Tá aí um álbum que eu sempre tive receio em fazer resenha.Não por ser inexperiente em resenhas,mas que qualquer erro fatal poderia ser mácula perante à imagem de tão glorioso álbum.
Falar de Led Zeppelin, para quem adora, nos transmite uma sensação mística, como se estivesse pisando em solo sagrado. É isso que causa receio; a mínima blasfêmia seria como cuspir em tal solo.
O Led Zeppelin era constituído por musicos atemporais. Robert Plant, com seus vocais ora emotivos, ora animalescos, ora de outro planeta é, por que não dizer, um frontman único, uma das vozes mais potentes, copiadas e admiradas do Rock. Jimmy Page, mestre Jimmy. Um dos guitarristas mais excepcionais de todos os tempos, que daqui a muitas décadas, ainda será glorificado por criar a magnífica e eterna Stairway To Heaven. Page é um exemplo e um mestre da guitarra, tendo sentimento, peso e genialidade sem fazer muitas firulas. Jonh Paul Jones, o soturno e discreto baixista/arranjador/ pianista/organista. E o mestre dos mestres da bateria, que revolucionou toda a forma de se tocá-la, Jonh Bonham. Baterista de mão cheia, baterista de pique inesgotável, baterista com sentimento.
O que se vê em 'Houses Of The Holy' é um Led Zeppelin no auge da sua forma, logo após lançar o disco mais que clássico 'Led Zeppelin IV'.Aqui o Led Zeppelin continuaria mandando ver em sonoridades novas,como o funk,o reggae e o rock progressivo.
A música que abre Houses é "The Song Remains To The Same",com muita criatividade e precisão. Uma música totalmente Rock And Roll pesado, um hino zeppeliano. Uma música linda e pesada ao mesmo tempo.
"The Rain Song" é uma faixa longa, e uma das mais bonitas da discografia do Led Zeppelin.Plant demonstra sensibilidade impressionante, com uma voz saída do fundo da alma.Sobre Page,Jones e Bonham nem se comenta. Todos desempenhando perfeitamente bem seu papel de músicos. Uma balada das mais lindas.
O que se tem a seguir é o rock/folk de "Over The Hills And Far Away". Apesar do início calmo, a faixa descamba para animação total. Bonham é destaque aqui, executando a bateria com precisão e criatividade. Matador!
E a próxima, "The Crunge". Ah, o lado mais Hard Rock/Blues e cru presente em várias músicas da banda, só que esta traz uma puta levada funk. Uma levada animada,dançante, e, ao mesmo tempo, genial. Page faz maravilhas com sua guitarra e Robert Plant detona no vocal.
"Dancing Days" não deixa o ouvinte perder o ritmo de "The Crunge". Continua na mesma linha,genial,animada, e enérgica, rock n' roller. Plant e Bonham merecem crédito por isso. Jimmy Page pode criar levadas guitarreiras impressionantes nas músicas mais animadas do Led-mas sem Robert e sem Jonh Bonham tais faixas não teriam nunca a mesma graça e gosto.
A experimentação do disco, "D'yer Mak'er" (leia-se Djameica,ou seja,Jamaica), é um reggae. Mesmo os rapazes do Led sendo britânicos, conseguiram compor um Reggae, que, por que não dizer, rivaliza com os primeiros Reggaes feitos na Jamaica. Uma música genial, tanto para quem quiser dançar quanto para quem quiser viajar.
A penúltima, "No Quarter", é uma faixa totalmente Rock progressivo. Depois de uma introdução que mais lembram luzes brilhando e piscando, Jimmy Page dá uma aula. Mesmo sendo meio simples para os dias de hoje, Page continua sendo um mestre. Riffs e solos lindíssimos, verdadeira obra de arte, somam-se a um vocal sobrenatural, de outro mundo, por parte do homem chamado Robert Plant. Isso que é cantar com o que vem de dentro!
Para a tristeza geral da nação, na oitava faixa, o cd acaba. "The Ocean", como tudo presente nesse cd, é genial e com sentimento. Uma música com um pique e garra de deixar de boca aberta. Mais guitarras fenomenais por parte do eterno Jimmy.Tente não cantar junto com Robert Plant, Jonh Paul e Jonh Bonham a parada no meio da música. Que canção fenomenal!
Resumindo, esse álbum mostra tudo o que o Led Zeppelin era como banda, em várias facetas:Possuidora de uma energia incrível,sentimental,feroz, experimentalista,técnica.
O Led foi uma banda única na história, logo insubstituível. O que dizer do bonachão e beberrão gênio da bateria, Jonh Bonham? O mundo ainda sente falta do mestre.
Ser uma banda de outro mundo de tão única que era, que fez o Led Zeppelin eterno. E assim foi e será.
Marcadores: Resenhas
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