terça-feira, março 14, 2006
Venom-Black Metal
Costumo falar que os quatro pilares da música pesada está nas 4 bandas seguintes: Black Sabbath, Slayer, Venom e Napalm Death, e por razões muito obvias. Quem pensa que o Black Metal é de alma norueguesa está muito enganado quanto a isso, o Black Metal nasceu na Inglaterra com o Venom, com o lançamento do revolucionário " Welcome To Hell" em 1981. A Inglaterra é o berço revolucionário da música, primeiramente por ter inventado o rock com os Beatles, inventado o metal com o Black Sabbath, mas a Inglaterra também pode ser considerado o berço da música pesada, pois além do Black Metal inventado pelo Venom, lá nasceu o Grindcore, fundado pelo Napalm Death. O curioso é que nasceu meramente ao acaso, pode acreditar! Se você acha que o Black Metal é seguir a ideologia a risca, fazer corpsepaint, viver de cara fechada e querer matar criancinhas, está bastante enganado mesmo. Numa entrevista a Blitz, Cronos revelou que a banda não sabia que havia inventado um novo estilo, segundo ele o objetivo do Venom era ser a banda mais barulhenta do mundo e pegar o maior número de garotas possíveis (pelo menos o primeiro item, na época eles conseguiram)! E foi um bico na cara de qualquer um, o Venom acabava se transformando num mito real, algo de influencia para a música pesada que jamais seria esquecido com o tempo, e uma prova disso é o segundo álbum da banda, o antológico " Black Metal", que irei resenhar, com a formação do lendário Conrad "Cronos" Lant no baixo e vocais, Jeff “Mantas” Dunn nas guitarras e Tony “Abaddon” Bray na batera. O álbum começa com um hino do metal e do Black Metal, quanto a isso o nome da música já diz tudo: " Black Metal". A faixa abre o álbum como um disparo, um massacre de agressividade com a guitarra arranhando sua cabeça e Cronos profanando frases de apreciação ao metal e a escuridão, e a bateria bem ao estilo do Thrash Metal. Pausas na música fazem você querer profanar junto com Cronos, frases como: “Lay down your soul to the gods rock `n' roll”, que seria nada menos que “Dedique sua alma aos deuses do rock n’ roll”. Faixa totalmente empolgante e imortal! " To Hell And Black" dá continuidade ao Black Metal do Venom, faixa com levadas simples na bateria de Abaddon, mas pelo fato de ser até de certo modo simples, dá um charme a faixa, palhetadas frenéticas de Mantas ao fundo, dando destaque para a base do baixo e o vocal de Cronos, que com seus vocais rasgados berra outro refrão marcante, que é justamente o título da faixa “To Helll... And Blackk!”. Faixas simples e que mesmo sendo simples conseguem demonstrar o espírito do Metal e do Rock N’ Roll. " Buried Alive" começa com um clima bem sombrio, cuja a letra também é bem sombria com apenas a guitarra de Mantas fazendo acordes calmos e com o Cronos sussurando calmamente, até a bateria entrar mais e Cronos aumentar o tom de sua voz, assim começa a faixa que consegue manter o mesmo clima, a mesma magia, com a guitarra de Mantas fazendo solos muito bem elaborados, fazendo a faixa soar como um Heavy/Black Metal, mostrando a criatividade da banda. " Raise The Dead" volta com ritmo empolgante, fazendo lembrar algo como Motörhead, batidas simples na bateria de Abaddon, a guitarra dando um aspecto rock n’ roll, e Cronos cantando com seu vocal mais do que rasgado o refrão “We .... will raise the dead!”, quem é amante de um metal antigo de base de surgimento Thrash Metal, irá amar a faixa! " Teacher’s Peat" começa com uma guitarra um tanto hilária, para dar seqüência a palhetadas nervosas de Mantas, e na sátira frase de Cronos “Good Morning Class”, a faixa é totalmente engraçada, talvez uma das mais engraçadas que já pude ver no Metal, não a como não dar gargalhada com “Teacher caught me masturbating underneath the desk” que significa “A professora pegou me masturbando debaixo da mesa”, a faixa é muito boa, com algumas mescladas de Thrash Metal e acreditem: até algumas levadas bem blues na guitarra! A faixa para um tempo com os vocais isolados gritando, parecendo uma bagunça de sala de aula, para dar seqüência a uma porrada na orelha! Não a como não se encantar com coisas desse tipo. " Leave Me In Hell" dá seqüência à destruição empolgante do Venom, com riffs simples e cativantes, e de volta às letras infernais, fazendo qualquer amante da música pesada enxer os olhos. Uma leve pausa para pular, com direito a um belo solo de guitarra de Mantas, e a volta mais empolgante ainda com um Black Thrash Metal de moer os ossos, vocais rasgados nervosos ecoando na sua cabeça “Leave Me In Hell!” para sacudi-ló. Que riff mágico! " Sacrifice" abre com um riff fudido! A faixa é outra para se moer de bater cabeça, e mais vocais nervosos de Satan, ou melhor, Cronos, linhas de baixo bem influentes que não deixam espaços para a realizações dos mitológicos solos de Mantes, e pausando no refrão para fazer a galera cantar junto “S.A.C.R.I.F.I.C.E!!”. O Venom é de destruir! " Heaven’s On Fire" começa com palhetadas alucinógenas, para seguir com um riff totalmente atordoante! É para abrir o hardcore! Porrada na orelha, com uma faixa totalmente cativante e hardcorizada, ou thrash metalizada, Cronos comandando seus ouvintes para queimar os céus com seu sou totalmente pirante! Apesar da faixa não ter um refrão certo, é uma das melhores faixas do álbum, é aquela indispensável para fazer mosh. " Countess Bathory" vem com um andamento mais cadenciado, com palhetadas sólidas de Mantas e os bumbos duplos de Abaddon esmagando os miolos no refrão, e a fúria de Cronos berrando no refrão, e como não poderia faltar, há um destaque para o feeling em guitarra de Mantas, e com um tema lírico bem Black Metal, como virgens, castelo, inferno e trevas. Outro riff para alimentar a horda dos amantes de Rock N’ Roll e Metal é " Don't Burn the Witch" , com letras bem obscuras, com versos como “Jesus Christ's left hand” e que no fundo é talvez uma critica ao cristianismo cego, faixa bem ao estilo de Countess Bathory, a guitarra faz acordes não muito rápidos, mas nem por isso deixa de ser agressivos. Batera penetrante de Abaddon e os solos cheios de sentimento de Mantas te levam ao delírio. " At War With Satan (Preview)" chega a ser assustadora, parecendo um ritual de magia negra para fechar o álbum, mas seria uma faixa para te preparar para o próximo álbum, cujo nome é exatamente At War With Satan, seria uma prévia para você sentir o que poderia vir do Venom e sentir esse lado obscuro que iria invadí-lo muito mais intensamente num futuro próximo! Sinceramente, é um fenômeno o álbum, é uma punhalada em tudo, o Black Metal teria nascido desta obra prima do Venom, o antológico álbum Black Metal, que é um álbum relativamente simples, soando como um Thrash Metal com pitadas Heavy e muita paulada, sem blast-beats, mas que mesmo assim entrou para a história da música, junto com álbuns inventores de estilos e de bandas legendárias como " Scum" do Napalm Death, " Black Sabbath" do Black Sabbath, " Kill’Em All" do Metallica, " Show No Mercy" do Slayer e alguns outros que quanto mais anos se passam, mas são inesquecíveis e sempre serviram de influencia para todo um estilo, e no caso do Venom, influenciou não só o Black Metal, mas o Thrash Metal e o Death Metal. Pena que o Black Metal hoje está se tornando uma piada, com essas merdas de Black Metal Sinfônico (como eles inventaram uma merda tão grande?), Black Metal Nazista (olha que coisa idiota), pouquíssimas bandas se salvam no estilo, e é uma pena que tenha acontecido isso, em pensar que na época era um estilo que encantava tanto, e que sem dúvida, se o Black Metal estivesse mantido o espírito que o Venom tinha, com certeza seria mágico. E encerro com a clássica frase: “Lay down your soul to the gods rock `n' roll, Black Metalll!” Marcadores: Resenhas
posted by Anônimo at 10:13 PM
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sábado, março 11, 2006
Blá Blá Blá Underground: Girls Just Wanna Have Thrash!
Desde que Janis Joplin começou a berrar no microfone, o 'estilo das guitarras' deixou de ser propriedade exclusivamente masculina. De Janis, Heart e Fletwood Mac ontem chegando à nomes como Arch Enemy, Otep e Heaven Falls hoje, passando por Babes In Toyland, Bikini Kill e Kittie - e também, como esquecer da cena gótica e melódica com muitas garotas entrando em suas fileiras? Após as mulheres começarem a arriscar no Heavy Metal mais tradicional, agora uma nova tendência que vem surgindo é a invasão da música mais extrema por forças femininas. A banda carioca de Thrash Metal Scatha, formada por Rebecca Schwab (vocal), Julia Pombo (guitarra e voz), Paula Leão (guitarra), Cíntia Ventania (baixo e voz) e Cynthia Yuen (bateria) revela-se bastante promissora, mostrando bastante influências de Metallica, Slayer e Pantera, mostrando que Thrash não é coisa só de homem, qualquer um pode fazer se souber o que está fazendo - e pelo direcionamento de suas músicas, as garotas tem tudo para dar certo. Acompanhe as respostas da guitarrista Julia Pombo em entrevista feita pelo Dangerous Music. Dangerous Music: Em primeiro lugar: a idéia inicial era ter uma banda formada apenas por mulheres?Julia Pombo: Sim! Inovar é sempre legal. Dangerous Music: Vocês acham que podem sofrer algum preconceito vindo da ala masculina? Por que, convenhamos, o que estamos habituados a ver é mulheres tomando conta apenas do vocal.Julia Pombo: Não só achamos como já sofremos. Sempre antes do show escutammos pessoal falando "Que mané Scatha! Mulher não sabe tocar", e os mesmos vem, após dos shows, nos parabenizar. Dangerous Music: Concordo, o som é realmente de cair o queixo! Eu sinceramente não esperava algo tão agressivo assim. Você concorda que as músicas tem momentos inspirados no Slayer fase 'trinca de ouro' com algo da fase mais agressiva do Pantera?Julia Pombo: Com certeza! Slayer e Pantera são uma das bandas que mais escutamos, que mais nos influenciou e nos levou pra esse lado Thrash! Dangerous Music: Inclusive, falando sobre o Pantera, de fato eu achei as linhas vocais de Rebecca Schwab bem inspiradas no Phil Anselmo, com vocais ora limpos e ora rasgados. Por acaso ela é uma fã do Phil ou só canta como o estilo adotado pela banda pede?Julia Pombo: Bom, para falar a verdade ela tem maior influência do James Hetfield do Metallica. E as partes rasgadas, constratando com as limpas, na Breaking Proves, Foram feitas por mim e pela baixista Cíntia. Dangerous Music: Ah sim. E agora, a pergunta vai para a lírica da banda. As raivosas letras da banda parecem ser de conteúdo bem pessoal. Quem toma conta de escrever o que Rebbeca tem que cantar?Julia Pombo: A nossa baixista Cìntia! Em seus momentos de raiva e nervosismos, se acalma passando tudo pro papel (risos). Dangerous Music: E pelo jeito, a raiva dela faz bem à sonoridade da banda (risos). A banda já chamou a atenção de alguma gravadora?Julia Pombo: Não, ainda não. Porém, a música "Breaking Proves" foi para a coletânea de um evento em Rio Claro - SP o "Festival de Rock Feminino", no qual, fomos chamadas para tocar e não pudemos participar por problemas pessoais de algumas integrantes. Dangerous Music: E a resposta do público? Tem sido positiva de uma forma geral? Julia Pombo: Até então estamos tendo ótimas respostas! Pessoal elogiando, agitando nos shows, baixando as músicas, comprando camisas! Nada mais gratificante do que ver seu trabalho sendo reconhecido pelo público. Dangerous Music: E a agenda de shows? Anda muito lotada?Julia Pombo: Estávamos tentando manter pelo menos um show por mês. Mas já tivemos dois shows cancelados. Tocar no Rio de Janeiro tá ficando cada vez mais difícil. Casas de shows em péssimo estado, organizadores que só pensam no dinheiro e por aí vai. Dangerous Music: De fato, eu acho, essa falta de apoio dificulta bastante o desenvolvimento de uma cena carioca forte e representativa. Digo isso porque o Rock sulista se tornou tão famoso, consagrado e elogiado porque lá o apoio dado às bandas é considerável. Tirando isso, quais são os projetos da banda para um futuro próximo?Julia Pombo: Exato, no Rio as bandas cover são mais privilegiadas, e algums bandas muito boas e com músicas próprias, ficam no anonimato. Queremos até final do ano ter uma média de 10 música e gravar um cd-demo ao algo do tipo. Fazer show, conquistar nosso espaço, e mostrar que mulher também sabe banguear! (risos) Dangerous Music: O direito de bangear está aberto à todos que quiserem chacoalhar o coco! (risos) Bem, agora o espaço é seu para mandar algum recado ou o que der na telha.Julia Pombo: Queria agradecer primeiramente ao pessoal da Dangerous Music pela paciência e pela entrevista, são movimentos como o de vocês que ajudam o Underground Carioca não morrer. E todo o pessoal que vem dando apoio a Scatha, seja indo aos shows, escutando as músicas, deixando scrap no orkut e tópicos na comunidade, e até comentando no fotolog. Nossa melhor satisfação, depois de tocar, é ver uma resposta positiva do pessoal =). Keep Thrashing! Os discos que Julia Pombo está escutando ultimamente:Carcass - HeartworkPantera - Cowboys From HellMetallica - Black AlbumDeath - Individual Thought PatternsSlayer - TodosAnthrax - The Greater of Two Evils---------------------------------------------------------- Ei, psit! Ficou interessado na banda? Entra nesses links então, and ENJOY! http://www.scatha.democlub.com/www.scatha.cjb.nethttp://www.fotolog.com/scathahttp://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1180746Marcadores: Blá Blá Blá Underground
posted by billy shears at 10:24 AM
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quarta-feira, março 08, 2006
Velvet Revolver - Contraband
O Velvet Revolver é uma banda que já nasceu grande. Digo, não tinha como algo dar errado para a banda: o guitarrista Slash, o baterista Matt Sorum e o baixista Duff McKagan tinham integrado o Guns N’ Roses, uma das bandas mais famosas e lembradas da história; o outro guitarrista Dave Kushner havia feito parte do Suicidal Tendencies, uma banda que entrou para a história ao misturar Hardcore e Heavy Metal, atraindo a atenção de um monte de gente de preto a pular ao som agressivo e ríspido; o vocalista Scott Weiland integrou a banda alternativa/grunge Stone Temple Pilots, responsável por discos clássicos como “ Core” e “ Nº 4” e sucessos como “ Plush”, “ Creep” (nada a ver com Radiohead), “ Sex Type Thing” entre outras. O STP certamente fará uma bruta falta, mas esse não é o assunto de hoje. O Velvet Revolver teve uma gestação difícil: seu embrião surgiu quando os ex-gunners tocaram em um tributo ao saudoso Randy Castillo, baterista que é lembrado por tocar com a lenda Ozzy Osbourne e que, infelizmente, morreu em decorrência do câncer. Após isso, começam a experimentar vários vocalistas, sendo os mais conhecidos entre eles Sebastian Bach (ex-Skid Row) e Mike Patton (ex-Faith No More). O curioso é o anúncio que eles publicaram, querendo um vocalista que tivesse traços de Alice Cooper/Steven Tyler e um pouco de Paul McCartney e Jonh Lennon. A busca termina com Scott Weiland. Dave Kushner entra na banda porque já tinha tocado com Duff no grupo Loaded. Antes de se chamarem Velvet Revolver, eles passaram por The Project e Reloaded e a primeira gravação realizada é o cover de “ Money” do Pink Floyd. Porém, o álbum demorou a ser concluído devido Scott ser preso duas vezes por envolvimento com alcoól e drogas. Mesmo assim, aos trancos e barrancos, o Velvet Revolver conseguiu dar algum resultado e lançar o aguardado álbum de estréia: Contraband! O disco soa como uma amálgama dos riffs melódicos do Guns, das bases e passagens pesadas do STP e com uma pegada meio punk, meio heavy do Suicidal Tendencies. O resultado final chega ao ouvido humano como canções de rock cruas e pegajosas, conquistando o ouvinte ou não logo na primeira ouvida. Todas essas minhas afirmações vêm logo na primeira faixa, “ Sucker Train Blues”, que começa com um clima um tanto quanto caótico que abre espaço para um riff inflamando e vocais animalescos de Scott. Uma música agitadíssima, com uma letra malandra: “E quando eu quiser/Eu te encontrarei/E quando eu quiser/Eu te cegarei”, diz o grudento refrão, com ótimos backing vocals por parte de Duff. E, para complementar, um dos solos mais furiosos já gravados por Slash. Isso que é começar a carreira com os dois pés arrombando a porta! Ainda mais feroz e com uma veia mais punk ainda que a anterior, surge “ Do It For The Kids”, só que com passagens mais melódicas, mas nem por isso a música perde a ferocidade, aliás, acaba dando um ótimo contraste. A letra parece tratar de um fugitivo (talvez um retrato da vida do próprio Scott com as autoridades, quem sabe?). Uma das mais pesadas e selvagens do álbum. Tente não pular ouvindo isso! “ Big Machine”, porque não afirmar, é uma das melhores do álbum. Um baixo bem balançado de Duff abre espaço para um dos refrões mais marcantes do álbum, que estoura em guitarras pesadas e ferozes. A letra é bastante politizada, com o refrão “É uma máquina grande/Nós todos somos escravos/Para uma máquina grande”. A bateria de Sorum está explodindo e maltratando o tímpano humano nesse verdadeiro petardo. Tente não ficar cantando com acompanhamento ou sem o refrão dessa música após ouvi-la. Não vou nem gastar meu português descrevendo o que DEVE ser ouvido! O riff pesadíssimo de “ Illegal I Song” faz você pensar que se trata de um Heavy Metal dos mais pesados. E não pensa errado. Os vocais ora berrados, ora cuspidos, ora sussurrados, a bateria metralhada e as bases intensas e graves feitos o inferno tornam essa a música mais pancadona da bolacha. A letra autobiográfica, sobre quebrar a cara e sempre se levantar sem a ajuda de ninguém, só ajuda. Enfim, são quatro minutos e dezessete segundos daa mais pura pauleira. Se você tem apreço por porradaria em estado bruto e primal, essa música é mais do que recomendável! Mais bordoada. “ Spectacle” é a da vez. Bases densas que deixam você com medo de ser atropelado por elas, vocais secos, e uma cozinha que mais parece uma pedra de uma tonelada pulando, tudo isso compõe essa pérola Hard-Punk. A letra é vingativa e violenta, fazendo jus à sonoridade. Slash dá um show no solo. Aliás, que mal me pergunte: qual o solo que esse cara compõe que não é digno de nota? Vai compor (e tocar) bem assim lá na... Finalmente, depois de tanta tempestade, vem a calmaria. “ Falling To Pieces” é uma emotiva balada bem ao estilo Guns N’ Roses, tanto em matéria de melodia das guitarras, quanto nas linhas vocais, quanto no refrão. Você só não acha que é uma música do Guns por causa do vocal de Scott e as guitarras um pouco mais pesadas. A letra é exatamente o que o título sugere: a vida do “eu” da música caindo aos pedaços. Pode chamar de balada previsível, sim senhor, mas composta com muita inspiração. Slash se debulha ao clima da música ao compor um solo de mestre. Você achou que finalmente ia poder relaxar? Enganou-se, meu companheiro. “ Headspace” é um Hard Rock com pegada punk que só vendo. Os versos nos remetem ao Stone Temple Pilots, mas ainda no estilo desenvolvido nessa nova banda. A letra fala sobre libertar do que faz mal (“Por favor/Deixe-me ser/Sem mais perguntas/Você é o câncer/Você é a sanguessuga”). Notam-se ligeira rouquidão alguns momentos na voz de Scott. Outro que merece destaque é Matt Sorum, um verdadeiro ogro na bateria. Cacete, quanta porrada seguida da outra! “ Superhuman” é suja, pesada, quase Heavy, um verdadeiro petardo. A letra é bem junkie, demonstrando o relacionamento com uma mulher e com substâncias ilícitas. O riff chega a ser bem esquizóide, mas não estraga. Ah sim: Aqui se ouve um solo, simplesmente, do cacete! Tudo nesse álbum cheira à inspiração. Uma das melhores performances vocais de Scott, o cara literalmente se esgoela! “ Set Me Free” tem um dos melhores riffs do álbum e uma das melhores linhas de bateria também, chamando os ouvintes à agitação. A voz de Scott está ora mais grave, ora mais rasgada, conseguindo um desempenho ótimo, nessa canção com a dupla de guitarras pegando fogo. Tente não bradar o refrão furiosamente, assim como faz Scott. Versando sobre, obviamente, libertação, de qualquer modo. A música foi trilha sonora do filme “Hulk”. Analisando bem a história do filme, a música caiu como uma luva, tanto em termos de música (violenta feito o Hulk) quanto em termos de letra (querendo ser libertar de qualquer jeito assim como o... vocês sabem) ! A primeira música que chegou aos ouvidos do público, e que deu uma pista muito positiva do que estava por vir! A balada “ You Got No Right” quebra o clima porradeiro, mas novamente sobre indignação, mas dessa vez por causa de decepção amorosa. O clima acústico reparte espaço com um refrão onde as guitarras entram elétricas, mas tudo ainda feito artisticamente, muito bonito. Não chega a ser uma das melhores do disco, mas o álbum certamente não teria a mesma graça se essa música não estivesse no repertório. Slash, o monstro, nos entrega de mão cheia um solo cheio de feeling. Coisa de encher os olhos. “ Slither” é outra das minhas preferidas. Uma música com um riff cativante e agressivo, bases quase arrastadas e vocais sexys e animalescos. A energia em estado bruto passado por essa música é algo inexplicável e hipnótico, ela é agressiva ao mesmo tempo tem um clima especialmente indecente. Acredito que o próprio clipe passe essa idéia. A letra também é selvagem o suficiente, tratando sobre transformação e se libertar de controle. Tanto sonora como liricamente, uma pérola. Seguindo, “ Dirty Little Thing”. Uma rifferama hard deliciosa, vocais muito bem postos, cozinha inspirada. Uma das mais rápidas, intensas e pesadas do álbum. O “junkiezismo” volta à letra, contando sobre os efeitos que as substâncias tiveram. Uma música à altura da banda: hard, pesada, suja, crua, com um solo capaz de causar um ataque cardíaco de tão feroz. Uma pérola suja. Fechando o álbum, temos a terceira balada, “ Loving The Alien”. A pessoa se sente mudada e esquisita, e nunca tinha percebido como a vida fora da Terra era adorável. Deixando a viagem de lado, é a faixa mais bonita do álbum, sem agressividade ou densidade nenhuma, mas sim muita emotividade e sentimento. As combinações das linhas vocais de Scott no refrão junto ao solo de Slash, com certeza farão o ouvinte derrubar algumas lágrimas de emoção. Uma obra de arte. Na versão internacional do disco, há um cover ao vivo de “ Bodies”, da famigerada lenda Sex Pistols, que na roupagem Velvet Revolver virou um Hard Rock, porém sem perder a garra e revolta punk, tanto nos vocais “sangue nos olhos” de Scott quanto nas guitarras endiabradas, quanto na cozinha destrutiva. Um cover que ficou bem a cara da banda, porém sem macular o que é clássico. Enfim, isso é um álbum de Rock And Roll puro, misturando Hard Rock, Heavy Metal, Punk Rock numa atmosfera suja, crua, ríspida e agressiva, melódica quando necessária, mas nunca perdendo a garra. A banda já tinha muitas referências mesmo antes de começar, mas mesmo assim eles podiam acabar estragando tudo, mas não, se mostraram capazes, inspirados e fizeram um álbum que representa muito bem o nível dos caras como músicos. Um dos melhores discos que escutei nos últimos tempos, e falo isso sem medo de errar ou ser repreendido. Uma passada no Brasil não seria nada má, não concordam? Enfim, coisa de gente grande... Rock pra quem gosta de Rock! Marcadores: Resenhas
posted by billy shears at 2:51 PM
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sexta-feira, março 03, 2006
Metallica-Metallica
Álbum marcante. É como podemos definir o “ Black Album” do Metallica. Mas aí ta, você pergunta “Senhor resenhista, porque o álbum é marcante?”. Ok, primeiro que na época que ele foi lançado, o Metallica já havia ousado com o “ ...And Justice For All” que vendeu como água, de repente eles lançam algo mais ousado ainda, que atingiria o público mais ainda e faria a banda ser mais conhecida do que nunca! E foi o que aconteceu, era Metallica aqui, Metallica ali, você conhecia Metallica mesmo sem saber o que era o maldito Thrash Metal, porque até aí, o Metallica nem era o Thrash Metal mais básico, já tinha evoluído mais do que o resto das bandas da Bay Area, Alemanha e o cacete. Segundo que a turnê desse álbum foi gigantesca, durando mais ou menos quatro anos. Finalmente, o terceiro e ultimo motivo: Os fãs dos trabalhos antigos do Metallica ficaram putos, afinal, onde estava a agressividade do “ Kill ‘Em All”, “ Master Of Puppets” e etc? Ou seja, “ Black Album” é tipo um divisor de águas para o Metallica e para o Metal em geral. Aqui você pode esperar de tudo, menos clichezinhos metálicos, como letras sobre uma guerra da Noruega que ninguém nunca ouviu falar e proteger o nome do Metal, o álbum trata primeiramente do ser humano e seus mais variados sentimentos, desde tristeza, solidão, raiva e etc. Na época, a banda era composta por James Hetfield nos vocais e na guitarra, Kirk Hammet também na guitarra, Lars Ulrich na bateria e Jason Newsted no baixo. Vamos à resenha, porra! De inicio já vem uma das canções mais belas e famosas do Metallica. É “ Enter Sandman”, um hino, uma lenda de música que tem até clipe e tudo mais! Riff lento e memorável que todos nós, fãs de Metallica ou não conhecemos. E então Hetfield mal começa a cantar pra já dar espaço ao refrão totalmente grudante e super conhecido. Logo após o solo(e que solo!) vozes começam a falar, dando um ar que chega a ser até macabro. Depois disso, James começa a cantar novamente aumentando o tom até finalizar a música. É mágico, cara. “ Sad But True” começa como um alerta, como se houvesse algo pesado e monstruoso chegando, é uma das melhores letras do Metallica com certeza. É o bom e velho Thrash Metal só que com uma “melodia-não-cansativa”. Aqui, Hetfield canta com um sentimento de ódio que qualquer um consegue notar, como se conversasse com uma parte dele que era desconhecida até então. Nessa “descoberta”, a música não ameniza nem um instante se quer, é fantástica. Que porra é essa?! Isso aqui te faz tremer! É “Holier Than Thou”, um soco no estomago de hipócritas cretinos, santinhos fingidos, dando uma boa lição, humilhando e cuspindo em cima. O riff e o ritmo da bateria te hipnotizam de tão frenético. O solo é muito lindo também, dando espaço até para um “mini-solo” de baixo. Agora, vem uma das baladas que todos conhecem, mesmo não sabendo nem o que é Metallica. “ Unforgiven” abre calma e melancólica, só aí já dá uma agonia, uma tristeza repentina. Hetfield canta de um modo muito triste, melancólico. A letra parece tratar da vida, ou do isolamento causado por outras pessoas mais especificamente. É uma música muito bela, uma das obras de arte do Metallica. “ Wherever I May Roam” tem um inicio que lembra muito música árabe até as coisas ficarem mais pesadas e os riffs dispararem com tudo. A letra dessa faixa parece tratar de um “nômade” dos tempos modernos, ou um vagabundo que vive viajando totalmente solitário. É uma música muito boa, não fica pra trás comparada as outras. “ Don’t Tread On Me” começa com bateria e guitarras a todo vapor e com o refrão já sendo cantado de imediato. O solo dessa música é fantástico, você nota de cara que o Kirk demonstra um feeling do caralho! É uma música linda, não no sentido de bonitinho, se é que me entende. A música agora é “ Through The Never”. Chega a lembrar o Thrash Metal clássico da Bay Área, conseqüentemente, lembra o Metallica “antigo” que é cheio de fãs devotados e tal. A música é pesadíssima, com riffs arrastados e um tanto quanto lentos. A letra é muito, como posso dizer, cheia de interpretações, principalmente por ser um tanto confusa e nem todos conseguirem entende-la. A melhor música do cd sem dúvida alguma, a melhor balada do Metallica, uma das melhores músicas já feitas, uma pérola do Metal e do Rock em geral. “ Nothing Else Matters” todos conhecemos, amamos e cantamos juntos, ficamos até melancólicos ao cantar junto com James. A letra é linda, forte, deixando as coisas à mostra, confessando. É surpreendente o sentimento que a música passa, tudo nela é incrível, tanto a banda quanto à orquestra que monta o fundo. É uma das poucas músicas que nós podemos chamar de perfeitas sem hesitar ou duvidar. Outra que começa botando pra quebrar. “ Of Wolf And Man” é uma das letras mais legais do Metallica, trata da mudança de forma do homem para um lobo ou então um lobisomem, mas pode ser interpretada de outra maneira também, como o seu interior se liberando e te mostrando algo que você nem imaginava que existia dentro de si. Claro que a primeira interpretação é a mais certa pela letra óbvia. Enfim, a música é excelente, principalmente pelo refrão grudento. Um baixo anuncia a chegada de “ The God That Failed”. A música tem um clima de ódio e indignação, muito legal. A letra é sobre uma experiência que Hetfield passou. Sua mãe estava muito doente, mas podia ser salva com o tratamento correto, ela preferiu acreditar em Deus e achou que a sua fé a salvaria da morte, coisa que infelizmente não aconteceu. Outra música que se inicia com o baixo de Jason que dá logo espaço para um riff pesado e arrastado que começa a aumentar a rapidez em pouco tempo. É “ My Friend Of Misery”, uma das faixas que eu mais gosto do álbum. Na letra, Hetfield parece aconselhar uma pessoa que carrega tudo em suas costas, dizendo que no fim, ele poderá acabar na miséria. A música tem um momento de calmaria que segue com um solo muito bom. Para fechar com uma chave de ouro reluzente, surge “ The Struggle Within” com a bateria a todo vapor, como se anunciasse a entrada da música. É uma música bem rápida, exceto no refrão que além de dar uma amenizada, fica mais vagarosa. O solo é a melhor parte! Variando daquele speed que todos conhecem pra algo do Metal mais clássico. Faixa certa para terminar o cd, excelente como todas as outras. O “ Black Album” é uma obra prima na história da música, um álbum com letras magníficas, melodias excelentes e um sentimento enorme. É um soco na cara de pessoas que acham que as bandas não podem ousar e mudar, se não, viram lixo, e um presente para os amantes da boa música. É, sem dúvidas, um álbum que vai ficar gravado na minha vida como um dos melhores que eu já escutei e resenhei. É Metallica e Metallica é foda, entendeu? Ah sim, um obrigado especial aos meus colegas do blog que tiveram a paciência de me esperar meses para fazer uma resenha. (: Marcadores: Resenhas
posted by Sam at 11:55 PM
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quinta-feira, março 02, 2006
Kreator-Endless Pain
Saudações a todos!Pacientes leitores e contribuidores do Blog.É a minha primeira resenha,de uma banda que eu gosto muito,e acredito que a maioria dos fãs de Thrash Metal também. Esse primeiro (e fantástico,diga-se de passagem) cd do Kreator,chega quebrando,rasgando,arrombando tudo (tudo o que você possa imaginar).É aquele Thrash puro,sujo,selvagem..Ou "música de gente que não toma banho" como diz o meu amigo.Pra botar qualquer emo fresco pra chorar no colo da mamãe. A primeira faixa," Endless Pain",já faz juz ao nome sendo uma dor infinita nos ouvidos de quem não gosta de música pesada,crua e direta,uma música indispensável para os fãs do estilo. " Total Death" tem um refrão contagiante,sendo que parece que os gritos germânicos do vocal se acentuam de faixa em faixa,cada vez mais cruéis e selvagens. " Storm of The Beast" tem uma bateria de deixar qualquer Headbanger LOUCO,não é daquelas estouradas em bumbo duplo,mas é "lindo". " Tormentor" é pesada,tem uma letra agressiva e um refrão inesquecível,outro ponto pra essa obra prima do Kreator. " Son of Evil":O "Fio do Mau",É outra faixa de riffs agressivos,curta e direta,mas que movimenta uma montanha de Bangers. " Flag of Hate" é um tapa na cara de muitos nazistinhas de apartamento,outra com um refrão grudento...Suja e pesada ,marcando mais um ponto pros cabeludos alemães. " Cry War" tem um refrão viciante,em meio aos gritos e urros do vocal,com mais e mais riffs assassinos. " Bonebreaker" me leva a questionar se o Kreator é Thrash ou Death Metal,de tão agressiva que é. " Living In Fear" segue a fórmula do resto do cd, e dispensa comentários. " Dying Victims" é um pouco diferente das outras faixas,por ter uma introdução mais "bonitinha". ...Esse cd é com certeza um dos melhores do Kreator,vale cada centavo...Não reparem nos meus comentários curtos sobre cada faixa,elas são muito parecidas entre si,busquei mostrar o ponto marcante de cada uma. Uma coisa é certa: esse cd devia ser a melhor arma contra qualquer fã de Twisted Sister! Abraços! Marcadores: Resenhas
posted by Anônimo at 2:22 PM
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