos outros lapsos de genialidade em “Ouro de Tolo”, com seu discurso rasgado com uma cantoria desenfreada, nesse canto mais falado que cantado... Cheia de sentimento, emoção, termina com um dos versos mais inteligentes, ainda que de uma forma bem incomum, da primeira fase de Raul: “no cume calmo do meu olho que vê assenta a sombra sonora de um disco voador”.

    Raul Seixas provou, aqui, o quanto o rock brasileiro ainda tinha a mostrar, o quanto, aliás, ele poderia fazer pelo rock. Quebrou a caretice de muita gente, abriu a mente de outros tantos, com coragem de dizer o que pensava numa época em que pensar era proibido. Não há como explicar, é inútil tentar... só deixe que esse baiano arretado lhe mostre o caminho...

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    posted by Gabriel M. Faria at 1:11 PM | 6 comments

    terça-feira, maio 08, 2007
    The Rolling Stones - Aftermath


    Em 1966, o mundo já estava sentindo o cheiro da enchente de ácido lisérgico dietilamida (ou LSD) que tomaria o mundo no ano seguinte em forma de música, festivais, visual e ideologia. O mundo do rock atravessava uma ponte. As próprias bandas que haviam dominado a primeira metade da década com rocks apaixonados, básicos e até meio ingênuos começavam a se distanciar desses temas e as propostas sonoras em que eles se encaixavam. Foi o ano em que os Beatles lançaram "Revolver" e os Beach Boys lançaram "Pet Sounds", que surpreendiam pela perfeição pop encontrando a ousadia sonora da adição de elementos estranhos ao rock, maior complexidade dos arranjos, amadurecimento dos assuntos que eram tratados... Resumindo, quando o Rock começava a se tornar um estilo adulto. Um jovem adulto, finalmente disposto aos excessos que a vida proporciona e a exploração de novas fronteiras que a explosão hormonal não permitia.

    Naquele ano, os Rolling Stones resolveram não ficar atrás. Vindos de uma muito bem sucedida turnê americana cujo lucro foi utilizado para pagar uma dívida com um de seus muito empresários picaretas, o baterista Charlie Watts lançava livros infantis, o guitarrista Brian Jones torna-se um grande amigo do beatle George Harrison e começa a ter sérios problemas de saúde devido ao alto consumo de substâncias ilícitas, o vocalista Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards passavam os dias apertando um, e o baixista Bill Wyman estava se aproveitando de meninas fãs do Rolling Stones, dispostas a qualquer coisa para ficar perto de seus ídolos. Entre gravações de programa de TV e shows ao vivo, a banda aproveita para gravar seu disco que começaria a distanciar-lhes do status de banda comum: "Aftermath". A rudez e a sensualidade naturais da banda agora encontravam instrumentos pouco convencionais e harmonias diferenciadas. Tudo deve-se ao gênio criativo de Brian Jones, criativíssimo multi-instrumentista que sabia acrescentar algo de diferente às canções, e que não satisfeito, consumia cada vez mais LSD para poder reproduzir sons que só existiam em sua cabeça.

    Toda essa criatividade saindo em torrentes já começa a nos fascinar desde a primeira canção, a clássica e magnífica "Paint It, Black". Canção esta em que Brian Jones chama a atenção do ouvinte para si mesmo desde o início, tocando cítara. O que os Stones fizeram nesta música é algo perfeitamente classificável como covardia, pois seu onírico início que dá o pontapé para um desenrolar mesmerizante guiado pelos sensuais vocais de Mick e a pegada marcante de Charlie Watts é algo simplesmente incrível. Atordoado, Mick deseja na letra ver tudo na cor negra, não quer ver nenhuma cor, não quer mais ver o sol, pois desde que seu amor partiu, seu mundo inteiro ficou negro, e ele deseja arduamente extereorizar sua situação. Vale dizer também que esta canção tornou-se a preferida dos soldados que estavam combatendo no Vietnã, ultrapassando "We've Got To Get Out Of This Place", dos Animals. E amantes do cinema lembram dessa música como a que encerra o clássico "Nascido Para Matar" ("Full Metal Jacket"), do genial cineasta Stanley Kubrick. Referências o suficiente para convencer até o maior odiador de Rolling Stones, não?

    A música seguinte atende pelo nome de "Stupid Girl". A bateria forte de Charlie marca presença aqui desde o primeiro segundo em que entra. Uma das músicas mais diretas do disco, onde agressivo até o seu possível, Mick Jagger ataca as garotas fúteis, em versos um tanto ousados para uma banda no mainstream, como "Estou falando sobre o jeito que ela agarra e segura/Olhe para aquela menina estúpida". E o Rolling Stones prova que pode tornar até um "shut up" em um trecho altamente viciante e cantarolável.

    Brian Jones marca seu nome com fogo na história outra vez. E essa segunda marca flamejante atende por
    "Lady Jane", levíssima canção feita em cima de cordas, onde Jones prioriza harmônicos naturais e abre espaço para Mick cantar uma linda canção de amor dedicada a uma Lady Jane. Segundo a versão oficial, a a letra trata de uma carta amorosa do Rei Henrique VIII para Jane Seymour onde comenta o fim da relação com Anne Boleyn. Porém, a namorada de Jagger na época, Chrissie, disse que a música era para ela. Ou seja, nos impediu de afirmar com certeza absoluta que Rolling Stones também é cultura...

    Outro clássico stoniano. Esse é "Under My Thumb", canção pontuada por leveza e discrição instrumental e um refrão extremamente grudento na voz maliciosa de Mick, afirmando que uma garota que certa vez o desprezou agora está sob o polegar dele, pronta para satisfazer todas as suas necessidades, e ainda se dando o direito de olhar para outras garotas. Jagger provava que também podia ser o terror das feministas - isso, é claro, até ele conhecer Marianne Faithful e compôr várias baladas super doídas para ela. Esses homens são todos iguais mesmo!

    A seguinte não é clássico, mas nem por isso perde o brilho. "Doncha Bother Me", e aí é deixar esse blues stoniano tomar sua atenção. Com direito até a uma gaita de acompanhamento, onde Mick pede para não o seguirem mais e para não o copiarem mais, onde afirma divertidamente que "as linhas ao redor dos meus olhos/são protegidas por direitos autorais". Claro que, falando em cópia, os Rolling Stones tem uma sorte e tanto de Chuck Berry ser um cara boa praça, não é mesmo?

    "Think" é pontuada por vocais mais baixos de Jagger, chegando a lembrar antigos registros de blues. Certas passagens dessa canção trazem Mick mais sexy do que nunca em seu desempenho vocal, onde canta sobre uma discussão com sua namorada, quando a mesma chama ele de imaturo e Jagger diz que ela quer amadurecer muito rápido. Selo de qualidade Rolling Stones, não espere nada abaixo do excelente!

    Ouvimos agora "Flight 505", introduzida por teclado até cair em um blues nervoso, talvez a música mais inflamada do álbum, onde Mick canta uma chocante letra sobre um cara que, cansado da vida maçante que leva todo dia, resolve pegar o vôo 505, onde é descrito o passo-a-passo de ter chegado no avião. E ele estava sentado orgulhoso na sua poltrona pronto para encher a cara e... O piloto afunda o avião no mar com todo mundo dentro... Bem, para os que não fizeram aula de natação, resta desejar um bom descanso.

    "High And Dry" tem um efeito percussivo repetitivo e linhas vocais cativantes, além de um baixo presente de Bill Wyman. Um revoltado Jagger canta que uma garota o fez de trouxa e o deixou em um lugar qualquer encalhado. Está aí, caras feministas que ficaram revoltadas com a submissão pelo polegar: o doce sabor da vingança. De uma forma quase engraçada, Mick dá um fim na canção quase resmungando.

    Os Stones sintetizavam o amadurecimento pelo qual o Rock passava na época na letra de "It's Not Easy". Talvez a canção mais rápida do álbum, com vocalizações facilmente digeríveis. A cozinha faz um ótimo papel aqui. "Não é fácil/Bem, uma vida severa/Não é fácil/São tempos difíceis, baby", diz a letra, muito atual até os dias de hoje, mostrando os conflitos que a independência gera.

    "I Am Waiting" tem os vocais mais melódicos da bolacha, e o instrumental vai do discreto até um doce crescimento. A letra tem um sentido um tanto quanto ambíguo, onde Jagger diz que espera alguém sair de algum lugar, para logo em seguida acrescentar que "Acontece o tempo todo/É censurado de nossas mentes/Você descobrirá". Talvez a primeira canção política dos Stones.

    E o disco fecha com "Goin' Home", ou o delírio de Charlie Watts. De início apenas uma canção de encerramente blueseira falando sobre as saudades que Jagger sente de casa, mas que quando já era para a mesma ter terminado, mesmo com a banda indicando com a cabeça para parar, Watts impôs uma orgia sonora e esticou a duração da música até mais de onze minutos, onde Brian Jones entra com o cravo, e os músicas adicionais Jack Niztche com o orgão e Stu com o teclado, e o baterista aproveita para fazer a festa com congas, bongos, pratos tipani e bumbos de maior expessura. Mick também parece se perder na festa, engrossando a voz, gemendo e sussurrando. Uma amostra e tanto que os Stones não se limitavam apenas ao rythm 'n' blues, mesmo sendo esta a especialidade.

    Não só pelas músicas que traz, esse disco consegue ser marcante por ser o primeiro que traz apenas composições da dupla Jagger-Richards e por abrir as portas da fase mais lisérgica dos Stones, esta logo acabando por causa da insatisfação de Brian Jones, que não estava afim de seguir a tendência que a maioria das bandas adotava, e também por marcar um notável crescimento no abuso químico da banda, que vitimizaria o genial guitarrista de cabelos loiros em poucos anos. Este é "Aftermath", a primeira amostra do monstro sexy, junkie e indestrutível que surgiria em poucos anos para arrrebatar milhões de ouvidos planeta afora.

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    posted by billy shears at 1:09 AM | 9 comments

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